A rede hoteleira de João Pessoa vive um dos seus piores momentos dos últimos anos. A recessão acentuada, a paralisação dos caminhoneiros e a queda do poder aquisitivo dos brasileiros estão refletindo diretamente no percentual de ocupação dos hotéis. No mês de julho deste ano, considerada meia alta temporada de férias, a ocupação está em média em 50%, conforme dados da ABIH-PB (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, seccional Paraíba). No ano passado, no mesmo período, a ocupação média foi de 80%.
De acordo com Gustavo Paulo Neto, diretor de Marketing da ABIH-PB, a situação dos hotéis da capital paraibana é bastante preocupante, porque, além da queda brusca na taxa de reservas, o setor não repassou nenhum custo de gestão para o valor das diárias. Na conta da associação, houve aumentos significativos de energia, água, salários dos colaboradores e taxas dos prestadores de serviços, além do aumento dos preços dos insumos, acima da inflação por conta da greve dos caminhoneiros.
Um alerta da atual crise da rede hoteleira foi dado no período junino deste ano. De acordo com a ABIH-PB, houve uma queda significativa na procura de reservas para as tradicionais festas juninas em junho por parte dos agentes de viagens, operadores e até mesmo dos clientes. O setor entende que o adiamento do início do São João de Campina Grade e a greve dos caminhoneiros tenham sido preponderantes para essa queda, apesar de os números já estarem bastante abaixo do esperado.
O diretor Financeiro da ABIH-PB, Inácio Júnior, acrescenta que falta uma ação de divulgação do Destino Paraíba para o público final, a exemplo de estados com Pernambuco. “Estamos há mais de 10 anos promovendo apenas capacitação junto às operadoras de turismo e agentes de viagens, que é importante, mas falta uma ação mais direta e constante de divulgação dos nossos roteiros para quem realmente compra. Se isso não for feito, certamente continuaremos a conviver com essa crise, que está se agravando ano a ano”, aponta.