Fora do centro da capital do país, outras 32 regiões administrativas também estão repletas de pontos turísticos. Roteiros, muitas vezes desconhecidos pelos próprios moradores do Distrito Federal, estão sendo montados desde o início da atual gestão pela Secretaria de Turismo (Setur) em parceria com as administrações regionais. O objetivo é mostrar para a população e visitantes que o turismo no DF vai muito além do Plano Piloto.
Em entrevista à Agência Brasília, a titular da Setur, Vanessa Mendonça, explica de que forma o órgão tem atuado para identificar e estruturar esses locais para receber turistas, como o lançamento do programa Turismo em Ação. A secretária também comenta sobre a abertura de mais unidades do Centro de Atendimento ao Turista (CAT) e fala da importância dessas iniciativas para fomentar a economia e gerar emprego e renda. “O turismo rural cresceu mais de 50% na pandemia”, contabiliza.
Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista.
O que a Setur tem feito para estimular o turismo em todo o DF?
O turismo finalmente chegou às regiões administrativas. Esse é o resultado da gestão do governador Ibaneis Rocha, que sempre pede para cada secretário alcance aqueles que mais precisam. Desde o início do governo, eu comecei a caminhar por todas as cidades para identificar os pontos turísticos e transformar os que já existem em uma rota estruturada e qualificada. Com esse objetivo, lançamos o programa Turismo em Ação.
Como funciona esse programa?
O Turismo em Ação chegou para ressignificar cada espaço e equipamento público que as regiões administrativas possuem, mas que pelo olhar do turismo ganham um significado muito maior. Trabalhamos na estruturação, identificando e visitando cada um desses locais para conhecer os pontos fortes e aqueles que precisam ser melhorados. Qualificamos os colaboradores das cidades em parceria com os administradores regionais, que são muito comprometidos com a população e têm feito um trabalho maravilhoso. Por fim, elaboramos um miniguia muito bonito – em inglês e português – com explicações e fotos de cada monumento. Todo esse material também fica disponível no site da administração e da secretaria.
O Turismo em Ação também é uma forma de fomentar a economia e gerar emprego e renda?
Sim. Como expliquei, trabalhamos em eixos: um é a estruturação do roteiro da região administrativa – identificando esses locais. A próxima etapa é a qualificação. Solicitamos ao administrador duas ou três pessoas para que nós possamos qualificar para esse atendimento ao turista. Após essas duas primeiras fases, há a promoção. Precisamos fazer com que a nossa população saiba que lá em Brazlândia há a maior basílica da América Latina ou que a Casa do Cantador, em Ceilândia, é obra de Oscar Niemeyer fora do Plano Piloto, por exemplo.
Temos a inovação também. Conversamos com empresários das cidades sobre como inovar no negócio. Além disso, o programa também ajuda no acesso a importantes iniciativas de fomento, como benefícios do Fungetur [Fundo Geral do Turismo], linha de crédito histórica junto ao BRB [Banco de Brasília] – instituição financeira responsável por operar o repasse de R$ 521 milhões feito pelo Ministério do Turismo, com o objetivo de injetar dinheiro em empreendimentos do setor.
Esse programa já chegou a quantas cidades? Quais serão as próximas?
Já são sete regiões contempladas: Brazlândia, Ceilândia, Gama, Lago Sul, Sobradinho, Planaltina e Riacho Fundo II. Hoje [sexta, 18] será a vez do Guará. Vamos entregar trinta carteiras de artesanato aos novos artesãos que foram qualificados. Faremos uma série de visitas, como na feira, em parques, igreja. O nosso objetivo é mostrar que Brasília é muito mais do que as pessoas imaginam, inclusive para nós que moramos aqui.
Então, o incentivo ao turismo regional também é feito para o próprio morador da capital?
Esse é o objetivo principal. Falo muito que a nossa cidade tem que ser muito boa para a população. Se ela é boa para nós, será ainda melhor para o visitante. O que nós temos percebido é que o que fizemos nesses dois anos e meio é reconhecido pela população, até no sentido de as pessoas descobrirem lugares que não conheciam em Brasília.
Nesses locais também foram inaugurados os centros de atendimento ao turista…
Inauguramos os CATs junto ao programa Turismo em Ação. Sempre é em uma sala da administração da cidade. A ideia é valorizar o órgão, a estrutura. A cada semana visitamos uma cidade e esse evento já é o lançamento do programa e a inauguração de um centro. Antes desse dia a equipe já foi lá, mapeou, reuniu os empresários e definiu a rota.
O objetivo é conectar o Centro de Atendimento do Turista que está lá, no desembarque do aeroporto de Brasília, com as cidades. Já estamos fazendo uma conexão com todas as regiões administrativas. Pela primeira vez na história da capital, um governo olha e ressignifica cada uma das RAs, valorizando o trabalhador, o empreendedor, a iniciativa privada e os nossos equipamentos públicos pelo olhar do turismo.
O DF também tem uma grande área rural. Como estão os incentivos nesses locais?
O turismo rural cresceu mais de 50% na pandemia. Há o ecoturismo, a contemplação, o agroturismo. Estamos trabalhando no desenvolvimento da plantação de uvas. Temos a Vinícola Brasília na região do PAD-DF [Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal]. Na Rota do Cavalo, em Sobradinho, por exemplo, vamos instalar mais de 60 placas de sinalização. É um trabalho integrado com todas as demais secretarias, órgãos e com cada administrador.