Em maio de 2023, 29,8 milhões de passageiros foram transportados na região da América Latina e Caribe (LAC), representando 1,8% acima dos níveis pré-pandemia, segundo dados do Relatório de Tráfego da Associação Latino-Americana e Caribenha (ALTA), cujo relatório mostra que o tráfego doméstico de passageiros na LAC cresceu 10,8% no mês.
No contexto dos passageiros domésticos, o Brasil superou pela primeira vez os níveis pré-pandemia (+3%), totalizando 7,3 milhões de passageiros transportados, sendo o mercado doméstico mais importante da região, com 81% do tráfego total em maio.
Enquanto isso, o México ficou 12% acima de seus níveis pré-pandêmicos, enquanto Argentina e Chile continuaram sua tendência de crescimento, superando seus níveis de 2019 com 9% e 4%, respectivamente. O Chile superou pela terceira vez consecutiva seu número de passageiros transportados em 2019, portanto, é uma tendência de que seu mercado doméstico está totalmente recuperado.
Na Venezuela, em maio de 2023, foram operados mais de 2.400 voos domésticos, um aumento de 58% em relação a maio de 2019. Na rota Caracas-Isla Margarita, que é a rota mais importante do mercado doméstico venezuelano, foram operados 36% mais voos em comparação com 2019, e para a terceira rota mais importante (Caracas-Maracaibo), houve uma duplicação dos voos operados: de 124 em maio de 2019 para 249 voos em maio de 2023, resultado de três novas companhias aéreas que começaram a atuar na rota.
No entanto, o futuro da recuperação do mercado interno da região está ameaçado por fatores econômicos. “As estimativas de junho do Banco Mundial apontam para a região da América Latina e Caribe desacelerando seu crescimento para 1,5% em 2023, o que representa uma queda de 0,2 ponto em relação à previsão de janeiro de 2023”, argumenta José Ricardo Botelho, diretor executivo e CEO da ALTA.
Botelho explica que a recuperação econômica da região pós-pandemia tem sido inconsistente, e paradoxalmente alguns dos países com menor crescimento econômico têm sido os que mais transportaram passageiros, como Brasil, México, Colômbia e Chile. “Os mercados do México e da Colômbia estão totalmente recuperados tanto no tráfego doméstico quanto no internacional. Antes da pandemia, Brasil, México, Colômbia e Chile concentravam 66% do tráfego total da região, aumentando para 70% em 2022.”
Mercado internacional
Por outro lado, o tráfego internacional extra-LAC ficou 6,1% abaixo, e o intra-LAC permaneceu como o mercado que vem se recuperando mais lentamente, 9,8% inferior aos níveis de 2019. Nos primeiros 5 meses do ano, 148,6 milhões de passageiros foram transportados, o que representa 0,7% abaixo de 2019, afirma o relatório.
Em maio de 2023, o México se destacou com um crescimento de 12% em relação aos níveis de 2019 e a República Dominicana com 15%. Brasil. Argentina e Chile ainda permaneceram abaixo de seus níveis de passageiros internacionais pré-pandemia em 84%, 78% e 77%, respectivamente. Em abril de 2023, a Colômbia superou seus níveis pré-pandêmicos em 20%.
Panorama geral na América Latina e Caribe
Em maio de 2023, 29,8 milhões de passageiros foram transportados na LAC, um crescimento de 1,8% em relação aos passageiros transportados no mesmo mês de 2019. No entanto, a região voltou ao segundo lugar na recuperação global, pois o Oriente Médio superou seus níveis de 2019 com 3,2%, depois de mostrar uma desaceleração. A África excedeu níveis pré-pandêmicos em 0,3%, voltando para o terceiro lugar. A América do Norte, por sua vez, atingiu 96,3%, a Europa 90,8% e o Sudeste Asiático continuou sendo a região com a recuperação mais lenta, com 89,5%. Em geral, todas as regiões do mundo apresentaram progresso em relação ao mês anterior, resume o Relatório de Tráfego da ALTA.