Destaques:
- Valor histórico foi 44% acima ao mesmo período de 2019;
- Dos 11 setores avaliados, somente três ficaram abaixo de 2019;
- Setores aéreo e hoteleiro continuam o destaque;
- Viagens de lazer cresceram 118%
O setor de viagens corporativas apresentou em março expressivo crescimento de 44% em relação ao mesmo mês de 2019, antes da pandemia. Foi R$ 1,28 bilhão no mês passado, comparados aos R$ 890 milhões em março de 2019, conforme levantamento da Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp).
O resultado “é extraordinário e mostra a retomada firme e forte do setor em 2023”, afirma Gervasio Tanabe, presidente executivo da Abracorp.
O faturamento de março, conforme a Abracorp, deveu-se ao ótimo desempenho do segmento de serviços aéreas, que faturou R$ 820 milhões, 42% acima do mesmo mês de 2919. Serviços aéreos foram responsáveis por 64% de todo o volume dos onze setores analisados. Ênfase para segmento aéreo doméstico, que ficou abaixo apenas 12% em bilhetes emitidos em relação a março 19, com forte crescimento da Latam tanto em oferta como demanda. A Gol continua líder (+34,1%).
“Para termos uma ideia, nenhum mês de 2019 registrou um volume tão representativo assim. Todos esses indicadores mostram que o mercado corporativo está aquecido, não só com as tradicionais viagens corporativas, mas também com os eventos que retornam em alta velocidade. Isso tudo gera uma boa expectativa para toda a cadeia de viagens, lembrando sempre da necessidade do mix entre as viagens corporativas e o lazer, já que ambas não sobrevivem isoladamente”, afirma Tanabe.
O setor hoteleiro também se destacou no mês, com faturamento de R$ 323 milhões, 48% acima do registrado em março de 2019. Houver O setor apresentou também maior volume de transações (+20%) e faturamento (+54%). A Rede Accor mantém o vigor na liderança entre as grandes redes (36%).
A locação manteve o fluxo crescente, com +16% em diárias e +29% em faturamento. Com a liderança da Localiza (62%), porém com uma evolução em diárias por parte da Movida (+136%).
O segmento rodoviário continua em curva ascendente (+514%), sendo a maior variação entre os setores analisados. Isso se deve à alta das tarifas aéreas domésticas (+78%), em média e à mudança de comportamento do viajante corporativo, especialmente para os trechos mais curtos.
Os serviços do setor também apresentaram uma percebida melhora na qualidade, com poltronas confortáveis, wi-fi e serviço de bordo.
Pacotes de Viagens/Lazer faturou R$ 24 milhões, 118% acima de março de 2019. “Esse é um ótimo sinal, pois o segmento está atrelado à realização de eventos corporativos, feiras, congressos e convenções, que estavam represados por muitos anos e estão retornando paulatinamente. Porém, ainda persiste problema: a falta de mão de obra no setor”, diz Tanabe.
NDC NA PAUTA
O ano começa colocando na pauta do setor a discussão do NDC (New Distribution Capability), que a IATA a define como “um programa lançado para o desenvolvimento e adoção no mercado de um novo padrão de transmissão de dados baseado em XML (Padrão NDC)”.
Ainda segundo a IATA, o padrão NDC aprimora a capacidade de comunicação entre companhias aéreas e agentes de viagens e está aberto a qualquer terceiro, intermediário, provedor de TI ou não membro da IATA, para implementação e uso.
“Nós, da Abracorp, vemos que essa capacidade de comunicação entre companhias aéreas e agentes de viagens está muito aquém do esperado para uma relação de uma transação seamless como as aéras costumam dizer. De maneira sintetizada, trata-se de uma forma de distribuição para a companhia aérea, onde ela detém controle total sobre o conteúdo e o processo de distribuição. Portanto, virá dela o que distribuir, por quanto distribuir, quando distribuir e para quem distribuir”, alerta Tanabe.