O Paraná possui duas rotas: Curitiba-Morretes (através da Serra Verde Express), e Morretes-Antonina (através do Trem Caiçara). A Serra do Mar oferece belezas naturais e também uma culinária única, como o barreado, a cachaça e as balas de banana, que possuem Indicação Geográfica do Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
Passeios dentro de uma das maiores riquezas naturais do País – a Mata Atlântica – e que contam a história da criação do Paraná são opções turística desse verão. As viagens de trem oferecidas entre Curitiba e o Litoral e dentro do Litoral acontecem em percursos que ajudaram a formar o Estado como o conhecemos atualmente.
O Paraná possui duas rotas: Curitiba-Morretes (através da Serra Verde Express), e Morretes-Antonina (através do Trem Caiçara). Os pacotes são ofertados também aos turistas que visitam o Estado através da parada do cruzeiro MSC Lirica todas as sextas-feiras em Paranaguá. O navio traz milhares de turistas brasileiros e estrangeiros ao Paraná até o dia 08 de março.
Os passageiros contam com serviço de bordo completo com café da manhã, bebidas, lanches, guias turísticos, entre outros. Os guias são fundamentais para deixar o passeio ainda mais satisfatório, contando detalhes da criação das ferrovias e da natureza.
O passeio com saída da Capital e passagem pela Serra do Mar percorre 70 quilômetros (maior distância ofertada em passeios de trens no Brasil) e possui duas classes: luxo e boutique. Sobre os trilhos, o trem passa por 13 túneis, 10 estações intermediárias e 30 pontes e viadutos, obras de arte que deram ao trajeto a fama de passeio de trem mais bonito do mundo.
A linha férrea foi construída pelos irmãos engenheiros Rebouças – os dois primeiros homens negros a se formarem em uma universidade no País, ainda na época da escravidão. Os passageiros também passam pelo local onde a grande figura do Barão do Serro Azul foi assassinado, em 1894. O trajeto é realizado há 26 anos, desde a privatização da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA), com a marca de mais de 4 milhões de passageiros já embarcados.
Vera Mercia Gonçalves Canani, moradora de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), aproveitou o litoral paranaense para desfrutar do trem da Serra Verde. A gaúcha conheceu Curitiba, Morretes, Antonina e Paranaguá. “Sempre tive o sonho de fazer o passeio de trem, então vim dois dias antes do embarque no cruzeiro, peguei o trem em Curitiba e desci em Morretes. Amei muito”, conta.
Para o CEO da Serra Verde Express, Adonai Aires de Arruda Filho, a ferrovia é uma grande mola para a economia de todo o Litoral, após o passeio de aproximadamente 4 horas. “O passeio promove um dia de entretenimento, com paisagens deslumbrantes, mas também permite que essas pessoas visitem todos os atrativos no Litoral, como praias, ilhas, passeios 4×4 pela Mata Atlântica, entre outros”, destaca.
A Serra do Mar oferece belezas naturais e também uma culinária única, como o barreado, a cachaça e as balas de banana, que possuem Indicação Geográfica do Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
“O Paraná tem muita história para contar e muitas opções de exploração do turismo, que é a fonte mais barata e sustentável de geração de emprego e renda”, afirma o secretário do Turismo, Márcio Nunes. “Buscamos, cada vez mais, mostrar o Estado aos próprios paranaenses, brasileiros e também turistas estrangeiros com foco na preservação ambiental e os passeios de trem são exemplos claros desse segmento”.
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ANTONINA-MORRETES – Em um trajeto um pouco menor, entre Morretes e Antonina, com 15 quilômetros e aproximadamente uma hora de duração, o Trem Caiçara promove uma particularidade única: o passeio pelas cidades históricas do Litoral é feito com a locomotiva a vapor mais antiga em funcionamento no Brasil. É a única Maria Fumaça em funcionamento no Paraná.
Foi esta locomotiva, aliás, que foi utilizada para a construção da principal ferrovia do Paraná há dois séculos. O passeio atravessa a Mata Atlântica pela região dos manguezais, e os passageiros têm a oportunidade de desfrutar o que existe de melhor da culinária local. É possível, ainda, visitar uma fazenda onde existe um museu ferroviário. A Maria Fumaça, com capacidade para 148 passageiros, passa por pontes metálicas e outras três de grande porte.
“Unimos história, cultura, geração de emprego e renda com o turismo do Litoral”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, Marlon Ilg.
HISTÓRIA – Obra-prima da engenharia mundial, a Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba foi construída entre 1880 e 1885. Iniciada pelos irmãos Rebouças e concluída por Antônio Ferrucci e João Teixeira Soares, possui 110 quilômetros de trilho e muitos túneis – o maior deles com 457 metros de extensão –, além de 10 estações e 30 pontes e viadutos.
O trem inaugural entrou na recém-construída Estação Ferroviária no bairro Rebouças, em Curitiba, no dia 2 de fevereiro de 1885, às 19 horas. Quase 140 anos depois, toda essa história é pode ser revisitada exatamente neste mesmo local, que hoje abriga o Museu Ferroviário e a experiência imersiva “Expresso Estação”, que formam uma dica de passeio para quem estiver na Capital.
O único museu do Brasil dentro de um shopping center – o Shopping Estação, empreendimento que incorporou a antiga estação ferroviária da cidade – foi construído exatamente no local onde acontecia o embarque de passageiros no final do século 19 e em boa parte do século 20, mantendo estruturas originais como guichês, bilheterias, pisos, telégrafos e letreiros com horários dos trens.
Com um acervo de mais de 600 peças (livros, relógios, telefones e objetos do interior das locomotivas como bagageiros, fechaduras, luminárias e máquinas de escrever), o espaço é uma viagem no tempo que contribui no resgate e a preservação da memória do sistema ferroviário do Paraná e agrada adultos e crianças.
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O Museu Ferroviário conta, também, com obras de importantes artistas paranaenses como Poty Lazzarotto, Alfredo Andersen e João Turin. Em lugar de destaque também se encontra a pequena locomotiva apelidada de “Mariazinha Fumaça”, que operava nas fazendas da região de Wenceslau Braz, no Norte Pioneiro, e que, entre os anos 1970 e 1980, ficou exposta no pátio da estação ferroviária da cidade.
Uma atração anexa ao museu oferece ainda uma verdadeira aventura tecnológica no universo ferroviário: o Expresso Estação é o maior simulador de Maria Fumaça a bordo de um trem de verdade. A experiência interativa e imersiva consiste em um vagão ambientado como um trem de época, que faz a viagem de Curitiba a Paranaguá. A aventura, que se passa em telas instaladas na frente do vagão e em todas as janelas, leva os participantes a narrativas sobre a região, riquezas da época, paisagens naturais, animais, trajeto e referências da Serra, como a ponte São João e o Pico Marumbi. Até a trepidação do vagão pode ser sentida pelos passageiros virtuais no simulador.