Luiz Eduardo Falco, ex-CEO e ex-presidente do Conselho da CVC Corp, e Luiz Fernando Fogaça, ex-CEO e CFO da companhia, enviaram seus posicionamentos em relação à recomendação do Conselho da CVC Corp de entrar com ações de responsabilidade contra os ex-administradores, por conta de erros contábeis nos balanços de 2015 a 2019, no valor de R$ 350 milhões. Falco e Fogaça enviaram comunicados em separado e negaram todas as acusações.
Leia abaixo a íntegra dos dois comunicados, de Luiz Eduardo Falco e Luiz Fernando Fogaça.
Comunidado de Luiz Eduardo Falco, ex-diretor-presidente, ex-presidente do Conselho de Administração da CVC.”
“A notícia de que o Conselho de Administração da CVC recomenda ação de responsabilidade contra ex-administradores pelo erro contábil me gera indignação e preocupação.
Ao longo dos meus sete anos na CVC foram geradas riquezas para a empresa e para os acionistas. Só de geração de caixa foi mais de R$ 1,2 bilhão no período (que não foi impactada pelo erro contábil). Os acionistas aprovaram todos os contratos de remuneração, de opções e todas as prestações de contas nas respectivas assembleias.
Indignação também pelo fato de o erro contábil ter permeado todo o sistema de governança e controles, que incluía comitê de auditoria, comitê de tecnologia, conselho fiscal e conselho de administração, todos compostos por profissionais experientes. A empresa contou também, nesse período, com duas auditorias externas, EY e KPMG.
Lançamentos manuais estão presentes em todas as empresas de varejo, mas fazem parte dos mecanismos de controle interno e dos trabalhos de validação da auditoria externa.
Como acionista relevante da CVC, vejo a companhia promover duas investigações sobre o mesmo tema, chegando a resultados similares, duplicando custos, tirando o foco da empresa do negócio e criando desgaste com quatro conselheiros que renunciaram.
Os resultados apresentados agora pela CVC mostram como é urgente que a companhia tenha foco no negócio, com ações que mitiguem os impactos desastrosos da atual crise sanitária global.
Comunidade de Luiz Fernando Fogaça, ex-diretor-presidente e ex-diretor- financeiro da CVC”
“Recebo com surpresa e indignação a notícia de que o Conselho de Administração da CVC recomendou processo arbitral para responsabilizar ex-administradores da companhia por erro contábil.
Importante ressaltar, por outro lado, a conclusão divulgada pela CVC na última sexta-feira, deixando claro que a investigação interna não identificou manipulação de resultados ou ação dolosa (intencional) dos administradores, ao contrário do que vinha sendo ventilado em algumas matérias na imprensa e mesmo comunicados anteriores da própria empresa.
Durante minha gestão como CFO e como CEO, a empresa possuía auditoria externa, comitê de auditoria, comitê de tecnologia, comitê de gente e conselho fiscal, observando as melhores práticas de governança corporativa.
Ao longo dos dez anos em que trabalhei na CVC, contratei empresas de consultoria de primeira linha (PWC, EY, Deloitte, Accenture) para trabalhos de revisão de sistemas e processos contábeis, com acompanhamento do comitê de auditoria, conselho fiscal e conselho de administração. A companhia teve também nesse período duas empresas de auditoria externa das “Big Four” (EY e KPMG).
Durante minha gestão como CEO, liderei as iniciativas que detectaram os erros contábeis, investiguei incansavelmente o ocorrido e realizei, inclusive, a primeira divulgação perante a CVM em fato relevante.
Luiz Fernando Fogaça, ex-diretor-presidente e ex-diretor- financeiro da CVC”