A revista e o site da Veja São Paulo reafirmam a importância da imprensa ao publicar a matéria “Refresco Contra a Crise” e ao informar que “promoções e estabilização do dólar incentivam viagens ao exterior”. A reportagem derruba de vez o mito de que com o “dólar elevado, as viagens internacionais ficam mais caras”.
O que muitos ainda desconhecem é que a dinâmica do mercado de viagens obedece políticas de precificação baseadas noyeld management, uma lógica que adota um sistema estatístico no qual várias classes de tarifas são criadas para um mesmo produto. No transporte aéreo, a sofisticação do sistema chega ao ponto de definir mais de 50 classes tarifárias para um mesmo tipo de assento em determinado voo. Este sistema vai muito além da tarifação para os assentos de classes: primeira, executiva ou econômica.
Registra-se ainda que: para cada classe de tarifa existem parâmetros que regulam, em tempo real, o estoque e as condições comerciais correspondentes à variação do preço das passagens vendidas aos clientes ou pax – abreviatura utilizada na aviação para designar pessoas embarcadas. Cruzeiros marítimos, locadoras, resorts, redes hoteleiras e boa parte dos hotéis independentes já adotam a mesma lógica, com uso de siglas, nomenclaturas e procedimentos de precificação variável. Os preços são, portanto, flutuantes.
A quebra da dicotomia “alta do dólar é igual a viagens mais caras para o exterior”, como retratam os fatos reportados pelo jornalista Alexandre Nobeschi, dão conta de que existem, sim, excelentes opções de viagens internacionais, mesmo em cenários de crises.
Porém, por maior que seja a quantidade conhecida de opções tarifárias estudadas para um mesmo produto, avaliar qual delas proporciona a cada viajante a melhor relação preço x qualidade ou custo x benefício requer o apoio de um profissional qualificado. As contribuições do jornalismo e dos portais de busca na web (que indicam links e posts patrocinados ou não e impulsionados nas redes sociais) e o conhecimento agregado por um agente de viagens ganha maior relevância e também está a alguns cliques de quem precisa ou deseja viajar.
Sob a ótica do consumidor, a internet dispõe de volume crescente de dados, imagens, notícias e recursos promocionais de estímulo à compra por impulso. No entanto, reembolsos com atraso, cobranças de multas, falta de esclarecimentos sobre condições tarifárias e frustrações prevalecem para quem experimenta comprar produtos e serviços turísticos sem a devida assessoria, consultoria e intermediação de uma agência de viagens e que, de preferência, seja associada ao Sistema Abav.
É ao agenciamento de viagens profissional, seja deste ou daquele porte, que cada pessoa (física ou jurídica) deve confiar as necessidades, expectativas e disponibilidades, incluindo tempo e dinheiro. Quem investe em viagens a lazer, negócios ou intercâmbio, tende a valorizar o conhecimento profissional.
* Marcos Balsamão é presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-SP).