Os agentes de viagens brasileiros devem aproveitar o movimento em redor do mundo e voltar sua atenção para os cruzeiros internacionais, marítimos ou fluviais, essa fonte inesgotável de boas aventuras. Com ou sem crise, os brasileiros já comprovaram que serão sempre clientes fiéis: nas últimas temporadas pelo nosso litoral, 82% dos cruzeiristas declararam sua intenção de voltar a bordo.
Não é para menos: além das luxuosas cabines, os navios oferecem spa, acesso à internet, lavanderia, biblioteca, atendimento médico. Na alimentação, tudo é de primeira, com restaurantes e chefs renomados e um variado cardápio internacional, com padrões de higiene elevadíssimos.
É por isso que, cada vez mais, cresce o número de agentes especializados em Cruzeiros em todo o mundo. Segundo a CLIA Internacional, 70% dos pacotes são vendidos pelos agentes e só no Brasil as armadoras de navios pagaram R$ 90 milhões em comissões na última temporada.
A CLIA promoveu uma ampla pesquisa recentemente com mais de 700 agentes de viagens espalhados pelos Estados Unidos para verificar a aceitação dos Cruzeiros Marítimos para este ano. E escolheu a dedo esses agentes, os que mais sentem o pulso e as atitudes de seus clientes. Eles anteciparam o crescimento das viagens para este ano comparado com o ano passado. Para a CLIA, haverá 24 milhões de pessoas a bordo, um milhão a mais do que em 1015.
A pesquisa prevê um enorme crescimento nos cruzeiros mais próximos dos Estados Unidos, como Alasca, Caribe, Havaí e Nova Inglaterra. Nove entre dez agentes apontaram o custo/benefício e a experiência como os principais fatores no momento da decisão.
Os agentes responderam também que é crucial a busca de novos clientes; nesse quesito, a internet é citada como ferramenta da maior importância por mostrar todas as atividades em um navio e as vantagens sobre seus competidores em todo o mundo.
A indústria de cruzeiros deve crescer este ano 10% ou mais para 76% dos agentes entrevistados; para 17% deles, o crescimento será entre 6% e 10%. Apenas 7% esperam alguma queda nas vendas.
Sobre os fatores mais influentes na escolha de um cruzeiro, a grande maioria dos agentes (95%) cita a experiência a bordo como determinante. Em seguida, o custo e os itinerários. Mais da metade dos agentes (cerca de 60%) considera o fator luxo como primordial para muitos de seus clientes. Uma informação importante desses agentes: 23% dos passageiros embarcam pela primeira vez num cruzeiro.
Como se vê, a opinião e a participação dos agentes de viagens são fundamentais para a indústria de Cruzeiros Marítimos. Os brasileiros devem, portanto, capacitar seus profissionais para essa atividade.
A oferta da próxima viagem ao seu cliente começa pela variedade do cardápio à disposição: pode-se determinar a busca pelo destino; pelo porto de embarque ou desembarque; pela data da viagem (alguns países não possuem roteiros de navios em determinadas datas); pela companhia marítima ou pelo navio, suas comodidades e atrações; pela duração do itinerário; por indicação do agente ou de conhecidos que já viajaram; por temas – os temáticos são super procurados e já respondem por mais de 10% de todas as rotas de Cruzeiros Marítimos. Enfim, o mundo ao seu dispor, com total liberdade de escolha.
Só no ano passado a indústria de cruzeiros movimentou mais de US$ 120 bilhões para a economia global, segundo os dados mais recentes da associação.
O setor também contou com 940 mil profissionais em tempo integral, com uma renda total de US$ 40 bilhões. Além disso, a indústria de cruzeiros registrou um aumento de 68% na demanda nos últimos dez anos.
E a atividade não para de se desenvolver: 92 novas embarcações (52 oceânicas, 40 fluviais) serão incorporadas à frota atual até 2022, com um aumento da capacidade de mais 143.891 leitos. Isto significa mais sofisticação, comodidade, entretenimento, novas tecnologias e a busca constante de fontes alternativas de energia.
O agente brasileiro não tem muita escolha: é só embarcar nessa opção e prosperar.
Marco Ferraz é presidente da CLIA ABREMAR BRASIL – Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos