Conjunto de ações da associação contribui para a retomada gradual e segura do setor com a adoção de novos hábitos e posturas, além de projetos baseados em seus três pilares: sustentabilidade, autenticidade e diversidade
O ano de 2020 será lembrado como o da pandemia do Covid-19, que motivou muitas reflexões e a adoção de novas posturas e condutas. Nesse contexto, o Brasil ainda sente as consequências sociais e financeiras em variados setores, entre eles o turismo, que sofreu com o isolamento social e a falta de reconhecimento de politicas públicas para o setor.
Esses dias de recolhimento incentivaram as pessoas a refletirem sua trajetória, suas escolhas, seu estilo de vida. Com 99% de seus associados fechados em abril, a Brazilian Luxury Travel Association – BLTA, dando continuidade ao seu propósito de manter-se atenta à promoção qualificada e à imagem turística do Brasil no mercado interno e no exterior, utilizou o período não apenas para atuar na defesa de toda a cadeia da indústria da hospitalidade e de todos que dependem da atividade junto a diversas instâncias governamentais, como coordenou as primeiras discussões sobre os protocolos de saúde, segurança e sanitização que foram adotados para a reabertura.
Já vislumbrando a retomada gradual, a entidade deu início a uma campanha que resgata o sentimento de liberdade, palavra que traduz a essência do conceito de viajar. São vídeos produzidos em parceria com as agências Virtuoso e o diretor da Sapiens Travel, Erik Sadao, com linguagem lúdica e poética que convidam as pessoas a se deslocarem de forma segura.
O primeiro deles, “Um Dia de Sol” (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=vrgQLvHwSs8), tem trilha do Fernanda Takai (do Pato Fu). “A ideia era falar do Brasil, mostrando que somos um país extremamente solar com pessoas igualmente solares, que nossa gente tem luz própria, brilha e mantém os corações aquecidos na certeza de que, em breve, todos retomarão a alegria de viajar”, comenta Simone Scorsato, diretora executiva da BLTA.
Além de evocar o sentimento de liberdade, a BLTA traz, em seu DNA, três pilares (autenticidade, sustentabilidade e diversidade). “No quesito sustentabilidade, detectamos que nossos associados ampliaram suas boas práticas, com relação a eliminação do uso de plástico nos hotéis este índice saltou de 73% para 92% de um ano para o outro, bem como, aumentou a adesão dos associados a trabalhos de apoio e suporte às comunidades locais: 58% (2019) ante 47% (2018)”, diz. Estes dados fazem parte da pesquisa realizada junto a seus associados no Anuário, que será lançado em meados de outubro.
Sobre o aspecto de apoio a comunidades locais, ressalta-se a atuação solidária, um tema sempre constante dentro da entidade, que se fez ainda mais presente desde o início da pandemia, ampliando as ações junto as comunidades locais. Esse apoio fundamental deu origem ao Projeto Turismo Solidário. “Esse movimento abre espaço para uma discussão mais ampla, pois são muitos os projetos e as iniciativas em ajudar as comunidades locais, mas todas elas dispersas. É muito importante reunir tudo isso em uma única plataforma, divulgando as ações, para que estas possam levar vida e dignidade aos que dependem da atividade turística. Não se trata só do produto hotel, da agência de viagem que vende esse produto, mas se trata, de fato, das pessoas que trabalham naquele lugar e que prestam serviços para que o turismo aconteça efetivamente”, afirma Simone Scorsato.
Mantendo constante diálogo com representantes da sociedade civil e de toda a cadeia produtiva da hotelaria, a BLTA assume, igualmente, seu papel de articuladora entre entidades representativas do setor e de porta-voz junto a diferentes esferas do governo e do trade. Dessa forma, tem contribuído não apenas para a manutenção de uma imagem positiva do país por meio do investimento em ações de promoção internacional, mas, sobretudo, para a preservação dos diferentes biomas nacionais que, por suas características singulares, são determinantes para turistas exigentes na hora de se elegerem um destino para imersão na natureza. Nesse sentido, cobra, sistematicamente, medidas e ações emergenciais do Governo Federal e de suas instituições oficias de promoção diante de acontecimentos pontuais, mas de extrema relevância, como os altos índices de desmatamento da Amazônia e também quando contínuos incêndios devastaram centenas de hectares no Pantanal em 2019 e, infelizmente, repetem-se em 2020.
Sobre a agressão a esses importantes biomas da Humanidade, Roberto Klabin, proprietário do Refúgio Ecológico Caiman (Miranda/MS), afirma: “O descaso do Governo e as ações pouco efetivas nesse sentido afastam os turistas do Brasil, destroem o principal atrativo do país e prejudicam nossos negócios. O Pantanal, por exemplo, é o destino mais recomendado na América Latina para observação de fauna selvagem, em particular suas aves e seus mamíferos, como a onça-pintada. Um destino que, por suas características, não deve nada para a África e que, só agora, começa a ser valorizado internacionalmente. Só falta o Brasil descobrir o Pantanal e as autoridades governamentais perceberem a sua importância como indutor de conservação e desenvolvimento econômico regional”.
Pandemia e união
Desde o princípio da pandemia a BLTA se uniu a demais entidades do turismo, sobretudo com as de hotelaria e de parques, formando o que foi chamado de G8 e, com as demais entidades da cadeia distributiva, o G20+, para que pudessem pleitear medidas do Governo Federal quanto às necessidades de sobrevivência do setor. Em um primeiro momento, o de contenção, foi publicada a Medida Provisória 948, que abordava a concessão de cartas de crédito para o consumidor, assim como maior flexibilização para mudanças de datas para viagem, algo que se mostrou essencial para que as empresas pudessem sobreviver no período.
