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domingo, novembro 24, 2024
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Pontos turísticos de Brasília ilustram história de “Eduardo e Mônica”

Canção de Renato Russo que virou filme mostra a cidade pela visão de moradores e revela uma Brasília diferente de tudo que já se viu.

Eles se encontraram no Parque da Cidade, a Mônica de moto e o Eduardo de “camelo”. A linguagem metafórica usada por Renato Russo na canção Eduardo e Mônica, do segundo disco da Legião Urbana, Dois, lançado em 1986, remete a um dos locais preferidos dos brasilienses. “Camelo” é uma gíria brasiliense que identifica bicicleta, desde os anos 80, época em que se baseia o filme do diretor Renê Sampaio (Faroeste Caboclo), que estreia nos cinemas da cidade nesta quinta-feira, dia 20. A expressão é uma referência ao período de seca pelo qual a cidade passa entre os meses de abril e outubro.

“Somente pela frase da canção já identificamos características e locais que revelam uma Brasília humana e turística”, observa a secretária de Turismo do Distrito Federal, Vanessa Mendonça. Para ela, o filme vai repercutir ainda mais a canção e levar Brasília a uma imensa legião de fãs que podem se sentir atraídos pela capital e programar uma visita. “Vários filmes, músicas e livros são instrumentos de incentivo e estímulo de viajantes a destinos específicos”, complementa a Secretária.

 

Eduardo e Mônica de moto mostram a Brasília noturna. Foto: Divulgação

Várias locações do filme estão na Rota Brasília Capital do Rock, lançada em 13 de julho de 2021 e que mapeou 42 locais por onde a “Tiurma” passou ou frequentava. Os amigos que circulavam em torno das bandas surgidas na Colina da UnB: Aborto Elétrico, Capital Inicial, Plebe Rude, Legião Urbana, entre outras. A Rota do Rock teve repercussão internacional e virou case de turismo nacional por meio da Embratur.

Uma cena emblemática do filme remete à infância da atual geração 50+ de Brasília: Eduardo e Mônica brincam na cúpula da Câmara, fazendo sombras de bichos gigantes, à noite. O Congresso Nacional é mostrado pela memória afetiva dos fãs de Legião Urbana que cresceram na cidade.

A cúpula da Câmara surge em uma das cenas mais simbólicas. Foto: Agência Brasília

O diretor René Sampaio explica que o roteiro precisava de alguém que tivesse vivido essas experiências para conseguir essa realidade no filme. “Eu precisava de alguém que conhecesse a cidade. Alguém que olhasse Brasília sem olhar estrangeiro. O Matheus Souza é de Brasília, deu a cara desse roteiro. Um roteiro jovem, profundo e que traz questões de alma”, justifica o diretor.

“Turismo é experiência. Quem conhece uma cidade precisa vivenciar o seu cotidiano também. Esse filme vai mostrar a Brasília diferente de tudo e que nós estamos divulgando desde janeiro de 2019, com um novo olhar sobre o turismo”, afirma Vanessa Mendonça, também fã de Renato Russo e da Legião Urbana.

Vanessa Mendonça: um novo olhar sobre o turismo. Foto: Cláudio Berger/Setur-DF

Além da Esplanada dos Ministérios, que está bem apresentada aos visitantes por meio da Rota Cívica lançada pela Setur-DF (https://www.turismo.df.gov.br/rotasbrasilia/), um outro lado da cidade surge no filme atraindo para o dia-a-dia da nossa população. Um deles são os cubos (“quadradinhos”) de Athos Bulcão que decoram as laterais do Teatro Nacional. A larga pista do Setor Militar Urbano e a arquitetura modernista do Comando Militar do Planalto, servem de malha para Eduardo e Mônica passearem de moto. E ainda há o laguinho do Bloco F da 308 Sul, a quadra modelo que acaba de integrar o Distrito Cultural ligado à revitalização da W-3 Sul, com o paisagismo criado por Burle Max.

O guia turístico Billy Deeder, que participou da época em que as bandas de rock surgiram na cidade, usa várias dessas informações que estão no filme e também na Rota do Rock em seus city tours diários. “É muito bom relembrar isso tudo, reviver essa época de quando a gente era bem mais jovem e poder levar isso pra frente”.

Eixo monumental e eixo rodoviário, Asa Norte, UnB, Colina, Lago Norte, SMU, Zona Rural, Rota do Cavalo, Teatro Nacional, 308 Sul, Rodoviária do Plano Piloto, piscina do Defer, plantações do PA-DEF, Buraco do Tatu, Praça dos Cristais e a Chapada dos Veadeiros. O filme permeia locações utilizadas pelos jovens brasilienses, desde os anos 80, para buscar diversão cultural e social. E com isso, “Eduardo e Mônica” vai mostrando a capital de todos os brasileiros para o país e o mundo.

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