1) VOENEWS: Recentemente houveram grande mudanças na área de consolidadora de turismo, principalmente com algumas fusões que movimentaram o mercado. Diante destes fatos, como a Confiança que está em franca expansão tem visto este segmento e deve reagir ?
Márcio Miranda: Observamos com atenção as movimentações do mercado, algumas já eram esperadas e outras não. No entanto, a Confiança Consolidadora tem um planejamento de crescimento sustentável bem delineado e, a princípio, fusões não fazem parte das nossas intenções. Atualmente estamos bastante consolidados nas regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste do Brasil. Claro que a atual situação econômica do país nos força a reduzir o ritmo de crescimento, mas ainda este ano devemos anunciar novas bases em mercados importantes.
2) VOENEWS: No ano passado percebemos que algumas Operadoras tiveram dificuldades em se manter no mercado, porém com relação as consolidadora não tivemos notícias, digamos tão ruins, isso se dá ao modelo de negócio ou você acredita que o mais importante é a gestão ?
Márcio Miranda: Acredito que o modelo de negócio seja o motivo preponderante neste caso específico. A possibilidade que as operadoras têm de fazer pagamentos aos fornecedores muito próximo a data de entrada dos passageiros e o movimento do dólar tenham sido a origem dos problemas. As Operadoras saíram da sua especialidade e, mesmo sem querer, começaram a operar câmbio. Na consolidadora estamos acostumados com tarifas e disponibilidades que flutuam de maneira imprevisível e a única forma de garantir preço e assento é com a emissão do bilhete. Utilizamos as lições aprendidas na consolidadora para reduzir riscos na West Central Operadora.
3) VOENEWS: O Grupo Confiança desde a sua entrada no mercado de Brasília nunca ficou na inércia; fez mudanças, trouxe a West Central Operadora, a Regina foi contratada, montaram uma equipe forte…., podemos esperar mais ações da empresa neste sentido de inovação e investimento ?
Márcio Miranda: Estamos otimistas com 2016, mas com os pés no chão. Este ano a prioridade é melhorar os portais da Confiança Consolidadora e da West Central. Nosso portal é o principal e mais constante canal com a agência de viagem e queremos melhorar esta ferramenta de distribuição. Este ano também vamos investir na implementação de novos processos, alguns internos e outros com impacto direto em nossos clientes, mas sempre com o objetivo de melhorar nosso atendimento. Acreditamos e temos muito orgulho da nossa carteira de clientes e queremos sempre melhorar, queremos crescer sem perder a qualidade e o atendimento personalizado que sempre nos diferenciou.
4) VOENEWS: A sua formação inicial não é turismo, mas já está atuando a um determinado tempo e percebemos que veio pra ficar, não se trata de uma aventura. Como é você analisa a sua trajetória no turismo, e o que espera do futuro, mesmo sabendo que teremos dificuldades a serem superadas ?
Márcio Miranda: Apesar de estar a pouco mais de 5 anos no mercado do turismo, ainda me considero um novato neste segmento. A minha formação na área de exatas me dá uma visão diferente sobre nosso mercado, mas apesar de ter aprendido muito nesses anos ainda tenho diversas lacunas de conhecimento que precisam ser preenchidas.
O mercado de turismo é muito dinâmico, acho que poucos mercados mudaram tanto quanto o nosso nos últimos 15 anos. Costumo brincar que a única coisa que eu tenho certeza no turismo é que ele vai mudar. Se adaptar a essas mudanças e fazer previsões em um mercado tão dinâmico é um desafio, mas analisando importância da indústria do turismo no Estados Unidos e na Europa percebo que ainda temos muito a nos desenvolver e isso me faz ser otimista sobre o futuro.
5) VOENEWS: Na sua visão de consolidador, você acredita que este ano será melhor que o ano que passou, ou acredita que ainda tem como piorar e teremos que esperar um pouco mais de tempo para retomarmos o crescimento e chegarmos a um momento mais favorável ?
Márcio Miranda: Acredito que este será um ano de acomodação do mercado a nova realidade econômica do Brasil. Em curto prazo penso que as companhias vão reduzir a malha aérea e que os valores das tarifas vão aumentar puxados pela relação entre oferta e demanda e pelo preço do combustível de aviação. As viagens a lazer devem voltar a ser programadas com bastante antecedência, tentando aproveitar promoções de tarifas aéreas e da hotelaria. As viagens corporativas devem ser menos impactadas, mas as organizações certamente tentarão racionalizar este custo que costuma ser o terceiro ou quarto maior custo de uma empresa.
Veja mensagem de Márcio Henrique Miranda para o mercado de turismo:
EM momentos críticos, há uma tendência a se buscar saídas fáceis. Historicamente, no turismo esta saída passa por uma desestruturação da cadeia produtiva. Empresas que eram voltadas ao atendimento a agências de turismo começam a atender o passageiro direto, e empresas que atendiam ao passageiro direto começam a atender a agências (movimento recente de algumas OTAs). A falta de papéis claros trás ao passageiro final uma série de duvidas sobre a relevância de algumas empresas e coloca em xeque a credibilidade de toda a indústria do turismo.
Gostaria de aproveitar este espaço para reiterar o compromisso da Confiança Consolidadora e da West Central Operadora de atender exclusivamente o agente de viagens. Infelizmente não há saída fácil, mas estaremos ao lado dos agentes de viagens oferecendo os melhores acordos e suporte para superar este momento difícil.