O verão de Santa Catarina este ano comprovou a força do turismo como vetor de desenvolvimento econômico e social, com entrada de divisas e geração de empregos. Durante os três meses da temporada, cerca de 2,5 milhões de turistas visitaram o estado e geraram um impacto de R$ 10,1 bilhões na economia. Os dados são de pesquisa encomendada pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Segundo o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz esses números mostram a importância do turismo para a economia de Santa Catarina e de todo o país e defende mais investimentos em promoção internacional para produção de mais resultados positivos.
“Dados dessa natureza mostram a pujança deste setor para a economia e o alto retorno em curto prazo que a atividade oferece. Santa Catarina e o Brasil como um todo têm grande potencial para o turismo, que deve ser tratado como prioridade e fazer parte da agenda econômica e política do país”, defende Lummertz.
O estudo foi realizado com base nos dados da Fecomércio (SC) em relação ao número de turistas brasileiros e estrangeiros e a relação entre o gasto diário e o tempo de permanência médio nos destinos do estado. Foram usadas também informações da Infraero, Polícia Federal e Ministério do Turismo.
A FGV utilizou como metodologia a matriz do IBGE que mostra o efeito multiplicador do impacto dos gastos dos visitantes nos 52 segmentos que são envolvidos pela atividade turística. O impacto direto na indústria de turismo (hotéis, transportes, atrativos turísticos, bares e restaurantes) foi de R$ 7 bilhões e o indireto (energia, comunicação, agricultura, combustíveis, hospitais) foi de R$ 3 bilhões.
De acordo com a projeção, o impacto econômico gerou R$ 735 milhões apenas em impostos nas esferas municipais, estaduais e federais. Durante o período, 299 mil pessoas trabalharam no setor de turismo, sendo 123 mil trabalhadores diretos e 176 mil indiretos. Do número total de turistas que visitaram o estado, 2,09 milhões eram brasileiros e 383 mil estrangeiros.
AÇÕES
O PL 2724/2015 que transforma a Embratur em serviço social autônomo (agencia) e pode potencializar o orçamento de promoção internacional, por não ficar mais dependente unicamente de recursos da União, está para ser votado em caráter de urgência na Câmara dos Deputados. Em 2017, o orçamento da autarquia foi de US$ 17 milhões, valor abaixo de concorrentes como México, Peru e Argentina.
Apesar dos poucos recursos orçamentários disponíveis, recentes ações pontuais da Embratur tiveram papel importante para o grande número de turistas e o consequente impacto positivo na economia de Santa Catarina revelado na pesquisa da FGV.
A campanha publicitária “O sul é o meu destino” voltada para promover os estados da região e também o lançamento da primeira campanha totalmente digital do Instituto e voltada para países da América Latina, por exemplo, que registrou em dois meses mais de 50 milhões de views dos vídeos, e resultou no maior movimento de turistas sul-americanos ao Brasil dos últimos cinco anos. As interações atingiram a marca de 300 mil no Instagram, Facebook, Twitter e YouTube, contabilizando apenas os canais da Embratur.
A emissão do visto eletrônico para turistas australianos, canadenses, japoneses e norte-americanos também já registra números que superam as expectativas. No balanço feito após a adoção da medida, levando-se em conta os primeiros 22 dias do mês de fevereiro, comparado ao mesmo período de 2017, o Ministério das Relações Exteriores registrou um aumento de 80% nos pedidos de visto nos Estados Unidos. Também foi apontado um aumento de 35% nos pedidos feitos no Japão, assim como de 64% na Austrália. Quanto ao Canadá houve um aumento de 23%.
Outra medida, foi o acordo com a Polícia Federal na fronteira para facilitar a entrada no país de argentinos que viajam de automóvel, que estimula a vinda de mais estrangeiros e fortalece a imagem do Estado.
“Com a modernização da Embratur e o consequente aumento nos investimentos para a promoção internacional, poderemos fazer ainda mais pelo turismo brasileiro que irá gerar impactos ainda maiores para economia nacional”, completa Vinicius Lummertz.