Cantor postou em abril fotos em redes sociais na cabine de um Boeing.
TAM considera falta grave e investiga; empresa e piloto podem ser punidos.
um link para as fotos da cabine do avião
(Foto: Reprodução/Facebook/perfil do Latino)
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) abriu um processo administrativo para apurar fotos postadas em redes sociais pelo cantor Latino em que ele aparece sentado na cabine de uma aeronave da TAM. A entrada de passageiros na cabine durante o voo é proibida pela legislação brasileira.
O incidente teria ocorrido em 28 de abril, quando o cantor voltava de Recife, onde participou de um show, para o Rio de Janeiro. Latino postou no Instagram em 29 de abril quatro fotos em que aparece usando fone de ouvido e sentado na cadeira da esquerda da cabine. A cabine aparece escura e os manetes de potência, além de outros instrumentos, aparecem acionados – o que indica que o avião estava em voo.
As imagens foram publicadas por Latino no Instagram. Alguns sites noticiaram o caso já em 29 de abril (veja a notícia no Ego: “Latino vibra com primeira experiência como copiloto: ‘Amei!’“).
Em seu perfil oficial no Facebook (facebook.com/latinofesta), Latino publicou um post no qual linkava para as fotos em seu perfil no Instagram. As fotos no Instagram foram removidas, mas o post no Facebook continuava publicado na manhã desta quinta-feira (9).
No post do Facebook, com data de 29 de abril, o cantor escreve: “Foi assim a minha primeira experiência ontem como co-piloto !! Ja comecei por cima num 737. Amei…”.
A Anac informou que irá enviar nesta quinta uma notificação para que a TAM explique o que ocorreu. Após a investigação, medidas cabíveis serão adotadas caso “sejam constatadas irregularidades em relação às normas da aviação civil”.
Se confirmada a infração, as multas variam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil para o piloto, que deixou o cantor sentar na cadeira de pilotagem, e de R$ 4 mil a R$ 20 mil para a empresa.
A TAM disse que também investiga como as fotos foram obtidas por Latino. O fato é considerado “falta grave” à segurança aérea pela companhia. Desde os ataques com terroristas com aviões às Torres Gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, as normais internacionais adotaram maiores restrições ao acesso de passageiros a cabines durante o voo.
“Em virtude das normas que proíbem o acesso de pessoas não autorizadas à cabine de comando durante o voo, parte de seu rígido protocolo de segurança, a companhia considera falta grave o desrespeito a essa determinação. Caso se comprove que a situação relatada ocorreu em uma de suas aeronaves, a empresa adotará as medidas disciplinares cabíveis”, disse a TAM.
O G1 procurou a assessoria do cantor e deixou recado. Mas, até a publicação da reportagem, não obteve retorno.
Veja a íntegra da nota da Anac sobre o caso:
“A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) iniciou processo de apuração do fato para, após conclusão, adotar medidas cabíveis caso sejam constatadas irregularidades em relação às normas da aviação civil.
A notificação à empresa será emitida hoje (quinta-feira, 9), no âmbito do processo de apuração. Caso a irregularidade seja realmente constatada e de acordo com a fiscalização, as multas podem variar de R$ 2 mil a R$ 5 mil para o piloto e de R$ 4 mil a R$ 20 mil para a empresa”