Especialista ressalta que o cenário ainda é instável sendo necessário utilizar estratégias que auxiliem no controle financeiro
As férias de julho estão chegando ao fim e para o brasileiro que não quer se deparar com um rombo em seu orçamento, a melhor opção é realizar um planejamento financeiro. Medida essencial, já que de acordo com o Mapa de Inadimplência do Serasa cerca de 71,4 milhões de brasileiros se encontram negativados.
Apesar deste valor apresentar uma queda de 0,63% quando comparado a maio, o cenário econômico brasileiro ainda é desfavorável devido a inflação e os juros altos. Sendo necessário pôr em prática medidas que evitem cortes no orçamento.
Para que isso não ocorra é necessário recorrer a estratégias que auxiliem no controle financeiro. Segundo Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor de novos negócios da Multimarcas Consórcios, existe uma regra básica que ajuda a manter essa organização: a 50, 30, 20, sendo 50% para gastos fixos, 30% gastos variáveis e 20% investimentos ou fundo de reserva. “Essa regra financeira é simples e separa o orçamento em três partes. O objetivo é priorizar as despesas mais importantes. Com ela conseguimos abrir espaço para o pagamento de dívidas ou a criação de uma reserva de emergência”, explica.
Um ensinamento indispensável, já que de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, 61% dos endividados têm o hábito de fazer rodízio de contas, ou seja, escolher qual dívida irá pagar no mês.
Tais preocupações acabam causando estresse e conflitos no ambiente familiar de mais de 60% dos brasileiros. Uma pesquisa global feita pela S&P Global Financial Literacy Survey, mostrou que somente 35% dos adultos do Brasil são alfabetizados financeiramente, estando o país na 67ª posição entre os 143 países analisados. “É fundamental que a educação financeira seja cada vez mais incentivada. A consciência de gastos e o planejamento para realização de grandes projetos beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao seu redor”, explica Lamounier.
E caso você ainda queira curtir as férias de fim de ano, saiba que boa parte dos brasileiros já estão iniciando o planejamento das atividades e viagens que pretendem fazer. Uma pesquisa realizada pela Zoox Smart Data, aponta que 18% das pessoas entrevistadas indicaram que, meses antes das festas de fim ano, já sabem em qual data irão viajar e, deste total, 81% disseram que se planejaram com antecedência. Ou seja, quanto mais cedo começar o processo de preparação, as chances de surpresas inesperadas serão menores.
Um levantamento realizado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), no ano passado, mostrou que o preço das passagens aéreas tiveram um aumento de 6%. Com o aumento dos valores, é crucial que haja um plano juntamente com um orçamento realista antes de bater o martelo. “Não tem mágica. Se aumenta a procura, aumentam os valores das passagens, hospedagem e lazer. E para que as férias não se tornem uma dor de cabeça, é preciso planejar, se possível, com meses de antecedência”, comenta.
Realizar um balanço de todos os gastos para ver se cabem dentro da verba estabelecida, como também, o pagamento antecipado de determinadas despesas, são importantes para prevenir dívidas. A compra antecipada de passagens aéreas e reserva de hospedagens, são um ótimo exemplo de custo benefício já que na alta temporada – seja no verão ou fim de ano – os preços de passagens, hotéis, resorts e parques de diversão tendem a ser mais altos.
“O planejamento financeiro não serve apenas para a prevenção de obstáculos ou problemas, mas também para evitar o endividamento. Com antecedência, é possível que ao comprar uma viagem e não podendo pagar à vista, o número de parcelas mensais seja confortável ao bolso do brasileiro. Estabelecer um orçamento realista, fazer pesquisas de preços e evitar apuros na carteira vão possibilitar que as férias de fim de ano sejam ainda melhores”, finaliza o especialista.