AEROPORTOS

Por que encerrar as atividades das empresas aéreas do Campo de Marte?

Fomos surpreendidos, no dia 11/01/2019, com a notícia de que o governador do Estado de São Paulo, João Doria, tem a intensão de desativar o aeroporto Campo de Marte, localizado em Santana, zona norte da cidade.

A justificativa apresentada não condiz com a realidade do aeródromo, quando apuramos a quantidade de acidentes aéreos frente a quantidade de pousos e decolagens conforme contabilizou a INFRAERO em 2018, totalizando 72.392 pousos e decolagens, tornando o Campo de Marte um dos aeroportos mais movimentados do país. Acredita-se que a especulação imobiliária seja um dos principais motivos para a desativação do aeroporto e projeta-se um colapso do transito da região, que ainda preserva as características de bairro, com ruas estreitas, sem opções para o transporte público e muito carente de segurança.

Historicamente a falta de investimento no aeródromo fez com que equipamentos para operações por instrumentos deixassem de existir, fato este que melhoraria consideravelmente os aspectos de segurança abordados pelo Governador. A melhoria na segurança tende a retornar diante do trabalho em fase final de aprovação, por parte do Comando Aéreo, para a implementação do auxílio por instrumentos previsto para este ano.

A área que hoje possui 23 hangares, abriga a base do grupamento aéreo da Polícia Civil e do grupamento Águia da Polícia Militar, 3 escolas de aviação, 4 distribuidoras de combustível, 6 oficinas de manutenção aeronáutica, 3 vilas militares, sede do Parque Material da Aeronáutica e também 2 restaurantes e 2 lanchonetes. Toda essa estrutura gera cerca de mil empregos diretos. Além disso, o aeroporto faz parte da história da cidade de São Paulo.

Para aqueles que utilizam serviços de helicóptero e voo executivo e precisam de agilidade no dia-a-dia, a localização é privilegiada por estar próxima à marginal Tietê, que é via de acesso às rodovias estaduais e interestaduais. Porém a importância do aeroporto vai ainda além, com os serviços de utilidade pública, como o apoio da Policia Militar (grupamento Águia) para resgate e combate à criminalidade crescente em nosso Estado, e os serviços de transportes de urgência e emergência, como transporte de órgãos para transplante e enfermos para os principais hospitais que por vezes são realizados por aeronaves militares que usufruem da localização estratégica do aeroporto. Eliminar o Campo de Marte afetará não apenas a rotina das equipes dessas operações, como o resultado das operações nos casos de emergência, onde cada segundo faz a diferença. Para exemplificar a importância destas operações no Campo de Marte, podemos citar a recente operação do avião do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina que pousou no Aeroporto Campo de Marte, onde uma ambulância do SAMU aguardava no local e foi a responsável pelo transporte da criança até o hospital, conforme publicação no portal G1, no último dia 11 de janeiro de 2019.

Aeroportos como Congonhas e Guarulhos, possuem foco nos serviços de empresas aéreas de grande porte e assim restringem as operações como as do Campo de Marte. Devido ao tipo de utilização dos aviões, para voos comerciais de larga escala, elas têm o dever de oferecer um serviço de excelência aos passageiros, e obviamente possuem um nível de excelência em manutenção, o que minimiza os riscos frente aos operadores de aeronaves de pequeno porte, mas também estão vulneráveis a falhas do sistema os quais representam grande impacto na ocorrência de acidentes por atingirem números muito expressivos de vítimas fatais.  Vale lembrar o acidente ocorrido em Congonhas com a aeronave 3054 da empresa TAM. Aeródromo este que por sinal é marcado com cicatrizes de graves de acidentes aéreos ocorridos ao longo de sua história. Ainda hoje o aeroporto opera no limite da capacidade de suas pistas com 536 voos comerciais diariamente, o que equivale a um pouso ou uma decolagem a cada 2 minutos durante o horário de funcionamento do aeroporto, de 06:00 h às 23:00 h.

A Sales Serviços Aéreos, entende que regras mais rígidas devem ser implantadas para pousos e decolagens de aeronaves e helicópteros não comerciais no Campo de Marte, e com melhor fiscalização do estado de conservação dos mesmos, garantindo assim a segurança dos voos. Fechando o aeroporto, a decolagem de aeronaves particulares e helicópteros irão continuar existindo, e partirão de outros lugares autorizados, porém isto não será garantia de que fatalidades serão minimizadas ou que se aumente a segurança. Fechar um aeroporto é sinal de retrocesso e temos muito que evoluir. Os órgãos de controle e a agência reguladora deste segmento atua na atividade aérea do Campo de Marte e muito contribui para a minimização destas ocorrências, ressaltando que sempre pode-se melhorar.

Segundo publicação na Folha de S. Paulo, a ideia é de que a iniciativa privada assuma os custos estimados em R$ 250 milhões para a construção do parque e do museu. Entendemos que este investimento poderia ser aplicado em implantação de um Centro Tecnológico Aeronáutico na capital, contemplando no entorno do Campo de Marte Universidades, Escolas Técnicas, Escolas Militares, empresas estrangeiras de motores e equipamentos eletrônicos para desenvolvimento do setor aeronáutico.

Lamentavelmente os parques da Capital encontram-se abandonados, sem investimentos, sem segurança e a mobilidade viária cada vez mais estrangulada pela falta de investimento em transporte público, tanto na quantidade e opções, quanto na qualidade.

As empresas instaladas no Campo de Marte têm muito a oferecer à Capital e certamente contribuir para que todos tenham muitas opções de lazer com qualidade de vida e segurança.

Não ao encerramento das atividades das empresas aéreas do aeroporto Campo de Marte!

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