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sábado, novembro 23, 2024
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Brasil perde liderança para o México no transporte de passageiros aéreos na América Latina

Historicamente, o Brasil sempre ocupou o primeiro lugar na lista de transporte de passageiros aéreos na América Latina. No entanto, de acordo com dados do Relatório de Tráfego da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), divulgados em maio, o país foi superado pelo México no primeiro trimestre de 2023.

O México se consolidou como o maior mercado da região ao transportar um total de 29 milhões de passageiros aéreos de janeiro a março, enquanto o Brasil registrou 27,4 milhões de passageiros, ficando com a segunda posição. Esses números representam uma queda de 10% em relação aos níveis de 2019 para o Brasil, que ainda não conseguiu se recuperar completamente da pandemia.

Enquanto o México apresentou um crescimento em relação a 2019, o Brasil ainda luta para voltar a seus níveis. No primeiro trimestre de 2023, o Brasil contabilizou 229.815 voos, o que significa que está 8% abaixo do número registrado em 2019 (247.673 voos). Embora o Brasil tenha tido um número maior de voos no primeiro trimestre de 2023 que o México (cerca de 18.000 a mais), este último cresceu e se encontra apenas 1% abaixo dos níveis de 2019.

Comparativamente, no primeiro trimestre de 2019, o Brasil transportou 30 milhões de pessoas, 23% a mais do que o México, devido ao número significativamente maior de passageiros domésticos. Porém, nos três primeiros meses de 2023, enquanto o México viu um aumento de 23% nos passageiros domésticos, o Brasil registrou apenas 7% de crescimento. Já em relação ao embarque internacional, o México lidera com folga, transportando 14,3 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2023, quase três vezes mais do que o Brasil no mesmo período.

Para o CEO da ALTA, José Ricardo Botelho, alguns fatores contribuíram para esta mudança de liderança. “Por um lado, o México teve uma abertura de fronteiras oportuna, possui uma localização geográfica privilegiada e um forte turismo étnico, além de uma regulamentação relativamente eficiente na solicitação de vistos e um mercado muito dinâmico. Já o Brasil ainda está fortalecendo sua conectividade”.

Botelho também destaca a necessidade de o Brasil promover uma regulação de vistos inteligente e fortalecer seu órgão de fomento ao turismo internacional, assim como fizeram outros países da região. “Enquanto o México representa 22% dos passageiros internacionais que viajam para a América Latina, o Brasil responde por apenas 9%. A situação mostra a necessidade de estratégias e políticas que estimulem ainda mais o crescimento do setor de aviação no Brasil, que diminuam os custos operacionais, estimule a segurança jurídica e promovam um ambiente favorável ao turismo nacional, mas principalmente ao turismo internacional”.

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