Expectativa da Embratur é que 2,7 milhões de argentinos visitem o país no próximo ano e movimentem a economia com o ingresso
de US$ 1,5 bilhão
Estande da Embratur, na FIT 2017, em Buenos Aires, Argentina
A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) espera para este verão e para o próximo ano, um grande aumento do número de turistas argentinos que visitam o Brasil. O câmbio favorável, o aumento das frequências de voos diretos, a alta procura por reservas em hotéis e pacotes turísticos e ações pontuais como a campanha publicitária “O Sul é meu destino” fazem a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) projetar um crescimento de 20% na chegada de visitantes do país vizinho. Se confirmado, será o maior fluxo desde 2014.
“Devemos bater a casa dos 2,7 milhões de turistas argentinos no próximo ano. Os investimentos em infraestrutura nos destinos brasileiros e a maior disponibilidade de rotas e voos diretos com destino ao Brasil devem fazer com que haja uma disparada na chegada dos argentinos no país”, afirma Vinicius Lummertz, presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo).
Para Lummertz, o impacto positivo da chegada de mais turistas estrangeiros não poderia ser mais oportuno, diante do momento de retomada econômica que o Brasil atravessa. “Somente com os turistas argentinos devemos faturar US$ 1,5 bilhão. Os esforços de promoção internacional têm rendido cada vez mais frutos”, completa.
Outro fator determinante para essa perspectiva foi o resultado positivo alcançado pela autarquia durante a Feira Internacional de Turismo (FIT), realizada em Buenos Aires no final de outubro. Após a participação no maior evento do segmento na América Latina, os operadores brasileiros esperam gerar, ao menos, R$ 15 milhões em movimentação financeira. O valor representa aumento de R$ 3 milhões em relação à edição de 2016 do evento. O estande brasileiro na FIT foi projetado para abrir ainda mais portas para os visitantes do país que é o principal emissor de turistas internacionais para o Brasil. Segundo o coordenador de Inteligência Competitiva e Mercadológica do Turismo da Embratur, Alisson Andrade, a estratégia foi usar o espaço como uma plataforma de negócios para este mercado prioritário.
“Promovemos encontros de 28 organizações brasileiras com empresários locais. Dentre elas, 17 empresas do setor privado, como hoteleiros, operadores de turismo e Conventions e Visitors Bureau. Contamos também com 11 parceiros do setor público”, destaca.
De acordo com ele, a preferência da maioria dos turistas hermanos continua voltada para o Turismo de Sol e Praia, mas foi perceptível o aumento na procura por segmentos diferentes, como de Ecoturismo, Turismo de Aventura e Turismo Cultural. “Com cada vez mais acesso à informação de qualidade sobre os produtos turísticos brasileiros, o turista argentino pode potencializar sua experiência e conhecer toda a diversidade de atrativos naturais e culturais que o Brasil tem a oferecer e permanecer mais tempo em solo brasileiro”, explica.
Em 2016, mais de 2,2 milhões de argentinos estiveram no Brasil e injetaram na economia cerca de US$ 1,2 bilhão. A maioria desses turistas foi atraída pelo sol e o vasto litoral brasileiro. Florianópolis (SC) recebeu um quarto desse contingente. O prefeito da cidade, Gean Loureiro, foi uma das autoridades de cidades turísticas brasileiras presentes na feira com o olhar voltado a atrair o mercado argentino.
Vinicius Lummertz, presidente da Embratur, o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, e os empresários brasileiros Guilherme Paulus e Fernando Marcondes de Matos
Além da FIT, a Embratur promoveu um evento, em conjunto com a embaixada do Brasil em Buenos Aires, para divulgar os destinos do país. O embaixador, Sergio Danese e o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, receberam mais de 150 agentes de viagem, operadores, dirigentes de companhias aéreas argentinas para um contato com representantes dos estados e municípios brasileiros, bem como com empresários do setor hoteleiro dos destinos preferidos dos argentinos. O prefeito de Florianópolis apresentou um vídeo mostrando outras opções para os argentinos, diferentes das tradicionais ofertas de roteiros de praias. Para ele, investimentos em infraestrutura e qualidade dos produtos turísticos são fundamentais para evolução da demanda. “Fizemos um grande esforço para apresentar um produto melhor. É saudável a disputa entre os municípios e faz com que todos evoluam. É importante o avanço em infraestrutura para manter o Brasil como principal destino dos argentinos”, define.