Brasil foi o 18º país com mais cidadãos flagrados pelas autoridades americanas em abril
Um levantamento realizado pelo escritório de advocacia AG Immigration, com base em dados do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP), revelou que a quantidade de brasileiros flagrados tentando entrar ilegalmente em solo americano cresceu 28,6% em abril. Ao todo, foram 3.873 encontros com brasileiros – o maior volume dos últimos oito meses e a terceira alta consecutiva.
Encontro é um termo técnico das autoridades de fronteira que se refere a dois tipos distintos de evento: a detenção, que acontece quando os imigrantes são levados sob custódia para aguardar julgamento; e a expulsão, que se dá quando eles são imediatamente devolvidos para seu país de origem ou último país de trânsito.
No acumulado dos quatro primeiros meses de 2023, mais de 10,3 mil brasileiros foram flagrados ilegalmente na fronteira americana – um avanço de 5,6% sobre o mesmo período de 2022. Os números ainda não refletem as novas regras de controle de divisa dos EUA, colocadas em prática em 11 de maio após o governo decretar o fim do estado de emergência pública no país.
Considerando-se todas as nacionalidades, os EUA registraram 275 mil encontros com imigrantes em abril, número 6,7% superior ao de março e 5% maior do que em abril do ano passado. No geral, o Brasil foi o 18º país que mais teve cidadãos flagrados na fronteira americana no mês passado. O ranking é liderado por México (67,8 mil), Venezuela (41,1 mil), Colômbia (18,7 mil) e Guatemala (14,4 mil).
“Via de regra, os brasileiros que são flagrados na fronteira dos EUA fazem essa travessia porque não encontram mais condições de ter uma vida no Brasil, seja porque algum membro da família perdeu o emprego e não consegue outra fonte de subsistência ou porque vive em alguma outra condição de vulnerabilidade, como em regiões de elevada criminalidade”, explica o advogado de imigração Felipe Alexandre, sócio advogado da AG immigration.
De acordo com o advogado, é provável que os números de maio apresentem um novo crescimento, uma vez que há relatos de intensificação do trabalho de atravessadores – os chamados coiotes – em toda a América Latina. “Com o fim do Título 42, muitos criminosos estão vendendo a ideia de que agora atravessar a fronteira ficará muito mais fácil, o que não é verdade. Desde janeiro, a administração federal tem adotado medidas para dificultar o pedido de asilo no país”, diz Alexandre.
Ele lembra que, com o Título 42 – uma medida de saúde pública que autorizava a expulsão imediata de estrangeiros na fronteira para evitar a disseminação de Covid-19 –, esses imigrantes não sofriam nenhum tipo de sanção. Agora, porém, com o fim da medida, quem for flagrado tentando entrar ilegalmente nos EUA poderá ser banido de retornar ao país por cinco ou dez anos.
Países mais flagrados na fronteira dos EUA em abril de 2023 (variação sobre março)
México: 67.833 (-17,6%)
Venezuela: 41.111 (157,2%)
Colômbia: 18.788 (7,4%)
Haiti: 17.771 (18,7%)
Guatemala: 14.462 (-5,9%)
Honduras: 13.141 (-2,5%)
Índia: 12.524 (29,8%)
Cuba: 9.008 (32,1%)
Ecuador: 6.483 (-7,8%)
Ukraine: 5.605 (-16%)
Total: 275.448 (6,7%)
Sobre a AG Immigration
A AG Immigration é um dos principais escritórios de advocacia migratória dos EUA, já tendo auxiliado cidadãos de 32 países a obter o green card americano. É fundada por dois brasileiros: o empresário Rodrigo Costa e o advogado Felipe Alexandre, que figura há seis anos na lista dos 10 melhores advogados de imigração do American Institute of Legal Counsel e já foi duas vezes eleito para o ranking de Estrelas em Ascensão (“Rising Stars”) da Thomson Reuters. Em 2023, a empresa recebeu o título de “Immigration Law Trailblazers” da revista americana The National Law Journal. A AG Immigration tem sede em Washington, D.C., além de escritórios em Miami, Orlando, Las Vegas, Los Angeles e Nova York.