A principal exposição do ano do Museu de Arte do Rio apresenta a história do funk por meio da sua sonoridade, seus compositores e a constante reinvenção do ritmo musical
O Museu de Arte do Rio (MAR) lança a sua nova exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade” no dia 29 de setembro. A principal mostra do ano do MAR perpassa os contextos do funk carioca através da história. Apresentada pelo Instituto Cultural Vale, com curadoria da Equipe MAR junto a Taísa Machado e Dom Filó, a mostra contou também com a colaboração de consultores, como Deize Tigrona, Celly IDD, Tamiris Coutinho, Glau Tavares, Sir Dema, GG Albuquerque, Marcelo B Groove, Leo Moraes, Zulu TR.
A temática da exposição irá apresentar e articular a história do funk, para além da sua sonoridade, também evidenciando a matriz cultural urbana, periférica, a sua dimensão coreográfica, as suas comunidades, os seus desdobramentos estéticos, políticos e econômicos ao imaginário que em torno dele foi constituído. “Funk é um tema coletivo. Durante muitos momentos no MAR, fomos instigados a fazer uma exposição sobre o funk carioca. A exposição conta com duas salas. A primeira sala é sobre o soul, esse movimento de músicas importadas dos anos 70 e 80, que ganhou repercussão no Brasil e, é claro, influenciou o consumo também de roupas, sapatos, cabelos…a estética que vira consumo. Tem ali, ainda, a presença de pessoas que tinham acesso a equipamentos, compravam discos importados e começavam a fazer grandes equipes de som para tocar nas festas. Eram essas festas, feitas em clubes de bairros, que precederam o funk de hoje. Já a segunda sala é toda dedicada ao baile de favela, que hoje constitui, talvez, uma das maiores forças de produção artística carioca e nacional. A gente mergulha nisso, na história dos bailes constituídos por lonas, instalados em vários lugares, mas sempre dentro das comunidades”, antecipa Marcelo Campos, Curador Chefe do MAR.
A abordagem vai se estender, ainda, à presença do funk nas mais variadas dimensões e práticas culturais, com especial atenção ao campo das artes visuais contemporâneas, para as quais o funk foi uma referência de visualidade, de resistência política, de alteridade e de forma. Objetos próprios da história do estilo musical serão combinados a uma profusão audiovisual de sons, vozes e gestos, bem como atravessados por uma iconografia relacionada ao funk, de modo a convidar o público da cidade a experimentar sua história como uma das mais potentes formas de imaginar e singularizar o Rio de Janeiro.
Para o MAR, essa é uma exposição carregada de significados que dialogam com a história da cidade do Rio de Janeiro. “Trazer o funk para dentro do Museu de Arte do Rio é reconhecer que ele já ganhou o mundo ao ter se internacionalizado como estilo musical que dialoga com muitas vozes e representa nossa cultura diversa, inquieta, ousada e livre. Este é o nosso objetivo: proporcionar ao público um encontro com a dimensão desse tão significativo movimento da cultura carioca e brasileira”, afirma Leonardo Barchini, Diretor e Chefe da Representação da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) no Brasil, instituição que faz a gestão do MAR.
A exposição é dividida em 11 núcleos e contará com mais de 900 itens. Entre os mais de 100 artistas brasileiros e estrangeiros que participam da exposição, estão Herbert, Vincent Rosenblatt, Blecaute, Gê Vianna, Manuela Navas, Maxwell Alexandre, Fotogracria, Emerson Rocha, Panmela Castro, Bruno Lyfe, entre outros. O público poderá interagir com algumas instalações, ouvir músicas, dançar e ler textos que contam a história do ritmo musical pelas duas salas do pavilhão de exposições. A expografia é assinada pelo Estúdio Gru.a.
E na noite de abertura a exposição a programação do MAR contará com um baile funk no Pilotis do Museu. Estão previstas as apresentações de dança do Afrofunk Rio, e das atrações musicais Jonathan da Provi, MC Cacau canta MC Marcinho e Trilogia do Santo Amaro. O evento é gratuito, com retirada de ingressos via Sympla e sujeito à lotação
MUSEU DE ARTE DO RIO
O MAR é um museu da Prefeitura do Rio e a sua concepção é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Roberto Marinho. Em janeiro de 2021, o Museu de Arte do Rio passou a ser gerido pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) que, em cooperação com a Secretaria Municipal de Cultura, tem apoiado as programações expositivas e educativas do MAR por meio da realização de um conjunto amplo de atividades. A OEI é um organismo internacional de cooperação que tem na cultura, na educação e na ciência os seus mandatos institucionais.
“O Museu de Arte do Rio, para a OEI, representa um espaço de fortalecimento do acesso à cultura, ao ensino e à pluralidade intimamente relacionado com o território ao qual está inserido. Além de contribuir para a formação nas artes e na educação, tendo no Rio de Janeiro, com sua história e suas expressões, a matéria-prima para o nosso trabalho”, comenta Leonardo Barchini, Diretor e Chefe da Representação da OEI no Brasil. Após o início das atividades em 2021, a OEI e o Instituto Odeon celebraram a parceria com o intuito de fortalecer as ações desenvolvidas no museu, conjugando esforços e revigorando o impacto cultural e educativo do MAR, a partir de quando o instituto Odeon passa a auxiliar na correalização da programação.
O MAR tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor, a Equinor, o Itaú Unibanco e a Globo como patrocinadores master, e a Nadir Figueiredo como patrocinadora. São os parceiros de mídia do MAR: a Globo e o Canal Curta.
A Machado Meyer Advogados e a Icatu, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, também apoiam o MAR.
O MAR conta ainda com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, do Ministério da Cultura e do Governo Federal do Brasil, também via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Mais informações em www.museudeartedorio.org.br
INSTITUTO CULTURAL VALE
O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa.
Nos anos 2020-2022, o Instituto Cultural Vale patrocinou mais de 600 projetos em mais de 24 estados e no Distrito Federal. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale em institutoculturalvale.org.
Serviço:
EXPOSIÇÃO: “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade”
Local: Museu de Arte do Rio (MAR) Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro
Abertura: sexta-feira, 29 de setembro – 18h
Encerramento: julho de 2024
Entrada para a abertura: gratuita
Visitação: de quinta-feira a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Programação de abertura / retirada de ingressos via Sympla (sujeito a lotação):
https://www.sympla.com.br/evento/abertura-da-exposicao-funk-um-grito-de-liberdade-e-ousadia/2170119
18h- Início do evento e abertura da exposição.
18h30- Falas institucionais
18h50- Apresentação de dança do Afrofunk Rio
19h10- DJ Jonathan da Provi
20h- Mc Cacau canta Mc Marcinho
20h40- Trilogia Santo Amaro
22h- Encerramento
CRÉDITOS IMAGENS:
Gê Viana – Radiola de promessa, da Série Atualizações Traumáticas de Debret, 2022 – colagem digital
Hebert – Vivo de janeiro a janeiro, não só em dezembro, 2021 – arte digital
Bruno Lyfe – Tá ok, 2023 – acrílica e óleo sobre tela
Gabriel Labarba – Prosperar e resistir, 2020 – acrílica sobre MDF