A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) esclarece o atual cenário do preço de passagens aéreas no Brasil, que segue movimento semelhante ao dos demais mercados em todo o mundo. Segundo o mais recente relatório de bilhetes efetivamente comercializados, da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), os preços das passagens aéreas oscilam ao longo dos meses e, no acumulado de 2023 (janeiro a setembro), as tarifas aéreas no Brasil estão 8,5% mais baixas do que em 2022. As faixas tarifárias também demonstram que há diversidade de preços, com 16,4% das passagens sendo vendidas abaixo de R$ 200,00, 54% abaixo de R$ 500,00 e 85% abaixo de R$ 1 mil reais.
Considerando a série histórica da ANAC, fica claro que a tarifa média acompanha os efeitos externos, dado que a aviação é um setor fortemente afetado pelo câmbio do dólar, que representa 60% dos custos de uma companhia aérea, e pelo combustível que representa 40%. A tarifa média doméstica em 2023, de janeiro a setembro, teve alta de 14% em relação a 2019 (ano pré-pandemia). Já o QAV, na mesma comparação, subiu 86%.
Cabe ressaltar que os dados da ANAC representam bilhetes efetivamente comercializados em todo o país, enquanto que o levantamento de preços de passagens realizado pelo IPCA do IBGE é uma amostra feita por meio de simulação de compra de bilhetes em um determinado período.
Outros mercados, mesmos efeitos
Em todo o mundo, as companhias aéreas ainda buscam neutralizar os impactos gerados pela maior crise de sua história. Nos Estados Unidos, por exemplo, a tarifa aérea média do segundo trimestre de 2023 segue 10% acima do mesmo período em 2019. Enquanto isso, no Brasil, o valor médio dos bilhetes não teve aumento. A comparação foi feita com dados do Department Of Transportation (DOT). Estudo da empresa de análise de aviação Cirium revela que os preços médios dos bilhetes para centenas das rotas mais populares do mundo aumentaram 27,4% desde o início de 2022.
A ABEAR segue em defesa de uma agenda ampla e consistente para enfrentamento dos custos e aumento da competitividade no Brasil, e segue em diálogo permanente com o Governo Federal sobre medidas conjuntas que combatam os entraves ao crescimento do transporte aéreo no País.