Combustível e câmbio registraram alta
De acordo com o relatório Tarifas Aéreas Domésticas, publicado nesta quinta-feira (04/10), pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o preço médio da tarifa no 2º trimestre do ano (atualizada pela inflação) foi de R$ 321,78. O valor representa uma redução de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado — quando ficou em R$ 334,84. Este é o quarto ano seguido em que o indicador do 2º trimestre apresenta redução no preço médio.
o acumulado do 1° semestre do ano, o preço médio da tarifa aérea ficou em R$ 342,94, registrando um aumento da ordem de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a tarifa média fechou em R$ 337,84. De janeiro a junho deste ano, 8% das passagens aéreas foram comercializadas com tarifas aéreas abaixo de R$ 100 e 55,7% abaixo de R$ 300. As passagens acima de R$ 1.500 representaram 0,6% do total.
A taxa de câmbio do real frente ao dólar no 2º trimestre de 2018 teve alta de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A moeda americana tem forte influência nos custos com combustível, arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves, que, em conjunto, representaram cerca de 48% dos custos e despesas dos serviços aéreos no trimestre. [1]
O querosene de aviação, que representou cerca de 29% dos custos e despesas operacionais dos serviços de transporte aéreo, teve aumento de 34,1% no período[2]. A greve dos caminhoneiros, realizada em maio, afetou também o setor aéreo, além da economia em geral, com impactos observáveis nos índices de preços e no Produto Interno Bruto do país (PIB)[3].
Mais informações estão disponíveis no próprio relatório e seus anexos, com detalhamento por empresa aérea e por unidade da federação, na seção Dados e Estatísticas, Mercado do Transporte Aéreo do portal da ANAC na internet. No mesmo local, também estão disponíveis os microdados. Clique aqui para acessar o material.
Demanda e oferta
A demanda por transporte aéreo doméstico, medida em passageiros quilômetros pagos transportados (RPK), apresentou alta de 5,1% no 2º trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior. A oferta doméstica, medida em assentos quilômetros ofertados (ASK), cresceu 6,3% no trimestre frente ao mesmo período de 2017. A taxa de aproveitamento dos assentos das aeronaves em voos domésticos teve oscilação negativa de 1,2% no trimestre, ficando em 78,4%.
Metodologia do relatório
Em cumprimento à Resolução nº 140/2010, os dados são mensalmente registrados na ANAC pelas empresas brasileiras de transporte aéreo público regular de passageiros com base nas passagens efetivamente vendidas a passageiro adulto para voos domésticos em todas as linhas aéreas em ofertas públicas.
O valor da tarifa aérea registrado na ANAC corresponde à remuneração dos serviços de transporte aéreo público e não contempla o valor da tarifa de embarque nem o valor de serviços opcionais. Não são passíveis de registro os dados das passagens comercializadas sob condições especiais, tais como programas de fidelização de clientes, tarifas corporativas, pacotes turísticos, tarifas para grupos de passageiros, gratuidades, tarifas para empregados e crianças.
Antes da publicação, os dados são submetidos à fiscalização da ANAC com vistas a verificar a sua consistência e tempestividade. Em caso de infração, a empresa está sujeita a processo administrativo que pode resultar na aplicação de penalidades administrativas.
[1] Fonte: Banco Central do Brasil, série temporal nº 3698
2 Os valores que serviram de base para o cálculo representam o preço médio do querosene de aviação cobrado pelos produtores, sem a inclusão de ICMS, divulgados pela ANP, disponíveis em http://www.anp.gov.br/precos-e-defesa-da-concorrencia/precos/precos-de-produtores. Os preços médios mensais foram calculados pela ANAC considerando-se dentro de um mês cada semana que se iniciou dentro dele, mesmo que seu encerramento tenho se dado no mês seguinte.