O súbito desaparecimento de um avião da Malaysia Airlines com 239 pessoas a bordo representa um dos tipos mais raros de desastres da aviação, e o mistério se mistura à incerteza de não se saber sob qual jurisdição o avião caiu.
Mas já faz mais de 24 horas desde que o avião desapareceu e a Malaysia Airlines diz que está “temendo o pior”. Baseado no último contato com os pilotos, presume-se que o Boeing 777 pode ter caído próximo da costa do Vietnã.
Quatro passageiros da aeronave estavam, possivelmente, viajando com passaportes roubados, levantando dúvidas sobre a possibilidade que tenha havido um ato criminoso, mas nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo desaparecimento do avião.
“Aviões não caem quando estão numa rota como essa”, disse Paul Hayes, diretor de Segurança da Flight Global Ascend, uma empresa de consultoria de aviação, baseada na Inglaterra. “Esse é um evento extremamente incomum.”
Apenas outro desastre recente teve características parecidas: a perda do voo 447 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico, em 2009, na rota entre o Rio de Janeiro e Paris.
Limbo legal
O incidente deve reacender um debate sobre a substituição das caixas pretas por sistemas baseados em satélites capazes de enviar dados de telemetria em tempo real. Esses sistemas existem, mas não foram utilizados até agora devido a questões de custo e logística.
Por enquanto não está claro quem vai assumir o comando para determinar o que aconteceu com a aeronave da Malásia.
De acordo com as regras da Organização Internacional de Aviação Civil, o governo do território em que o acidente ocorreu normalmente tem a jurisdição sobre os destroços e assume o controle da investigação. Por isso é provável que nenhuma autoridade possa assumir o comando, até que os destroços sejam encontrados.
Nesse caso, é provável que seja o Vietnã, mas se o avião caiu em águas internacionais, a Malásia terá o controle e os EUA estariam envolvidos porque o avião foi construído lá.