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sábado, novembro 23, 2024
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Demanda por carga aérea despenca em fevereiro com a COVID-19

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) anunciou os resultados dos mercados globais de transporte aéreo de carga de fevereiro de 2020, mostrando que a demanda, medida em toneladas de carga por quilômetro (CTKs*), caiu 1,4% em relação ao mesmo período de 2019. Com o ajuste da comparação do impacto do Ano Novo Lunar, que em 2019 caiu em fevereiro, e do ano bissexto em 2020, o que significou um dia a mais de atividade, a demanda com ajuste sazonal teve queda de 9,1% em fevereiro na comparação mês a mês.

Em fevereiro, começaram a surgir os impactos negativos da crise da COVID-19 na demanda de carga aérea. Durante o mês, houve vários desenvolvimentos importantes:

• O setor de manufatura da China, um dos maiores mercados de carga aérea do mundo, caiu consideravelmente devido ao fechamento geral das fábricas e restrições de viagens.

• Os pedidos globais de exportação caíram para um nível historicamente baixo. O Índice de Gerentes de Compras (PMI – Purchasing Managers Index) global está em queda, com todas as principais nações exportadoras registrando declínio nos pedidos.

• A capacidade de carga foi consideravelmente perdida como resultado da redução das operações aéreas de passageiros devido às restrições de viagens impostas pelos governos por causa da COVID-19, causando grave impacto nas cadeias de suprimento globais.

A capacidade de carga, medida em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTKs), diminuiu 4,4% em relação ao ano anterior em fevereiro de 2020. Esse índice está sujeito às mesmas distorções que os números de demanda com ajuste não sazonal.

“A disseminação da COVID-19 se intensificou em fevereiro e, com ela, o impacto na carga aérea. A demanda ajustada de carga aérea caiu 9,1%. As transportadoras da região da Ásia-Pacífico foram as mais afetadas, apresentando queda de 15,5% com ajuste sazonal. O que aconteceu desde então é uma situação sem precedentes. A ruptura nas cadeias de suprimentos globais levou a uma queda na demanda. E a interrupção dramática no tráfego de passageiros resultou em cortes ainda mais profundos na capacidade de carga. O setor está lutando para atender à demanda que ainda existe com a capacidade limitada disponível. Só tivemos uma ideia disso em fevereiro. Entre todas as incertezas nesta crise, uma coisa é clara: a carga aérea é fundamental, pois fornece medicamentos e equipamentos médicos que salvam vidas e promovem as cadeias de suprimentos globais. É por isso que os governos devem eliminar os obstáculos, para que o setor faça o possível para manter a rede global de carga aérea funcionando na crise e pronta para a recuperação”, disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA.
Desempenho por região

As companhias aéreas da Europa sofreram um declínio considerável no crescimento anual do volume total de carga aérea em fevereiro de 2020, enquanto as transportadoras da América do Norte e Ásia-Pacífico sofreram quedas mais moderadas. Oriente Médio, América Latina e África foram as únicas regiões que registraram crescimento da demanda de carga aérea em relação a fevereiro de 2019.

As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico apresentaram queda de 2,2% da demanda por carga aérea em fevereiro de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. A demanda de carga com ajuste sazonal caiu 15,5% em relação a janeiro de 2020, atingindo níveis vistos pela última vez no início de 2014. A queda na demanda deve-se principalmente ao impacto da COVID-19. A capacidade diminuiu 17,7%, a maior queda desde o início de 2013. A capacidade de carga na China caiu acentuadamente em fevereiro, impulsionada em grande parte pelo colapso da capacidade de transporte de carga em aeronaves de passageiros.

As companhias aéreas da América do Norte viram a demanda cair 1,8% em fevereiro de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. A capacidade aumentou 4,1%. O transporte de carga nas rotas comerciais entre a Ásia e a América do Norte diminuiu 2,4% em relação ao ano anterior, devido ao fechamento de fábricas na Ásia por causa da COVID-19.

As companhias aéreas da Europa registraram queda de 4,1% na demanda de carga em fevereiro de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior. As transportadoras europeias foram as primeiras a cancelar voos da/para a Ásia, contribuindo para a queda da demanda em fevereiro. O mercado dentro da Europa diminuiu 7,8% em relação ao ano anterior. Isso sugere que a região foi afetada pelas interrupções de cadeias de suprimentos global e pelas medidas iniciais de contenção da COVID-19, principalmente no norte da Itália, uma importante região de manufatura. A capacidade diminuiu 3,8% em relação ao ano anterior.

Os volumes de carga das companhias aéreas do Oriente Médio aumentaram 4,3% em fevereiro de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior. A capacidade aumentou 6,0%. No entanto, considerando a posição do Oriente Médio de conectar a China e o restante do mundo, as transportadoras da região estão expostas de forma significativa ao impacto da COVID-19 no próximo período.

As companhias aéreas da América Latina apresentaram aumento de 1,8% na demanda de carga em fevereiro de 2020. A capacidade diminuiu 2,6% em relação ao ano anterior. A região foi pouco afetada pelo surto da COVID-19 em fevereiro. No entanto, a interrupção das cadeias de suprimento globais e o cenário econômico frágil em alguns países da região continuam criando obstáculos ao setor de carga aérea.

As companhias aéreas da África registraram em fevereiro de 2020 o maior crescimento entre todas as regiões pelo 12º mês consecutivo, com aumento na demanda de 6,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. A capacidade aumentou 3,0% na comparação ano a ano. As rotas comerciais entre a África e a Ásia e entre a África e o Oriente Médio continuam trazendo crescimento robusto para a região.

Sobre a IATA

A IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) representa cerca de 290 empresas aéreas que abrangem 82% do tráfego aéreo global. Para mais informações sobre a IATA visite www.iata.org.

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