Menos Iodo na mesa do brasileiro
Quantidade de sal ingerida pela população acarreta problemas na tireoide
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a proposta para a redução de iodo no sal para consumo humano no Brasil. A adição do Iodo no sal foi adotada na década de 50 com o intuito de suprir a carência desta substância na maior parte do país, gerando um alto índice de bócio na população. De acordo com o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, o teor de iodo no sal é em média 35 mg/kg, o que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar disso, a população consume uma grande quantidade de sal, o que gera um excesso de iodo no organismo.
Segundo a endocrinologista do Hospital Santa Luzia, Dra. Cristina Blankenburg, a tireoide necessita de uma determinada quantidade de iodo para a produção de hormônios. “Antigamente a carência do iodo causava a hipofunção da tireoide, conhecida como bócio. O órgão apresentava uma disfunção hormonal e um crescimento exagerado”, afirma. O bócio se caracteriza pelo inchaço na região do pescoço, onde está a tireoide, e a formação inadequada de hormônios.
Atualmente o maior problema da adição do iodo ao sal é o consumo exagerado desta substância. “O consumo em excesso do sal está causando uma sobrecarga de iodo no organismo, o que também é maléfico ao corpo”, relata a endocrinologista. A dosagem muito alta também causa doenças tireoidianas, como hipotireoidismo e o hipertireoidismo. “A grande quantidade de sal consumida pela população brasileira está causando diversos danos à saúde, além de problemas cardiovasculares relacionados ao aumento da pressão arterial”, explica Cristina.
A medida proposta pela Anvisa pretende proporcionar um consumo adequado de iodo pela população, diminuindo os riscos de doenças tireoidianas. A quantidade atual de iodo no sal é de 20 a 60 mg/kg, a faixa aprovada pela Anvisa é de 15 a 45 mg/kg. “Além do iodo, a população deve se conscientizar que o consumo exagerado de sódio acarreta diversos problemas de saúde”, conclui.