Com a inauguração da nova etapa, equipamento se consolida como um dos mais modernos centros culturais do país
Recife, 6 de julho de 2018 – As obras complementares e remanescentes do Cais do Sertão, um dos mais modernos centros culturais do Brasil, serão entregues nesta sexta-feira (6) pelo Governo de Pernambuco. Trata-se do segundo módulo do equipamento, um bloco elevado de concreto com aproximadamente 5,5 mil metros quadrados, anexo ao Museu Luiz Gonzaga, que conta com salas de aula para cursos, auditório multiuso com 232 lugares, espaço para exposições temporárias, jardim suspenso, um bar/café no térreo e um restaurante na cobertura com vista para o mar, para o Porto do Recife e a cidade, além de um luxuoso vão livre de cerca de 60 metros, o segundo maior da américa Latina. As obras, orçadas em R$ 25,4 milhões, foram executadas pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“Essa obra faz parte de um grande projeto de revitalização aqui do Cais. Já temos o primeiro módulo e, agora, essa segunda etapa vai ampliar a promoção de atividades artísticas e culturais nesse espaço. Um investimento grande, mas que foi bem aplicado. Ganhamos uma estrutura bonita e bem feita, que vai servir a todos os pernambucanos, sendo um local de referência para grandes exposições, atividades de entretenimento e, principalmente, para a valorização da nossa cultura”, afirmou o governador Paulo Câmara.
A ideia de trabalhar a atmosfera do Sertão norteou todo o projeto arquitetônico do Centro Cultural e Museu Cais do Sertão, instalado na área do antigo armazém 10 do Porto do Recife. Idealizado pelo arquiteto Marcelo Ferraz, colaborador de Oscar Niemeyer e idealizador de projetos como o Sesc Pompeia, em São Paulo, o equipamento foi planejado para reproduzir o Sertão em toda sua vastidão e profundidade de cor. Desde o concreto pigmentado em tons quentes de amarelo até a utilização dos cobogós na construção, tudo foi pensado para trazer a região para o Litoral. O espaço dialoga sobre as tradições do universo sertanejo em uma edificação de concreto aparente, propositalmente pensado pela ótica da durabilidade, simplicidade e manutenção.
“A arquitetura do Cais do Sertão é extremamente moderna. Entregamos o primeiro módulo em 2014, ainda no governo Eduardo Campos, e agora estamos entregando o segundo, consolidando esse equipamento de economia criativa como um dos mais arrojados do país”, explica o secretário executiva do prodetur, Manuela Marinho.
Especificamente para o segundo módulo, mais de dois mil cobogós foram produzidos artesanalmente e diariamente na obra. Os cobogós, medindo 1m X 1m cada peça, são vazados em um desenho que simula as galhadas das árvores do Sertão. A incidência da luz do sol sobre o conjunto de cobogós cria uma sombra no interior do equipamento reproduzindo a vegetação da caatinga.
Na estrutura do prédio também é destaque o projeto paisagístico na cobertura, reduzindo a carga térmica na laje. A cobertura e proteção térmica no telhado viabilizou a implantação do restaurante com área climatizada e paisagística, e uma das vistas mais belas da cidade do Recife. Todo o equipamento é gerido, desde 2016, pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, por meio da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur).
O Centro Cultural está sendo inaugurado com três exposições, que terão duração de dois meses (julho e agosto), e estarão abertas para visitação no horário de funcionamento do museu. As exposições são: “Ela musa Artista”, uma coletânea de arte feminina; “Autovacilo”, com pinturas do coletivo Vacilante; e “Avoenga”, uma exposição com trabalhos de Ariano e Dantas Suassuna.
MUSEU – O Museu Luiz Gonzaga propõe a interatividade dos visitantes com objetos do universo sertanejo e representativos da figura do mestre Luiz Gonzaga. O Cais do Sertão, instalado no antigo Armazém 10 do Porto do Recife, é um local de convivência, diversão e conhecimento, polo gerador de novas ideias e experiências. O Cais traz para a beira mar da capital do Estado um pouco do solo rico e generoso da cultura popular do Sertão. Apenas no primeiro semestre de 2018, o museu recebeu mais de 30 mil visitantes.
CENTRO CULTURAL/SALAS DE EXPOSIÇÕES:
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SALA SÃO FRANCISCO (2º pavimento): sala com dimensão de 444 m², climatizada e com iluminação básica de exposição, elaborada para o recebimento de exposições temporárias;
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SALA PAJEÚ (3º pavimento): sala multiuso com dimensões de 146 m²;
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SALA MOXOTÓ (3º pavimento): sala multiuso com dimensões de 146 m²;
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SALA CARIRI: sala com dimensões de 146 m² programadas para servir de apoio, reserva técnica e laboratórios de conservação e restauro das peças do Museu do Centro Cultural Cais do Sertão e sala do Educativo para a realização de cursos, oficinas, seminários e palestras.
PROGRAMAÇÃO DAS SALAS:
SALA SÃO FRANCISCO: “Ela musa Artista” – Produção artística feminina do acervo do Museu do Estado. Com o objetivo de falar sobre a arte feminina, a curadoria selecionou parte importante do acervo adquirida por anos pelo Mepe. Na exposição estão sendo apresentadas obras da década de 1940 até a atualidade. Peças de artistas como Teresa da Costa Rêgo, Marianne Peretti, Maria Carmem, Guita Charifker, entre outras. A exposição conta com o patrocínio da Cepe.
SALA MOXOTÓ: “Autovacilo” – Trabalho realizado pelo coletivo Vacilante com a curadoria da Casa Navio. A exposição conta na sua grande maioria com pinturas, além de apresentação de uma banda dando tons diferenciados à exposição. Além da sala, o coletivo Vacilante utilizará o vão livre do Centro Cultural no dia 29/07. A exposição conta com o patrocínio de Suape.
SALA PAJEÚ: “Avoenga” – Trabalho assinado pelo artista plástico Manuel Dantas Suassuna, filho de Ariano Suassuna. A exposição conta com quadros, objetos cênicos e projeção de desenhos dos Suassunas (Manuel e Ariano). A exposição tem trilha sonora original criada pelo músico e produtor Berna Vieira. A mostra é patrocinada pela Compesa.
FUNCIONAMENTO – O Centro Cultural Cais do Sertão opera no horário das 9h às 17h, de terça a sexta-feira, e das 13h às 17h aos sábados e domingos. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), para estudantes com comprovação e jovens de até 24 anos. Crianças com até cinco anos de idade, idosos a partir de 60 anos, professores, pessoas com deficiência e profissionais de museus e de turismo não pagam. Às terças-feiras a entrada é gratuita.