Após o rigoroso período de isolamento social, os diferentes setores da economia dão indícios de aquecimento desde o primeiro trimestre deste ano. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a retomada do turismo aconteceria apenas no terceiro trimestre deste ano, no entanto, os resultados do setor já se equiparam aos números de 2019.
Na Hplus Hotelaria, maior rede hoteleira do Centro-Oeste, os resultados atuais comprovam o que foi atestado pela CNC. O desempenho do primeiro semestre da rede já se assemelha aos lucros de 2019, o melhor período da empresa até então. Para Paula Faure, sócia-fundadora e diretora executiva da Hplus, esta retomada é o momento de buscar posicionamento no mercado e sanar os problemas. “Agora estamos adotando uma postura mais discreta junto aos colaboradores e investidores. Embora tenhamos distribuição de resultados até surpreendentes, não devemos nos acomodar. Há um tempo perdido a ser recuperado e grandes desafios na preservação e recuperação dos equipamentos”, afirmou a executiva.
A hotelaria é um setor que promove a hospitalidade por meio dos colaboradores, gera um grande número de empregos no país e que, em 2019, voltou a apresentar resultados positivos após diversas crises desde o final de 2014. “A Copa do Mundo no Brasil promoveu a construção de muitos empreendimentos hoteleiros, gerando uma grande oferta de leitos após o evento esportivo. Isso aliado à recessão que o país enfrentou em 2015 fez com que o setor passasse por uma grande reestruturação ao longo dos anos. O ano de 2019 é uma referência porque, depois de alguns anos, a hotelaria voltou a operar com uma ocupação que não atingia desde o primeiro semestre de 2014. Logo em seguida, em 2020, tivemos a pandemia que paralisou os hotéis no país. Assim, a retomada para o ano de 2019 representa um retorno ao momento sustentável dos empreendimentos hoteleiros”, explica o diretor financeiro da Hplus, Cássio Goulart. Entretanto, a diária média ainda não acompanhou a melhora, de acordo com o especialista. “Se levarmos em conta a inflação acumulada ao longo dos anos, ainda estamos defasados quando comparamos a patamares anteriores”.
Os resultados da rede estão associados a uma série de ações, entre elas a recategorização dos hotéis. Foram desenvolvidas novas categorias de apartamentos com diversos mobiliários, equipamentos, amenities e serviços para atender às necessidades dos diferentes tipos de hóspedes e, assim, melhorar a experiência do cliente e obter reconhecimento para garantir tarifas mais valorizadas. Outra ação foi a implantação de um Revenue Management System (RMS) capaz de fornecer projeções de ocupação, demanda e sugestão de precificação de acordo com a qualidade objetiva dos hotéis. Este sistema está conectado a um Business Intelligence (BI) e permitiu maior assertividade e aproveitamento tarifário.
Para o diretor de vendas e marketing, Fernando Bellini, um dos principais fatores que garantiram taxas de ocupação acima dos 70% foi o excelente trabalho de vendas e marketing. “A equipe entendeu que as vendas hoteleiras são pulverizadas e que a composição de todos os canais é que trazem bons resultados. Outros fatores que contribuíram foram os acordos corporativos, o atendimento da central de reservas, a área de eventos e os canais online. A excelência da operação dos hotéis Hplus e o bom atendimento fazem com que o cliente retorne e avalie o hotel positivamente, atraindo assim, novos hóspedes”, afirma. Para ele, no segundo semestre, mesmo com as eleições, a expectativa é de manutenção das taxas de ocupação do primeiro semestre e até um possível crescimento devido ao aumento da demanda da área de eventos.
Nos próximos passos, a Hplus está focada em expandir. “Estamos buscando novas parcerias para conversão ou lançamentos que devem surgir na medida em que o cenário de recuperação se consolide. Importante estarmos atentos às oportunidades que começam a surgir”, finaliza Faure.