Gol realiza 7º Workshopp para imprensa “Bastidores da Aviação” nesta quarta-feira, 24 de maio de 2017 com presença de jornalista de vários estados evento contou com apresentações de profissionais e visitação á todas as áreas de manutenção no maior Centro de Manutenção de Aeronaves da América Latina localizado em Confins – MG.
O comandante que atua na empresa há 10 anos ressaltou que o valor número 1 da Gol é a segurança, e para isso a empresa desenvolve um amplo trabalho que envolve todos os setores da empresa.
Jornalista durante 7º Workshopp de Imprensa da Gol no auditório do CMA em Confins-MG
A empresa utiliza-se o que se chama de sistemas redundantes que visam justamente impedir que falhas aconteçam, para se ter uma ideia as aeronaves operam com:
– 02 Motores
– 03 Sistemas Hidráulicos
– 02 Pilotos
Tudo na aeronave se repete para que falhas sejam evitadas, e todos os funcionários recebem treinamento 02 vezes por ano para que estejam devidamente atualizados a realizar os procedimentos corretos que associados a tecnologia de ponta possam assegurar a segurança operacional.
Os requisitos básicos de segurança segundo o profissional são:
– Treinamento
– Regulamento
– Tecnologia
CHECK-LIST
Faz parte dos procedimento de segurança também a questão de revisões das ações que precisam ser feitas, o que chama-se “Check-list”, em cada voo, para que possa ocorrer a interação entre os pilotos e a aeronave, e evitar erros humanos, piloto é um ser humano, e qualquer ser humano é passível de falhas.
Veja alguns em quais momentos de um voo é realizado o check-list:
- Checar a aeronave antes da partida nos motores
- Para iniciar o táxi
- Antes da decolagem
- Minutos antes da descida
- Antes do início da aproximação
- Na aproximação final
- Após o corte dos motores
- Ao deixar a aeronave
Aeronave da Gol em manutenção no CMA – Confins – MG (Foto: Moisés Ponte – VoeNews)
MONITORAMENTO
É feito o controle dos dados dos 800 voos diários para saber se tudo está dentro do regulamento.
Esse procedimento é feito através de sistemas e profissionais específicos que analisam possíveis eventos para que seja feita uma prevenção constante através de cruzamento de dados estátisticos afim de evitar quaisquer falhas.
SISTEMA DE EMULAÇÃO
São realizados treinamentos constantes para que os voos possam ocorrer de acordo com o que a companhia espera, inclusive foi apresentado um vídeo com um voo real que é analisado tecnicamente para que as correções possam ser realizadas e sempre que existe sugestões de como melhorar ainda mais os procedimentos realizados, são transmitidos aos pilotos em treinamentos e através ações que possam melhorar cada vez mais a segurança do voo.
MELHORIA DE PISTAS DE POUSOS E DECOLAGENS
Através de sistema que geram gráficos de todos os voos realizados pela Gol, são feitos monitoramentos que possibilitam detectar falhas ou até mesmo necessidade de pequenos ajustes nas pistas para aperfeiçoamento das mesmas.
O sistema de freios dispõe de tecnologia avançada que impendem o travamento das rodas e consequentemente derrapagens e para um melhor funcionamento desses itens a Gol trabalha em conjunto com os aeroportos para possíveis intervenções nas pistas.
Este trabalho visa não apenas melhorar o trabalho da Gol especificamente, mas funciona para o bem de toda a indústria e dos aeroportos.
Motor da Gol pronto para envio para manutenção detalhada no exterior (Foto: Moisés Ponte – VoeNews)
DESPRESSURIZAÇÃO
É hora de esquecer tudo o que você já assitiu nos filmes hollywoodianos, nada de papéis voando e outros efeitos especiais acontecem na vida real, apenas as máscaras de oxigênio caem e após os passageiros colocarem as mesmas a situação fica normalizada.
O fato é que existe oxigênio no ar, mas não o suficiente para nossa corrente sanguínea, de forma que após a colocação das máscaras e o piloto descer á um nível melhor a situação fica totalmente normalizada.
AUTONOMIA DE VOO
Este assunto que recentemente veio a tona é outra questão que não é algo para se preocupar, principalmente porque pela legislação o cálculo de combustível para um voo é feito de maneira que a segurança é colocada em primeiro plano.
Em resumo, se faz necessário colocar o combustível levando em consideração o ponto de partida e de chegada (a e b), um possível desvio (c ) além de mais meia-hora de voo por questão de segurança.
