O HotéisRIO, em parceria com a ACIR (Associação Comercial e Industrial da Região do Recreio e Vargens), realizou, no dia 7 de dezembro, o 18º Fórum de Meio Ambiente, com foco nas regiões da Barra, Recreio, Vargens e Jacarepaguá. O evento teve como tema principal a despoluição do sistema lagunar da Zona Oeste e apontou caminhos para potencializar a recuperação e a utilização responsável do meio ambiente.
De acordo com o presidente da ACIR e do HotéisRIO, Alfredo Lopes, o fórum tem o intuito de chamar a atenção da população para questões ambientais e de conscientizar a sociedade. “É necessário equilibrar as demandas do crescimento econômico com a questão ambiental. Temos que ser capazes de construir um modelo de administração que atenda os dois lados. Considerando que o turismo é a principal vocação da nossa cidade, não podemos sofrer com os odores desagradáveis que às vezes afetam nossa região, assim como não é possível impedir a circulação de pessoas. A solução passa por alinhar poder público e iniciativa privada”.
O presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Felipe Campello, presente à abertura, concordou: “É importante compatibilizar crescimento econômico com conservação ambiental. Não é papo de ambientalista: a cidade precisa estar preparada para responder rápido diante de eventuais problemas, como inundações, que prejudicam o desenvolvimento das atividades”.
Para o presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Carlos Caiado, a participação do município em um fórum como esse é essencial. “Até recentemente o saneamento era tratado como uma questão estadual. No entanto, criamos um conselho de saneamento na Câmara e conseguimos viabilizar que a Prefeitura se envolvesse com o tema. Uma área urbana complexa como a nossa tem que ter um rumo, por meio de um Plano Diretor”.
O conteúdo do fórum foi debatido em um painel único com a apresentação do oceanógrafo engenheiro costeiro e ambiental e professor da Faculdade de oceanografia da UERJ, David Zee – Oceanógrafo, com o título “Revitalização do Sistema Lagunar da Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá, gerando desenvolvimento econômico para a região”. Segundo ele, nos anos 60, o poder público construiu vias e canais de forma a proporcionar acesso e habitabilidade à região da Zona Oeste. No entanto, nos últimos 40 anos, a manutenção não foi adequada, o que tem gerado problemas. “O Canal de Sernambetiba, por exemplo, transborda com frequência. No entanto, não adianta somente dragá-lo. É preciso desobstruir a saída para o mar, na praia da Macumba”, explica. O professor ressalta que é preciso mais do que proteger a embocadura. “A solução é preservar a praia, que foi criada pela natureza para proteger o litoral. Caso contrário, mesmo com a dragagem existe o risco de transbordamento, em caso de fortes chuvas, e inundação da região com as águas do canal, hoje, infelizmente, poluídas, o que aumenta as doenças e pressiona o sistema de saúde pública”.
Atualmente, a Prefeitura está fazendo a dragagem do canal de Sernambetiba, conhecido como Rio Morto, para propiciar a drenagem da região das Vargens. Já a Iguá, nova concessionária do serviço, tem a incumbência de despoluir todo o sistema lagunar da região.
O subprefeito da Barra, Raphael Lima, ressaltou que o que está sendo feito no Canal de Sernambetiba, também conhecido como Rio Morto, é uma dragagem plena, eliminando lodo e sedimentos do leito do canal. “Serão retirados mais de 80 milhões de metros cúbicos. A ideia é evitar alagamentos e possibilitar a navegação, graças ao aumento do calado. Aliás, há um movimento no sentido de incrementar o transporte lagunar e contamos com a Iguá, que vem fazendo um trabalho importante na reforma das estações elevatórias de esgoto, para nos ajudar a viabiliá-lo”.
Esta foi a 18ª edição do Fórum de Meio Ambiente, apontado pelo empresariado local como um importante espaço de debate e tendências para o desenvolvimento sustentável da região.