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domingo, novembro 24, 2024
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Passeio no Rio do Peixe, no Guarujá, alerta para preservação urgente do manguezal

Num roteiro de 1 hora e meia, o turista é convidado a adentrar no Rio do Peixe, conhecer de perto o mangue e participar do plantio para recompor o que a poluição causou nessa importante região do Guarujá – SP

O Rio do Peixe é um local rico em vida, porém ainda com muitos resíduos descartados de forma indevida. Uma das alternativas para financiar o projeto de limpeza dos manguezais é a abertura de um roteiro de Educação Ambiental, apresentando o local, onde é possível o avistamento de muitos animais, como pássaros e peixes.

As ações desenvolvidas pela S.O.S. Rio do Peixe junto ao INMAR (Instituto Nova Maré ), são voltadas para restaurar, recuperar e transformar os biomas litorâneos, dentre eles o Rio do Peixe, em um marco da sustentabilidade brasileira para a educação ambiental. Dentre outras ações, o INMAR promove a construção sustentável do turismo em Guarujá, acreditando que pontos turísticos como a Ilha dos Arvoredos e o Rio do Peixe, localizados nas Praias do Pernambuco e do Perequê, respectivamente, são uma forma de conscientizar a população local e trazer prosperidade ao município.

Projeto Nossos Mares

A Instituição S.O.S Rio do Peixe e os pescadores da Praia do Perequê, com o projeto Nossos Mares visam proteger o ecossistema local. Já são mais de 20 toneladas de lixo retirados do mar e das zonas costeiras de Guarujá, Santos e Bertioga. O lixo, que é encontrado acidentalmente nas redes de arrasto pelos próprios pescadores, é submetido a gravimetria, análise visual e destinação final ambientalmente adequada. Trata-se de uma grande união entre os pescadores locais e os voluntários que ajudam na coleta dos resíduos sólidos, encontrados nos manguezais, nas praias e nos mares.

Conheça a história de Jackson, o idealizador e fundador do Instituto S.O.S. Rio do Peixe – De origem Caiçara e criado no Guarujá, Jackson Xavier é pescador e marinheiro há mais de 20 anos. Idealizador e Presidente da Instituição S.O.S. Rio do Peixe – a 1ª entidade do município a combater o lixo no mar. Jackson uniu mais de 120 pescadores em seu projeto, realizando um trabalho de educação ambiental e orientando sobre os problemas causados pelos resíduos existentes nos rios e oceanos, sendo este um dos temas centrais abordados pela Ciência da Década Oceânica, estabelecida pela ONU.

O projeto S.O.S. Rio do Peixe nasceu em Janeiro de 2019, depois que Jackson saiu com seu caiaque, e ao invés de remar para o mar, remou para o Rio do Peixe.

Adentrando o Rio, ele se deparou com uma quantidade absurda de lixo dentro do manguezal e sentiu que a sua missão de vida era cuidar daquele local. Com o projeto Nossos Mares e Amigo Pescador, criados por ele e por Thais Diniz, no Bairro do Perequê, foram reconhecidos por esse trabalho por diversas entidades de proteção ao Meio Ambiente e por mídias importantes.

Importância do Pescador Artesanal no combate ao lixo no mar

Para auxiliar os pescadores no recolhimento dos resíduos retirados da natureza são doados kits com sacos de lixo e luvas. Após análise, os materiais recicláveis são destinados às cooperativas e os rejeitos são encaminhados para disposição adequada. No período de agosto de 2021 até abril de 2022, foram retirados mais de 1.600 kg de resíduos do mar, os quais foram deixados no Ponto de Entrega Voluntária (PEV), exclusivo para pescadores. Esses números demonstram o engajamento da comunidade e a conscientização de sua importância para o desenvolvimento socioambiental e a manutenção da biodiversidade local, uma das mais ricas do Planeta, chegando a obter 20% do total de espécies do mundo, encontradas em terra e água, fazendo da Mata Atlântica uma das paisagens mais importantes para a conservação da biodiversidade do mundo.

Cultura e arte nunca podem ficar de fora

Jackson deu início a um trabalho artesanal com garrafas de vidro, retiradas do manguezal pela comunidade local, por meio da conscientização de que todo o resíduo familiar deve ter sua destinação correta, evitando que o lixo seja jogado no próprio Rio do Peixe. Atualmente, Jackson também é membro voluntário do Instituto Nova Maré (INMAR).

Prefeitura deu empurrão com ajuda técnica da SEMAM

Três pontos importantes têm de ser considerados. O primeiro deles é que a Prefeitura Municipal do Guarujá, que deu apoio técnico através da SEMAM, tem de ajudar agora mais de forma direta esse projeto, através da secretaria de turismo, colocando o roteiro na programação oficial de passeios oferecidos pela cidade do Guarujá aos visitantes

O roteiro turístico pelo Rio do Peixe é um exemplo de Turismo de Base Comunitária, um apoio e incentivo mais assertivo a esse projeto seria uma pequena rendição às últimas administrações da cidade, que são casos de insucessos, tanto na promoção do destino, como na prevenção e cuidado com a segurança dos turistas e veranistas.

Parte do esgoto de condomínio de luxo é descartado de forma irregular

Outro fator importante é que seja feito um trabalho de diálogo urgente com o Condomínio Acapulco, um residencial de casas de alto luxo, que foi construído bem próximo às margens do Rio do Peixe, e que tem recebido denúncias de turistas e visitantes que parte dos resíduos de esgoto e de lavagem de suas ruas são descartadas diretamente no leito do rio sem tratamento adequado, portanto esse assunto tem de ser resolvido com a máxima urgência.

Apoio do Guarujá Convention & Visitors Bureau ao projeto deve ser urgente

Outro fator preponderante é o Guarujá Convention & Visitors Bureau ter um olhar para os projetos de sustentabilidade e apoiar integralmente essa e outras ações, e provar que o Guarujá não vive apenas de sol e praia. A sustentabilidade e a preservação são fatores cruciais para o fortalecimento do destino turístico como um todo. O passeio pelo Rio do Peixe pode ser feito por turistas de todas as idades, inclusive cadeirantes, pois o barco foi projetado e construído por Jackson Xavier.

O roteiro tem o preço de R$ 60,00 por pessoa, num passeio de 1 hora e meia, com direito a ver a riqueza do mangue, a vivenciar a enorme fauna presente nesse ecossistema, além de ajudar a preservar um rio que é base para uma das maiores colônias de pescadores do litoral brasileiro. O turista é convidado a plantar uma muda da planta do mangue, numa área que está sendo regenerada.

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