Neste cálculo, o deslocamento de “a” para “b” ainda envolve os desvios em virtude de nuvens e contratempos e ainda se coloca mais combustível de acordo com a previsão do tempo de forma que tenha sempre combustível sobrando.
VOO ALTERNADO E POUSO DE EMERGÊNCIA
Segundo o profissional da Gol as notícias o incomodam por não serem verdadeiras na sua grande maioria.
Ele mencionou que o fato de não ser possível pousar num determinado aeroporto e o piloto deslocar a aeronave para outro, não se deveria ser utilizado o termo pouso de emergência, isto é pouso apenas um alternado.
Se um passageiro passar mal durante o voo e existe a necessidade de pousar num aeroporto mais próximo, também é um pouso alternado e não de emergência como a imprensa costuma intitular.
E ressalta que pouso de emergência é quando existe algum problema sério na aeronave, mas que 99% dos voos são na verdade voos alternados.
Aeronave da Gol desmontada para instalação do Wi-Fi no CMA – Confirns – MG (Foto: Moisés Ponte – VoeNews)
TURBULÊNCIAS
Esse fator é a instabilidade de ar em parte da atmosfera, e ocorre devido a velocidade e a direção dos ventos mudarem constantemente, isso ocorre com aeronaves assim como na água causando impacto nas aeronaves parecido com o que ocorre numa lancha por exemplo.
Devido o movimento dos ventos existe uma oscilação nas forças de sustentação da aeronave, mas a flexibilidade dos equipamentos dimuem esses impactos.
O avião é feito com material flexível, e quando ocorre esse fator e as assas balançam, é importante ressaltar que isto precisa e deve acontecer, e são construídas para isso. Caso elas não tivessem essa flexibilidade eles quaebrariam, ou seja, elas precisam balançar.
A exigência dos passageiros permanecerem sentados e com os cintos afivelados se dá pelo fato de algumas turbulência não serem detectadas no radas.
VOO MONOMOTOR
No início foi falado de sistemas reduntantes, mas nada adiantaria por exemplo ter dois motores se um só não resolvesse uma situação de emergência, então é importante ressaltar que para que uma aeronave seja certificada o avião precisa voar com apenas um motor em funcionamento.
Um avião quando pousa com apenas um motor fará um pouco mais de força para manter a sustentação da aeronave.
VOOS LOTADOS COM LUGARES VAZIOS ?
O peso da aeronave é fator importantíssimo para pousos e decolagens, então não se assuste se por acaso vender uma passagem para o seu cliente, afirmar que o voo está lotando e chegando lá ele se deparar com várias poltronas desocupadas.
Por exemplo uma aeronave com 180 lugares disponíveis mais que vai fazer um voo para um destino com pista custa e mal tempo, por uma questão de segurança poderá optar por voar com menos peso, neste caso a companhia disponibiliza para venda apenas 150 lugares na aeronave para comercialização, ou seja, o voo está “lotado” mas 30 poltronas viajarão vazias.
RAIOS
Raios acontecem ao menos uma vez por ano em todas as aeronaves, porém a fuzelagem é protegida por um revestimento de alumínio que funciona como uma blindagem.
Existem também na parte externa da aeronave equipamentos revestidos com borrachas que funciona como isoladores evitando danos a aeronave nesses eventos.
Maquete da Gol localizada no CMA – Confins – MG (Foto: Moisés Ponte – VoeNews)
ARREMETIDAS
As arremetidas podem ocorrer por diversos fatores, desde de meteorológicos, como por qualquer outro, o fato é que sempre que o piloto não tiver 100% de certeza de que fará um pouso seguro, deve-se fazer a arremetida.
A Gol incentiva as arremetidas e em momento algum questiona os seus pilotos por qual motivo foi realizada, entendendo que se o mesmo o fez é porque achou que por algum motivo que o pouso não seria o adequado.
ACIDENTE COM O LEGACY
Muita coisa mudou na aviação após este fatídico episódio, companhias aéreas, associações de empresas, Anac, Federação de Pilotos, fabricantes e outros uniram-se buscando melhorias na segurança.
Foi criado um grupo chamado BCAST justamente para se aprofundar neste assunto, foram realizada modificações no pré-voo, melhoria nos equipamentos anti-colisão e feito planejamento para que ações mais preditivas sejam tomadas.
Ações pra fazer com que o ser humano não erre foram feitas e paralelamente foram tomadas medidas para corrigir algo caso o ser humano venha a falhar utilizando a tecnologia.
