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quarta-feira, novembro 27, 2024
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Assembleia Geral Anual da IATA pede que os governos apoiem a retomada segura e sustentável do setor da aviação

A 76ª Assembleia Geral Anual da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) aprovou por unanimidade uma resolução que reforça o compromisso firme das companhias aéreas de reconectar o planeta de forma segura e sustentável.

resolução pediu aos governos que:

• Garantam a viabilidade do setor com ajuda financeira e apoio regulatório contínuo,

• Ajudem o setor a alcançar sua meta de 2050 de reduzir as emissões para metade dos níveis de 2005, além de analisar formas de atingir zero emissão de carbono liquida por meio de investimentos de estímulo econômico na comercialização de combustível de aviação sustentável (Sustainable Aviation Fuel – SAF),

• Trabalhem com as companhias aéreas para garantir que os padrões de segurança e as habilidades fundamentais sejam mantidos tanto durante a crise quanto na subsequente retomada e aumento das operações.

“A COVID-19 tem devastado os balanços das companhias aéreas membros da IATA e precisamos de apoio contínuo do governo para permitir que o setor da aviação retome e reconstrua a conectividade. Sem os benefícios econômicos que a aviação oferece, a recuperação econômica global será muito mais fraca e lenta”, disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA.

Apoio financeiro

O apoio financeiro é fundamental. Os governos já forneceram US$ 173 bilhões às companhias aéreas, mas muitos programas estão acabando, e a crise da COVID-19 continua além do tempo previsto.

“O auxílio financeiro de US$ 173 bilhões salvou inúmeros empregos e evitou falências em massa. Este apoio foi um investimento na recuperação, não apenas das companhias aéreas, mas da economia como um todo. Cada emprego na aviação sustenta outros 29 empregos. A recuperação global desta crise ficará significativamente comprometida sem o catalisador econômico da aviação”, disse de Juniac.

Durante a crise, as companhias aéreas cortaram os custos quase pela metade, mas as receitas caíram com mais rapidez. Segundo estimativas, as perdas das companhias aéreas serão de US$ 118,5 bilhões em 2020 e mais US$ 38,7 bilhões em 2021. Desta forma, o caixa será positivo somente no final de 2021.

“Será necessário mais apoio para que o setor passe pela crise. E ele deve vir em formas que não aumentem ainda mais a dívida, que aumentou de US$ 430 bilhões em 2019 para US$ 651 bilhões em 2020”, disse de Juniac.

Sustentabilidade

As companhias aéreas reafirmaram seu compromisso com a redução, até 2050, das emissões líquidas de CO2 para metade dos níveis de 2005.

O inovador relatório Waypoint 2050 do Air Transport Action Group (ATAG), para o qual a IATA e outros grupos da aviação contribuíram, informou que o setor da aviação está explorando caminhos para atingir coletivamente zero emissão líquida. Esta é a primeira vez que o setor considera coletivamente um futuro com zero emissão líquida.

“Será um desafio atingir a nossa meta de reduzir nossas emissões líquidas para metade dos níveis de 2005, mas sabemos que isso pode ser feito. E temos a confiança cada vez maior de que o setor pode encontrar um caminho para zero emissão líquida”, disse de Juniac.

A aviação precisará do apoio dos governos para fazer a transição para SAF, que é necessária para atingir a meta de zerar as emissões líquidas. Comparado aos combustíveis fósseis, o SAF pode reduzir as emissões de carbono do ciclo de vida em até 80%.

“A aviação usará combustíveis líquidos em suas operações até 2050, principalmente na frota de longas distâncias. O SAF é a opção viável de descarbonização. A alocação de fundos como estímulo econômico para o desenvolvimento de um mercado competitivo de SAF em grande escala seria uma vitória tripla, criando empregos, combatendo as mudanças climáticas e conectando o mundo de forma sustentável”, disse de Juniac.

O auxílio dos governos deve ter como objetivo eliminar uma grande diferença de custos, onde o SAF é quatro vezes mais caro que o querosene de aviação tradicional. Com isso, seu uso ficou limitado a cerca de 0,1% do consumo total de combustível.

A resolução também pediu que os governos evitem impostos e taxas, que são instrumentos ineficientes para promover a sustentabilidade. “Os impostos não são o caminho adequado para mitigar as mudanças climáticas. Os fundos arrecadados com impostos ambientais nem sempre são usados diretamente para combater as mudanças climáticas. Claramente, a melhor maneira de avançar é com a ajuda dos governos na construção de um setor viável para o uso de SAF”, disse de Juniac.

Segurança

Os membros da IATA também reiteraram seu compromisso com a segurança. Como exemplo disso, na crise da COVID-19, a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) publicou o documento Take-off com orientações abrangentes para o setor, com o apoio da IATA e de outros grupos envolvidos. Este documento estabelece a base para a implementação harmonizada de uma abordagem em várias camadas para manter os viajantes e a tripulação em segurança. Mesmo com 86% das pessoas que viajam atualmente relatando que se sentem seguras com as novas medidas, ainda há muito a ser feito para a implementação universal.

A resolução também pediu aos governos que trabalhem com as companhias aéreas para manter os padrões de segurança e níveis essenciais de habilidades durante a crise, além de uma retomada e aumento das operações de forma segura.

“Devemos planejar cuidadosamente com as autoridades como realizar a expansão segura das operações na recuperação. A reativação de milhares de aeronaves paradas, o gerenciamento das qualificações e a preparação de milhões de funcionários licenciados e lidar com a grande redução de trabalhadores experientes serão fundamentais para um reinício seguro. Desde os primeiros estágios da crise, trabalhamos com a OACI e as autoridades em uma estrutura para realizar tudo isso. E esse trabalho continua enquanto a crise se arrasta além das expectativas”, disse de Juniac.

Notas aos editores:

  • A IATA (International Air Transport Association) representa cerca de 290 companhias aéreas, que compõem 82% do tráfego aéreo global.

    • Siga-nos no Twitter: https://twitter.com/iatapara verificar anúncios, posicionamentos e outras informações úteis sobre o setor.

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