Ainda assim, volume do mês é o segundo maior da série histórica, aponta levantamento do escritório de advocacia AG Immigration
Os EUA emitiram 85.299 vistos para brasileiros em abril, queda de 20% na comparação com o mês anterior e o segundo maior volume da série histórica, atrás apenas das mais de 106 mil emissões registradas em março. A grande maioria das autorizações foi referente ao visto de negócio e turismo (B1/B2), que representou 95% do total. Os dados são de um levantamento realizado pelo escritório de advocacia AG Immigration com base em informações do Departamento de Estado americano.
O Brasil foi o terceiro país que mais recebeu vistos americanos em abril, com México (205 mil) e Índia (101 mil) liderando a lista. China (48 mil) e Colômbia (46 mil) completam as cinco primeiras colocações do ranking.
De acordo com o advogado de imigração Felipe Alexandre, sócio-fundador da AG Immigration, a queda na emissão de vistos em abril pode ser explicada, em parte, pelos dois feriados prolongados ocorridos no mês. Como a Embaixada e os consulados processam, em média, cerca de 6 mil pedidos diariamente no Brasil, qualquer dia que eles fiquem fechados impacta na comparação mensal.
“Além disso, existem variações normais que ocorrem entre um mês e outro, como licenças, folgas e férias de funcionários, por exemplo. No entanto, a Embaixada tem feito contratações, e o volume de emissões vem crescendo do segundo semestre do ano passado para cá, o que indica um esforço bastante positivo para reduzir o tempo de espera nas emissões”, diz Alexandre.
Atualmente, o principal gargalo da Embaixada dos EUA no Brasil são os vistos de negócio e turismo (B1/B2), que historicamente respondem por mais de 90% de todas as emissões no País. Nas cinco cidades onde ele é emitido, o tempo médio de espera para obter o documento é de 508 dias, segundo estimativas do próprio Departamento de Estado para a primeira semana de junho.
São Paulo é a cidade com a maior fila: 615 dias, seguida por Porto Alegre (507), Brasília (493), Rio de Janeiro (478) e Recife (449). Com exceção da capital carioca, todas as outras nunca viram demoras tão elevadas como as atuais.
O advogado da AG Immigration estima que existam de dois a três milhões de pedidos de visto americano represados nos postos diplomáticos dos EUA no Brasil, o que, segundo ele, indica que somente em 2024 a situação deverá ser normalizada.
“Antes da pandemia, a fila de espera era medida em semanas e agora, em meses. Estamos quase chegando em anos. É um desafio bastante grande, que impacta o turismo entre Brasil e EUA”.
Vistos mais concedidos para brasileiros em abril/23
- B1/B2 (negócio e turismo): 80.949
- J1 (intercâmbio): 670
- F1 (estudo): 485
- C1/D (tripulantes de aviões e navios): 453
- L2 (dependentes de L1): 373
- A2 (diplomatas): 284
- L1 (executivos de multinacionais): 276
- B1 (negócio): 260
- P1 (atletas e entretenimento): 117
- F2 (dependentes de F1): 111
Sobre a AG Immigration
A AG Immigration é um dos principais escritórios de advocacia migratória dos EUA, já tendo auxiliado cidadãos de 32 países a obter o green card americano. É fundada por dois brasileiros: o empresário Rodrigo Costa e o advogado Felipe Alexandre, que figura há seis anos na lista dos 10 melhores advogados de imigração do American Institute of Legal Counsel e já foi duas vezes eleito para o ranking de Estrelas em Ascensão (“Rising Stars”) da Thomson Reuters. Em 2023, a empresa recebeu o título de “Immigration Law Trailblazers” da revista americana The National Law Journal. A AG Immigration tem sede em Washington, D.C., além de escritórios em Miami, Orlando, Las Vegas, Los Angeles e Nova York.