Ministro defende que o setor pode ajudar o país a enfrentar a crise no principal fórum brasileiro de debates sobre viagens.
O ano olímpico foi apontado, durante o discurso do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, no 14º Fórum Panrotas, como uma oportunidade única para o setor de viagens ajudar no desenvolvimento econômico do Brasil. “É agora ou agora. Não existirá outro momento como o que estamos vivendo. Tenho trabalhado para sensibilizar o governo sobre a nossa importância”, comentou. Henrique Alves destacou que é preciso incluir o turismo na agenda estratégica do país para o setor desenvolver todo o potencial que possui num destino como o Brasil, apontado como o número um do mundo em atrativos naturais e oito em recursos culturais pelo Fórum Econômico Mundial.
Os empresários participantes reconheceram o empenho de Henrique Eduardo Alves para reduzir o Imposto de Renda Retido na Fonte das remessas para o exterior de 25% para 6%. “Temos plena convicção de que se não fosse pelo empenho do ministro não teríamos conseguido baixar a alíquota”, afirmou Marco Ferraz, presidente da Associação Brasileira dos Cruzeiros Marítimos (Clia-Abremar).
Ferraz pediu o apoio do ministro para resolver algumas questões que têm impactado negativamente na atração de cruzeiros marítimos para o litoral brasileiro, como o custo operacional e infraestrutura portuária. “Em 2010, tínhamos 20 navios na costa brasileira. Para a temporada de 2016/2017 só temos cinco navios confirmados. Ou seja, de 470 navios em operação no mundo, só cinco vêm para o Brasil. Precisamos reverter este quadro”, comentou.
Entre os gargalos apontados estão questões tributárias, como a alíquota do ICMS que incide sobre o combustível das embarcações, os custos portuários e trabalhistas. O ministro Henrique Eduardo Alves se dispôs a tratar do assunto com os colegas de Esplanada, Hélder Barbalho, ministro dos Portos, e Miguel Rossetto, ministro do Trabalho e Emprego, bem como com os governadores do Nordeste.
Como contrapartida, o ministro fez um desafio público ao presidente da Abremar: “Quero um navio permanentemente na costa brasileira, principalmente no Nordeste o ano inteiro”, afirmou. Marco Ferraz vai levar a demanda para os donos dos navios.
Também entraram na pauta de debates a criação de áreas especiais de interesse turístico, locais com o processo de licenciamento e oferta de crédito diferenciados. “A iniciativa privada já faz um excelente trabalho. Se criarmos um ambiente favorável ao investimento, tenho certeza de que o turismo pode contribuir muito mais para o Brasil”, comentou o ministro.
Participaram, também, do debate os presidentes da Abav, Edmar Bull, da Braztoa, Magda Nassar, e o presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco.