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domingo, novembro 24, 2024
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Objetos usados por Dom Pedro II são preservados no Santuário do Caraça

Viagem do imperador ao Santuário do Caraça, no ano de 1881, deixou um legado histórico que pode ser visitado no Museu, como a cama em que dormiu com a sua esposa, Teresa Cristina, e até um penico

Situado na região Central de Minas Gerais, o Santuário do Caraça (Estrada do Caraça, Km 9 – entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara), guarda consigo histórias marcantes. Dom Pedro II, figura marcante na história brasileira, esteve no local no ano de 1881, acompanhado por sua esposa, a imperatriz Teresa Cristina, para conhecer as belezas do local, que foram registradas em seu diário, com a icônica frase: Só o Caraça paga toda a viagem a Minas”. Além das anotações, a estadia ilustre fez com que objetos simples do cotidiano se tornassem peças de museu com grande valor histórico.

O gerente geral do Santuário Caraça, Márcio Mol, conta uma história que é repetida de geração para geração, mas não é possível afirmar se realmente aconteceu. “Falam que Dom Pedro II sofreu um acidente na ladeira das Sampaias, no ano de 1881, quando ele escorregou e caiu de costas sobre uma pedra. A suposta rocha que levou o imperador ao chão foi datada e demarcada, se tornando um atrativo turístico. O fato que pode ser comprovado é o encantamento que ele teve por aqui, pois a frase: ‘Só o Caraça paga toda a Viagem a Minas‘, ficou registrada no seu diário”, diz.

O Santuário do Caraça guarda importantes registros e objetos do quarto que foi preparado para Dom Pedro II e para sua esposa se hospedarem. “Ele detalhou tudo em seu diário, desde a serra, as cascatas e outras belezas que chamaram a atenção. Com isso, ficou claro que a visita agradou o imperador, tanto que ele ordenou que fosse encomendado da França um belíssimo vitral e o presenteou à Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, cuja construção estava terminando. Para preservar essa rica história, mantemos um museu para que o turista possa ver, móveis e objetos, como a cama em que ele e dona Teresa Cristina dormiram, o penico imperial, e vários artigos que estão em exposição e ajudam a contar parte da nossa história”, conclui Márcio Mol.

Sobre o Santuário do Caraça

O Caraça é uma estrutura cultural em constante formação. Começou por volta de 1770, quando o Irmão Lourenço de Nossa Senhora iniciou a construção do hospício, como então era chamada a hospedaria para acolher peregrinos, e uma ermida – capela barroca, dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens. Posteriormente, a instituição transformou-se em Colégio e Seminário. Atualmente o lugar mantém a sua essência, proporcionando às pessoas a chance de interagir com sua história.

O complexo é tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Estadual e conta com um amplo Conjunto Arquitetônico, onde estão a primeira igreja de estilo neogótico do Brasil, o prédio do antigo Colégio (hoje Museu e Biblioteca), o hotel, com 54 apartamentos e quartos, com capacidade para até 230 pessoas, e a Fazenda do Engenho, com 26 apartamentos.

O Complexo do Caraça possui enorme diversidade de fauna e flora, com raridades de animais e plantas no meio ambiente. Na ampla diversidade de sua fauna, há 386 espécies de aves, 42 espécies de répteis, 12 espécies de peixes e 76 espécies de mamíferos. A Reserva Particular do Patrimônio Natural do Santuário do Caraça faz parte de duas importantes reservas ecológicas, as Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço Sul e a da Mata Atlântica, onde há diversas espécies de flora e fauna, algumas encontradas somente no Complexo do Santuário do Caraça, que fica na transição entre Mata Atlântica e Cerrado, onde também há campos rupestres. Em suas srras há nascentes, ribeirões e lagos que possuem águas de coloração escura, que carreiam material orgânico em suspensão.

O clima tem baixas temperaturas e elevada umidade do ar, comuns em ambientes de mata. O território do Complexo do Caraça integra a Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de BH, onde começam duas grandes bacias hidrográficas, a do rio São Francisco e a do rio Doce, que abastecem aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana.

Museu

O museu, montado a partir de mobiliário e artefatos diversos de uso diário, pertencentes ao próprio Caraça e com algumas peças remanescentes de séculos passados, constitui um interessante lugar de visitação, diariamente procurado pelos hóspedes e visitantes, através de percursos guiados pelos monitores ou por conta própria, com taxa de visitação de R$ 5.

Igreja Neogótica

O Santuário do Caraça é a primeira igreja neogótica do Brasil, construída sem mão-de- obra escrava e toda com material regional: pedra-sabão (retirada de perto da Cascatona), mármore (das proximidades de Mariana e Itabirito, Gandarela) e quartzito (da região do Caraça e vizinhanças), unidas com produtos de base de cal, pó de pedra e óleo.

Trilhas

Por meio de trilhas seguras e de trajetos mais ou menos longos e bem-sinalizados, é possível ter acesso às diversas atrações naturais e contato direto com a biodiversidade local.

Santuário do Caraça

Local: Estrada do Caraça, Km 9 – Entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara –

CEP 35960-000

Fácil acesso pelas rodovias BR 381 e MG 436, além do cômodo acesso por trem

(Estação Dois Irmãos – Barão de Cocais)

 

Taxa entrada:

R$ 20 (em dias de semana)

Finais de semana, feriados e datas comemorativas: R$30 (por pessoa)

Idosos: 50% de desconto

Moradores de Barão de Cocais, Catas Altas e Santa Bárbara:

R$10 por pessoa (qualquer dia)

 

Entrada gratuita na 1ª quarta-feira de cada mês (mediante agendamento)

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