“Eu nasci no Rio de Janeiro, me considero um africano nascido em terras brasileiras, mas na Bahia me considero um completo brasileiro”. A declaração é de Seu Jorge, que participou do Festival Liberatum, em Salvador, neste sábado. O artista participou do painel “De Quem é o Papel de Promover a Diversidade?”, que reuniu também o a atriz espanhola Rossy de Palma e sua filha Luna Lionne, além do rapper baiano Hiran. O diálogo foi proposto pelo Governo do Estado, por meio das secretarias de Turismo (Setur-BA), Cultura (Secult) e Trabalho, Emprego e Renda (Setre).
Também perguntada sobre suas experiências na Bahia, Rossy de Palma revelou visitar o estado pela segunda vez. “Na primeira, aconteceram algumas coisas místicas e agora quero ter outras experiências, a Bahia está sempre em meu coração”. Já Hiran disse que sua terra natal é inspiração: “Eu levo tudo daqui para o mundo”.
O turismo integrou também os debates em torno de Afrofuturismo – Ancestralidade, Inovação e Transformação, painel com o empreendedor Paulo Rogério e a coordenadora de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas da Embratur, Tania Neres. “Pouco fica para a população negra com o turismo, então temos de começar a reestruturação e isso pede protagonismo, empreendimento, é disto que se trata o afroturismo”, disse Neres.
“Precisamos entender que o afroturismo perpassa por várias outras questões e que o povo preto está organizado e sabe o que quer”, completou a mediadora do painel, Marina Duarte, presidente estadual da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro).
Promoção dos destinos – No espaço destinado ao Governo do Estado no evento, a Setur-BA divulga entre o público visitante os potenciais e atrativos das 13 zonas turísticas da Bahia. Com uma baiana estilizada, distribuição de fitinhas do Senhor do Bonfim e cocadas e confecção de turbantes, além de apresentações de grupos culturais, como o bloco Muzenza, o estande atrai a atenção dos participantes do público do Liberatum. Empreendedores da economia solidária mostram o que a Bahia tem de melhor no artesanato e na agricultura familiar, em parceria com outros órgãos estaduais.
“O evento, assim como a própria Bahia, que eu só conhecia pela mídia, superaram minhas expectativas. Vim especialmente para a palestra de Seu Jorge e suas posições sobre a negritude”, afirmou o angolano Mika Costa, de 24 anos.
“Gostei muito da Bahia, principalmente da cultura, com a qual tenho muitas afinidades e foi este aspecto também que me atraiu ao evento”, completou Jailson Cardoso, de 23 anos, da Guiné-Bissau.