Logo depois, a edição da Medida Provisória 936 – que hoje é a Lei 1024 – possibilitou a suspensão dos contratos de trabalho sem que o colaborador perdesse seus benefícios e pudesse, então, receber o auxílio desemprego. Como os hotéis estavam fechados, e muitos ainda estão, essa medida permitiu que as empresas tivessem um respiro e os empregos pudessem ser mantidos até agosto. “No entanto, sabemos que a atividade turística não retorna completamente agora. O turismo é uma das molas propulsoras da economia de diversas cidades do Brasil e, sem ele, vários setores econômicos foram desaquecidos gerando forte instabilidade social e econômica. Nesse reset do turismo, as autoridades têm de compreender o quanto este setor é importante para a geração de empregos e redistribuição de renda”, afirma a diretora.
Hospitalidade segura
O movimento Hospitalidade Segura aconteceu junto com diversos profissionais e entidades do setor na busca pela retomada da operação de forma confiável. Em principio de abril 100% dos hotéis estavam fechados e já se sabia que seria necessário se preparar para a reabertura, levando o olhar e a experiência da hospitalidade hospitalar para dentro da hotelaria comercial, dada a urgência de que fossem criados protocolos que abordassem a questão do controle sanitário, a sanitização de ambientes, o treinamento e a qualificação de mão de obra, além dos investimentos não apenas na adoção dessas medidas, mas, também, no próprio empreendimento e na aquisição de EPIs e materiais.
O primeiro passo foi convidar o especialista em Hospitalidade Hospitalar Marcelo Boeguer para contribuir com sua expertise no assunto. Com o Senac SP e demais entidades, a BLTA coordenou um movimento democrático com profissionais de diferentes frentes e tipos de empreendimento para validar processos e políticas nesta construção. Uma vez consolidado, o protocolo de meios de hospedagem do Ministério do Turismo foi validado pela Anvisa e compõe o Selo Turismo Responsável, nome que foi adotado por meio de articulação da BLTA com outras entidades de turismo (antes era Turista Protegido). Para ter acesso ao protocolo http://blta.com.br/pt/downloads
“Esse RESET do turismo, apesar de todos os impactos negativos, pode abrir um precedente para a melhoria na qualidade de serviços do turismo no Brasil, precisamos colocar nosso turismo em um patamar de alta competitividade no mercado global de turismo”, diz Simone Scorsato.
Manifesto
Em constante autoanálise como porta-voz de hoteleiros e DMCs, a BLTA dedica grande espaço à comunicação entre seus associados e à uniformização de uma linguagem que represente os valores e objetivos da entidade. Dessa maneira, e de forma orgânica, surgiu o Manifesto. “Começamos a trabalhar nessa questão pouco antes da pandemia, mas foi durante a crise que percebemos que seria muito importante entendermos quem somos, o que queremos e para onde vamos”, diz Simone. Para ela, “o Manifesto retrata de forma muito leal, organizada e contextualizada os três pilares de sustentação da BLTA, que são as nossas palavras-chave (autenticidade, diversidade, sustentabilidade) para trabalharmos não apenas a promoção de nossos produtos e serviços, mas, também, a inspiração”, explica a diretora executiva.
Fortalecimento e transformação
Para o presidente da BLTA, Martin Frankenberg, o fortalecimento do turismo interno representa não apenas uma oportunidade de se valorizar o Brasil e seu potencial para gerar receita em um mercado de consumo qualificado, mas, também, um momento de organização, solução e propósito. “O turismo é fundamental para projetar uma boa imagem do Brasil lá fora, e o papel do turismo de luxo vai muito além do que se imagina, passando pela percepção de importantes setores, como meio ambiente, cultura e ancestralidade. Complementarmente, ele afirma: “O turismo de transformação é o novo comportamento que vem movendo o viajante de alto padrão pelo mundo, em que a expectativa da viagem é ter experiências que proporcionem um aprendizado sobre si mesmo ou sobre o outro. Hoje, esse hóspede busca uma vivência autêntica com o entorno e prefere desfrutar de um discreto privilégio sem deixar pegadas”.
Ainda de acordo com Frankenberg, “seja nos destinos remotos ou nos hotéis urbanos, quem trabalha para receber os hóspedes reflete a autenticidade e o jeito de ser brasileiro antes mesmo de mostrar a excelência no serviço e o profissionalismo. Quando a satisfação e a alegria se expressam no sorriso da nossa gente, o Brasil domina, como nenhum outro destino no planeta, a arte de bem-receber”, avalia.
Em outubro, antecipa Simone Scorsato, a BLTA irá promover um evento que contará com a apresentação de dados do Anuário, lançamento do Manifesto e palestras e reflexões sobre a retomada do turismo no cenário pós-pandemia.
Sobre a BLTA
A BLTA (BrazilianLuxuryTravelAssociation) foi criada em 2008 por um grupo de empresários que identificou a necessidade de se unir de forma institucional a fim de desenvolver o segmento de turismo de luxo no Brasil. Atuante no mercado nacional e internacional por meio de ações institucionais, comerciais e promocionais de forma associativa ou por meio de parcerias, o principal objetivo da BLTA é a promoção e fortalecimento do Brasil como destino turístico para o mercado de luxo mundial. A BLTA soma 43 associados, um grupo formado por exclusivos hotéis, resorts, pousadas e operadoras de viagens brasileiras que têm o objetivo de promover experiências autênticas, sofisticadas e sustentáveis no país. Alguns dos parceiros da BLTA são a EMBRATUR, o Senac, a SOS Mata Atlântica e as embaixadas do Brasil no exterior.
Facebook: bltaoficial
Instagram: @brazilian_luxury_travel
Site: http://blta.com.br/