País já chegou a níveis de atividade de 2019; agências têm oportunidade de diversificar vendas e acelerar recuperação de todo o setor
O México vem se destacando de várias formas no setor turístico durante a pandemia. Um dos primeiros países a flexibilizarem as regras de entrada de estrangeiros, a nação se tornou tanto destino final quanto um destino de passagem para viajantes que gostariam de ir aos Estados Unidos, mas precisavam passar por quarentena. Esse fato e outras características fizeram o México se tornar o primeiro país a ultrapassar os níveis de atividade turística de antes da pandemia, de acordo com o Skift Recovery Index, índice para o qual a Amadeus coopera com o fornecimento de dados. O caso mexicano pode, de fato, ensinar algumas lições e ajudar os outros países a obter uma retomada mais rápida.
Outros dados da Amadeus também refletem esse bom momento. No terceiro trimestre deste ano, as buscas aéreas de viagens com destino ao México foram 109% maiores do que no mesmo período de 2020, um dos maiores crescimentos registrados no mundo, especialmente entre países com um largo volume de viajantes.
Cancún é definitivamente o destino que mais vem atraindo turistas, tendo sido ainda mais buscado do que a capital, Cidade do México, e com um crescimento acima da média do país em comparação ao ano anterior: 130%. A terceira, quarta e quinta posições entre as cidades mais buscadas do país ficaram com Guadalajara, San José del Cabo e Puerto Vallarta. A cidade grande com maior crescimento de buscas foi Mérida (165%).
Em termos absolutos de rotas mais buscadas, a liderança ficou com Nova York-Cancún, trecho que registrou crescimento de 109% nas buscas no terceiro trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. O “top 5” é completado pelas rotas Nova York-México DF, México DF-Cancún, Bogotá-México DF e Chicago-Cancún. Dentre estas, quem apresentou o maior crescimento foi a rota entre a capital colombiana e a mexicana: 384%.
Claro que 2020 foi um ano de crise e sabemos que ainda há um caminho para a retomada total da indústria, mas esses números mostram o quanto é possível vislumbrar uma melhora no nível de confiança dos viajantes e empresas, para acelerar a retomada e a modernização da indústria. Esses números mostram que os turistas de todo o mundo estão dispostos a viajar e talvez só estejam esperando por políticas mais claras e novas tecnologias para reservar novamente.
É interessante observar que os dados acima, de busca por passagem aérea, nem sequer refletem o setor de viagens com maior crescimento. O Skift Recovery Index é criado a partir de outros dados variados, como PIB, hotelaria, aluguel de carros e confiança do viajante. No caso do México, o setor aéreo ainda está cerca de 20 por cento abaixo do nível de 2019. A hotelaria, entretanto, já superou a comparação com o pré-pandemia também em mais de 20 pontos percentuais.
Mas como o México conseguiu isso? E como os outros países podem copiar o modelo?
Um dos pilares da recuperação do México é a diversificação e a força do setor hoteleiro, reconhecido mundialmente como o primeiro subsegmento turístico a se recuperar. Além de hospedar grandes marcas em lugares como Cancún, suas redes hoteleiras estão entre as que mais investem em tecnologia. Em meio à pandemia, o Grupo Posadas estreitou seu relacionamento com a Amadeus para atrair hóspedes internacionais por meio de campanhas em mídia digital e outras ferramentas.
Com um retorno robusto e multifacetado, a indústria de viagens do México já oferece serviços altamente personalizados, com suas agências de viagens atuando como consultoras e garantindo que a experiência do passageiro seja a mais perfeita possível. Isso, nos tempos em que a informação é crucial, provou ser a chave para sua recuperação. Parte desse sucesso foi impulsionado por investimentos em tecnologia, para colher os benefícios da transformação digital.
Para garantir que a indústria de viagens do México continue a ser uma história de sucesso em todo o mundo e também um exemplo para outros países que desejam ser mais fortes e resilientes, as agências também têm que responder às exigências e à velocidade que a indústria pede. Isso demanda o treinamento e transformação dos agentes em consultores, mas também o uso de ferramentas tecnológicas robustas tanto de reservas quanto de dados. Na Amadeus, isso incluiria Selling Platform Connect e Amadeus Agency Insight.
Por fim, as agências também precisam aproveitar ao máximo cada venda gerada, garantindo que cada transação de aéreo venha acompanhada também por outras reservas, de hotelaria, carros ou atrações, maximizando a receita gerada por cada cliente.
Estamos animados e esperando que o futuro que almejamos chegue antes mesmo do que pensávamos, não apenas aqui, mas em todo o mundo.