6 de novembro de 2018 (Genebra) – A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) anunciou os resultados gerais do tráfego de passageiros de setembro de 2018, mostrando que a demanda (medida em quilômetros por passageiro e receita, ou RPKs) subiu 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse resultado foi uma desaceleração do crescimento de 6,4% registrado em agosto na comparação com o ano passado. A capacidade subiu 5,8% e o fator de carga caiu pela primeira vez em oito meses, com queda de 0,3 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2017, atingindo 81,4%.
A IATA estimou que os fortes impactos de furacões e tufões em setembro reduziram em torno de 0,1-0,2 ponto percentual o aumento esperado. Porém, mesmo depois de contabilizar esses impactos, a demanda mensal de tráfego ficou abaixo do ritmo de 6,7% no acumulado do ano.
“Embora o crescimento do tráfego em setembro esteja dentro da média de longo prazo, o resultado apresentou uma leve desaceleração em relação aos últimos meses. Isso provavelmente foi causado pela antecipação do aumento reduzido da demanda relacionado às tarifas aéreas mais baixas devido às crescentes pressões dos custos das companhias aéreas, principalmente de combustível. A grande incerteza de políticas comerciais e cada vez mais protecionistas também pode ter uma influência nisso”, disse Alexandre de Juniac, Diretor Geral e CEO da IATA.
Mercados internacionais de transporte aéreo de passageiros
A demanda internacional aumentou 4,9% e as companhias aéreas de todas as regiões registraram crescimento em relação a 2017. A capacidade total aumentou 5,1% e o fator de carga caiu 0,1 ponto percentual, atingindo 81,2%.
- As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico registraram aumento de 5,4% em setembro de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado. Esse resultado foi uma queda em relação ao crescimento anual de 7,4% em agosto. Um dos motivos da queda acentuada se refere aos impactos de tufões na região, incluindo o fechamento de vários dias do Aeroporto Internacional de Kansai. A capacidade aumentou 4,3% e o fator de carga subiu 0,9 ponto percentual, atingindo 79,2%.
- As companhias aéreas da Europa apresentaram aumento da demanda em setembro de 5,2% na comparação com setembro de 2017, similar ao aumento de agosto, que foi de 5,4%. Porém, a tendência de alta na demanda com ajuste sazonal apresenta desaceleração considerável desde o início de 2018. A capacidade aumentou 4,9% e o fator de carga subiu 0,2 ponto percentual, atingindo 87,0%, a maior taxa entre todas as regiões.
- As companhias aéreas do Oriente Médio registraram aumento da demanda de 1,8% em setembro, que foi uma baixa de quatro meses. Assim como nos meses anteriores, a volatilidade na taxa de crescimento da região é um reflexo principalmente dos acontecimentos de 2017, como a proibição na cabine de dispositivos eletrônicos portáteis maiores e as proibições de entrada nos Estados Unidos. A capacidade aumentou 5,3% e o fator de carga caiu 2,4 pontos percentuais, atingindo 72,3%.
- As companhias aéreas da América do Norte registraram aumento na demanda de 5,0% em setembro de 2018, o que representa um aumento de 3,7% em relação ao resultado de agosto. A capacidade aumentou 5,4% e o fator de carga caiu 0,3 ponto percentual, atingindo 80,8%. O fortalecimento da economia dos Estados Unidos é o motivo principal da recuperação na demanda internacional das companhias aéreas da região.
- As companhias aéreas da América Latina tiveram aumento de 7,0%, o maior entre as regiões, bem acima do crescimento de 4,4% registrado em agosto. O tráfego apresenta uma modesta recuperação desde a atividade moderada nos meses de verão e, na sequência, a greve dos caminhoneiros no Brasil, que paralisou vários setores. A capacidade subiu 9,8% – também o maior entre as regiões – e o fator de carga caiu 2,1 pontos percentuais, atingindo 80,3%.
- As companhias aéreas da África apresentaram aumento de 6,0% na demanda em setembro, uma leve queda em relação ao crescimento de 6,8% em agosto. A capacidade aumentou 4,9% e o fator de carga subiu 0,8 ponto percentual, atingindo 74,6%. O crescimento saudável ocorre em um cenário econômico cada vez mais desafiador para as maiores economias da região, a África do Sul e a Nigéria.
Mercados domésticos de transporte aéreo de passageiros
A demanda dos mercados domésticos subiu 6,5% em setembro de 2018 em relação a setembro de 2017, uma desaceleração na comparação com o crescimento de 7,5% de agosto. Um dos motivos desse resultado foi a interrupção causada por tufões e furacões mencionada acima. A capacidade aumentou 7,4% e o fator de carga caiu 0,6 ponto percentual, atingindo 81,6%.
- O tráfego doméstico do Japão caiu 5% com a passagem do devastador tufão Jebi, que causou grandes problemas, incluindo o fechamento do Aeroporto Internacional de Kansai por vários dias. No entanto, o impacto deve ter curta duração.
- O tráfego doméstico na Austrália aumentou 0,9% em setembro; em agosto, essa taxa foi de 1,7%. A demanda não teve mudanças significativas no ajuste sazonal no último ano.
Resumindo:
“No mês passado, a IATA divulgou sua previsão mais recente do tráfego de passageiros, mostrando que a demanda por viagens aéreas pode dobrar e chegar a 8,2 bilhões de passageiros em 2037. Hoje, a aviação oferece 65,5 milhões de empregos, com impacto econômico de US$ 2,7 trilhões. Com o crescimento, surge a oportunidade de contribuir ainda mais para o bem-estar global. Mas os governos precisam começar a se preparar para isso, investindo em infraestrutura adequada de aeroportos e espaço aéreo para atender à crescente demanda por conectividade. A recente decisão de cancelar a construção do novo aeroporto para a Cidade do México, uma obra tão necessária, significa um recuo que trará impactos econômicos negativos não apenas para o México, como também afetará as opções de conectividade de toda a América Latina.
“A aviação é o negócio da liberdade, que melhora a vida e o sustento das pessoas e torna o mundo um lugar melhor. Mas, para aumentar os benefícios da aviação, os governos precisam fazer sua parte, fornecendo capacidade suficiente para aeroportos e espaço aéreo, a um preço acessível e com qualidade para atender às nossas necessidades técnicas e comerciais”, disse Alexandre de Juniac.
Veja os dados completos do tráfego de passageiros de setembro de 2018.