Iniciativa organizada pela ABIH-MG busca diálogo com o poder público
Dezenas de representantes da hotelaria, turismo, eventos e jornalistas associados ao setor se concentraram, ontem à noite, na porta do Centro de Exposições Minascentro, na capital mineira, para manifestar contra o anúncio feito pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – Codemig em relação ao fechamento do espaço para a realização de eventos, a partir de janeiro de 2018. A iniciativa visa sensibilizar o governo para a abertura de um diálogo visando minimizar os impactos que o fechamento pode causar ao setor.
Segundo a presidente da ABIH-MG, Érica Drumond, é importante atuar com transparência para que o setor possa acompanhar o projeto de execução da obra, o orçamento previsto e inclusive apresentar quais as necessidades da reforma, visto o conhecimento adquirido na prática na utilização do Minascentro para a realização de eventos. “Precisamos saber quando o espaço será reaberto e estudar a possibilidade de uma reforma em etapas, que é o que acontece por exemplo com os aeroportos, hospitais e até mesmo com os hotéis. Um Centro de Convenções não pode fechar. Foram muitos investimentos feitos pela hotelaria devido a Lei de Incentivo visando a realização da Copa do Mundo e mais de 20 empreendimentos já fecharam e dezenas de pessoas perderam seus empregos. Temos que trabalhar de maneira conjunta para que isso não continue a acontecer. Não podemos aceitar o fechamento devido ao prejuízo que isso irá nos causar”, explica a presidente.
Carlos Zech Coelho, diretor de Eventos da Panda Produções, uma das grandes realizadoras de eventos da capital mineira, e que recentemente assumiu a presidência do Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau, afirma que o fechamento será um catástrofe visto que Belo Horizonte já sofre com a ausência de um novo Centro de Convenções, conforme prometido pelo governo municipal e que infelizmente até hoje não saiu do papel. “Mesmo diante deste cenário a cidade ainda se tornava competitiva para a realização de eventos frente a outras capitais. Com o fechamento desse equipamento não existe um outro espaço que possa substitui-lo. Se antes já estávamos perdendo nossa competitividade, agora não teremos nem mesmo espaço para atrair a realização de novos eventos. Isso é um desastre que contamina toda a cadeia produtiva da cidade como o próprio Aeroporto de Confins, o Mercado Central aqui em frente, bares, restaurantes, os próprios produtores de evento e a hotelaria. Com o fechamento Belo Horizonte sairá do mapa da realização de eventos”, alerta.
O debate a respeito do fechamento do Centro de Exposições Minascentro terá continuidade hoje com a realização de uma Audiência Pública, às 14hs, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.