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Meningite pode causar hidrocefalia em bebês prematuros

Meningite pode causar hidrocefalia em bebês prematuros
Crescimento da cabeça e dificuldade de movimentar são alguns dos sintomas

Conhecida vulgarmente como “água no cérebro”, a hidrocefalia é uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo do líquor (líquido cefalorraquidiano), que funciona como proteção do cérebro e da medula espinhal. Ela ocorre quando há um desequilíbrio entre a quantidade produzida e absorvida.  Segundo a neonatologista Ana Marily Soriano, do Hospital Santa Luzia, a hidrocefalia pode estar presente desde o nascimento (congênita) ou se desenvolver ao longo da infância e da fase adulta.

 

No caso de crianças prematuras, a hidrocefalia adquirida pode ser resultante de doenças que ocorrem logo após o nascimento, como meningite (infecções no cérebro e na coluna vertebral) ou ocasionada pelo rompimento de algum vaso sanguíneo. A neonatologista relata que bebês prematuros tem uma tendência maior a sofrer hemorragias cerebrais, devido à imaturidade dos vasos sanguíneos. Essa hemorragia danifica o tecido cerebral, podendo causar o surgimento da doença. As causas da hidrocefalia também podem ser associadas a tumores cerebrais ou traumatismo craniano. Os traumas cerebrais podem lesar o tecido do cérebro, causando um espaço vazio que é preenchido com o líquor.

 

Os sintomas da doença variam de acordo com a idade do paciente. No caso de crianças de até um ano de idade e que ainda estão com a moleira aberta, o mais comum é o aumento rápido do crescimento da cabeça e o fechamento tardio da mesma. Segundo a especialista, outra característica é o “olhar do sol poente”, ou seja, incapacidade da criança de olhar para cima, com lentidão para mexer a cabeça devido à dilatação das veias do crânio. Posteriormente, pode acontecer regressão ou parada desse movimento. Já em crianças a partir de dois anos, os sinais são semelhantes aos dos adultos, como dores contínuas de cabeça associadas a vômitos (geralmente noturnos e matutinos), além de dificuldades para caminhar e dormir.

 

A patologia pode ser diagnosticada por meio de exames de ultrassom (ainda na gestação), tomografia computadorizada e ressonância magnética. Para o tratamento o método mais eficaz são as drenagens externas – quando o líquido é drenado para uma bolsa externa, no caso de tratamentos temporários. Já no caso de cirurgia, o procedimento indicado é a Derivação Ventrículo Peritoneal, que consiste na implantação de uma válvula junto com um tubo flexível de silicone para drenar o liquor e reduzir a pressão. “O acompanhamento da gestante, conhecido como pré-natal, é imprescindível para a saúde da mãe e do bebê. Alguns riscos são avaliados e diagnosticados antes do nascimento da criança. As gestantes têm que se conscientizar com a importância deste acompanhamento”, conclui.

 

Fonte: Imagem Corporativa

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