Segmento se apresenta como um novo nicho de mercado e com público crescente
Fazer turismo é sinônimo de conhecer lugares, descansar e relaxar, imagina então associar todos esses benefícios ao bem estar por meio de processos terapêuticos? Pois é, depois dos famosos destinos religiosos, as agências de viagens descobriram um novo nicho de mercado, o turismo associado a terapia e a destinos que prezam pela natureza; uma novidade que tem atraído cada vez mais público.
Segundo Mariella Miranda, proprietária da Zênith TravelClub, o turismo associado a processos terapêuticos tem se despontado no mercado devido as experiências e vivências compartilhadas pelos participantes e os resultados relatados. “Esse é um trabalho realizado em parceria com profissionais como psicólogos e psicoterapeutas onde temos o cuidado de desenvolver um planejamento que vise ultrapassar as expectativas de todos os envolvidos. Aliamos turismo e lazer ao bem estar e a saúde mental, o que fez com que esta novidade se transformasse em uma crescente demanda, inclusive já inserida nos roteiros fixos ofertados pela operadora de turismo e que começa a ter um impacto percentual nos resultados, algo em torno de 10% do nosso faturamento. Percebemos que as pessoas querem aproveitar o momento de descanso e lazer para vivenciar experiências que tragam bem estar e harmonia entre a mente e o corpo e por estamos investindo nesse segmento”, explica Mariella que decidiu dar ênfase a este trabalho depois de ter vivenciado, durante anos, sua própria busca pessoal.
Para a psicoterapeuta Solange Rolla, parceira da Zênith TravelClub, que já realizou vários grupos de terapia associada ao lazer em locais como Jalapão, Amazônia, Natal, e que agora em julho irá com um grupo para a cidade de Nobres no Mato Grosso, os benefícios de associar a terapia ao contato com a natureza são inúmeros. “A integração com a natureza nos faz sentir melhor, pode reduzir o stress. O cheiro da mata, o barulho das águas de uma cachoeira, o canto dos pássaros, a busca perfeita pelo equilíbrio entre o corpo e a mente. Inclusive cientistas de diversos países — como Holanda, Reino Unido e Japão — perceberam que, ao entrar em contato com o verde, o corpo logo responde, de forma sutil, com pressão mais baixa e maiores níveis de glóbulos brancos (responsáveis pelas defesas do organismo), entre outros. Mas os pesquisadores admitem que os efeitos são sutis, e que, dependem da personalidade de cada um. O importante é destacar que essa é uma experiência diferenciada, onde se percebe uma maior entrega dos participantes e se alcança resultados muitas vezes inesperados”, explica Solange.
Quebrar a rotina, poder se desligar completamente dos afazeres e dos compromissos que veem a seguir também são alguns dos benefícios apontados pela paciente Iara Marques, 57 anos. “Para mim esta é uma proposta inovadora, uma oportunidade de resgatar nosso contato com a natureza e de associar fatores que só nos fazem bem. Acredito que nos sentimos mais livres, com a mente mais aberta e com mais disposição para fazer com que as energias possam fluir, sem interferências ou até mesmo ruídos urbanos. Muitas vezes esquecemos que fazemos parte da natureza devido à nossa rotina e a vida sempre atribulada e o fato de estarmos em contato diretamente nos faz relembrar as nossas origens. Nos desvinculamos da nossa rotina e nos entregamos ao processo de forma mais plena, além das quatro paredes”, conta Iara.
