Operada com verbas do MTur, a linha de crédito permite que donos de pousadas, bares e restaurantes, entre outros, inscritos no Cadastur tenham crédito para melhorar os seus negócios
O Ministério do Turismo, em parceria com a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), realizou nesta quarta-feira (20.03) o II Seminário Nacional Novo Fungetur (Fundo Geral de Turismo). O evento foi a oportunidade para gestores, representantes do trade turístico e agentes financeiros debaterem sobre ações de promoção das melhores práticas de mercado na oferta de crédito a empreendedores turísticos privados.
O secretário nacional de Infraestrutura, Crédito e Investimentos no Turismo do MTur, Carlos Henrique Sobral, abriu o evento e destacou os objetivos para 2024 com o Fundo. “É uma determinação do ministro Celso Sabino fazer com que o Novo Fungetur, esse recurso disponível, possa chegar mais rápido à ponta e de forma mais desburocratizada. Este ano, a nossa meta é que possamos fazer com que todos tenham acesso, utilizando 100% do limite disponível do Fundo”, pontuou.
Para promover a integração entre agentes financeiros de todo o país, o evento reuniu representantes de instituições credenciadas a conceder financiamentos do Fungetur, representantes do governo federal, do trade turístico e do Sebrae que discutiram, ainda, as perspectivas de futuro para o turismo no país.
A diretora do Departamento de Investimentos, Crédito, Parceria e Concessões no Turismo, do MTur, Viviane de Faria, falou sobre a expectativa do Novo Fundo. “As perspectivas para este ano são ótimas para o setor do turismo. Os empresários do trade turístico são privilegiados com as condições das linhas de crédito do Novo Fungetur, um instrumento muito importante para alavancarem os negócios de turismo, sendo um agente transformador do setor”.
Operada com verbas do MTur, a linha de crédito ofertada pelo Fungetur permite que donos de pousadas, bares e restaurantes, entre outros, inscritos no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), tenham crédito para melhorar os seus negócios. São condições diferenciadas de pagamento para a obtenção de capital de giro, a realização de obras e a aquisição de equipamentos.
Encerrando a primeira parte do evento, a secretária Executiva do MTur, Ana Carla Lopes, ressaltou o momento atual da política pública do Ministério do Turismo. “O turismo muitas vezes foi deixado de lado, e nessa gestão estamos trazendo o Novo Fungetur, com uma nova cara, com uma nova atratividade e nós temos que levar isso a todo o Brasil, porque assim conseguiremos atrair investimentos. Estamos trazendo mais eventos internacionais para o país, como o G20 e a COP30. Com isso a gente também dá um outro olhar para o turismo. E eu convido todos vocês a participarem dessa nova narrativa, não só de potencial econômico, mas de uma narrativa de um Brasil mais inclusivo”, concluiu.
VISÃO DE FUTURO – O presidente da ABDE, Celso Pansera, projeta a articulação dos investimentos do Fungetur com a nova indústria do Brasil. “Temos que colocar o turismo dentro da indústria de inovação da economia brasileira. No contexto da COP30, a gente precisa pensar linhas diferenciadas de financiamento para programas que considerem critérios como inovação, como descarbonização, que são as marcas que o Brasil vende, que a BDEA vai para fora para atrair turistas. Precisamos trabalhar nesses conceitos novos que ajudam a atrair turistas do exterior. O mundo olha para o Brasil nesse sentido”, destacou.
Parceira do MTur, a ABDE ajuda no impulsionamento do Fungetur, sendo a responsável por estratégias e ações para fortalecer o Sistema Nacional de Fomento (SNF). O SNF engloba Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs) de todo o Brasil, como bancos públicos federais, bancos de desenvolvimento de estados, bancos cooperativos, bancos públicos comerciais estaduais e agências de fomento, além da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Sebrae.
PAINÉIS – Dividido em seis painéis temáticos, o Seminário destacou questões sobre o Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur) e o Mapa do Turismo Brasileiro, importantes instrumentos para acesso aos recursos do Fundo. Trouxe ainda, representantes do trade que abordaram a respeito das perspectivas de investimentos e os desafios em relação ao crédito.
A presidente Executiva do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (SINDEPAT), Carolina Negri, falou sobre a relevância do Fungetur na prospecção a longo prazo. “É uma pauta super relevante, uma vez que a gente entende que essa linha do fundo para o turismo, ela ajuda no desenvolvimento e no estímulo do surgimento de novos players para o setor. No turismo a gente precisa trabalhar num curto e no médio e longo prazo. Os investimentos, eles acontecem com o olhar sempre para o futuro”, disse.
Outro painel trouxe as perspectivas de investimentos na área do turismo e o papel do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE), mantido pelo Sebrae, no desenvolvimento do setor. “O Sebrae está sempre à disposição, é um grande apoiador das micro e pequenas empresas e parceiro do Ministério, e nós viemos aqui, então, estreitar laços, buscar mais ações que a gente possa fazer em conjunto para viabilizar o acesso ao crédito das micro e pequenas empresas do setor turístico”, destacou o coordenador do Núcleo de Fundos Garantidores do Sebrae, Adalberto Luiz.
O representante da diretoria Socioambiental do BNDES, Pedro Iootty, Banco que está financiando ações para a COP 30, falou sobre a importância da parceria com o MTur. “Para a gente é um grande orgulho estar participando do Seminário e estar estreitando a parceria do BNDES com o Ministério do Turismo utilizando o mecanismo do Fungetur que é um instrumento poderoso, atrativo para a ponta e a gente tem visto que ele tem sido muito bem-sucedido para desenvolver o turismo no Brasil, em especial nesse momento que estamos nos preparando para a COP 30”, reforçou.
FUNGETUR – Voltado preferencialmente a micro, pequenas e médias empresas e operado por 24 agentes financeiros credenciados, o Novo Fungetur permite acessar até R$ 15 milhões por linha de financiamento, tendo juros de até 8,86% ao ano e até 5 anos de carência. A relação de beneficiários inclui meios de hospedagem, agências de turismo, transportadoras turísticas, organizadoras de eventos, parques temáticos, acampamentos turísticos, restaurantes, cafeterias, bares e similares, bem como todos os empresários registrados no Cadastur.
Para acessar o Fundo, basta procurar uma das instituições financeiras habilitadas, às quais cabe analisar os pedidos e liberar os recursos. Desde que assumiu o cargo, o ministro Celso Sabino tem percorrido o país e estimulado a utilização do Fungetur pelo trade turístico. A iniciativa integra o “MTur Itinerante”, que promove a descentralização dos trabalhos do órgão e proporciona a exposição de ações e programas do Ministério em estados e municípios.