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sexta-feira, julho 25, 2025
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Um Dia de Cruzeiros no Rio: CLIA Brasil destaca crescimento global do segmento

A 11ª edição do evento de capacitação e networking Um Dia de Cruzeiros no Rio, promovido pela Associação Brasileira de Agências de Viagem do Rio de Janeiro (Abav-RJ) reuniu, ontem, cerca de 150 agentes de viagem e as principais companhias marítimas do segmento no Brasil e no mundo. O dia de treinamento, já tradicional no calendário de eventos do trade carioca, aconteceu no auditório da sede do Sebrae-RJ, no Centro da cidade.

Ao longo de toda a quarta-feira, empresas e agentes celebraram os resultados da temporada passada e se prepararam para a próxima. O dia começou com boas-vindas dos organizadores aos expositores, a maioria participante desde a primeira edição do evento, e aos agentes de viagens presentes.

O presidente da Abav-RJ, Marcelo Siciliano, destacou o compromisso da entidade com o fortalecimento do setor e a capacitação dos profissionais de turismo.

“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para treinamento dos agentes. Hoje, reunimos aqui os maiores players do mercado”, disse Marcelo Siciliano, presidente Abav-RJ.

Em um momento de troca e fortalecimento do setor, Marisa Cardoso, coordenadora de Turismo do Sebrae-RJ, ressaltou a importância da conexão entre os profissionais e da qualificação contínua para acompanhar o crescimento do turismo no estado

“O turismo é um setor de redes e nos encontrarmos sempre traz bons resultados. Precisamos continuar nos qualificando para receber cada vez mais turistas, porque os números atuais são muito expressivos”, destacou Marisa Cardoso.

Já o subsecretário Estadual de Turismo, Nilo Sérgio, reforçou a importância do evento e dos agentes de viagens na indústria do Turismo.

 “Cruzeiros é um dos segmentos que mais cresce em todo o Brasil e é um produto espetacular”, acrescentou Nilo Sérgio.

Marco Ferraz, presidente da CLIA (Cruise Lines International Association) Brasil, abriu as apresentações do evento destacando a importância dos agentes para a vendas das operadoras marítimas e fazendo um resumo das atividades globais da entidade. Em seguida, Marco mostrou alguns dados recentes de mercado.

Volume de passageiros. Em 2024, foram 34,6 milhões cruzeiristas em todo o mundo, com crescimento de 9,3% em relação a 2023, e ultrapassando 2019 em 6,8%. A América do Sul colaborou com 1,17 milhão, um aumento de 7,8% em relação a 2023 e de 3,8% em comparação a 2019. A previsão da CLIA é chegar a 42 milhões de passageiros em 2028.

Destinos. Caribe continua sendo a região favorita e foi escolhido por 14,98 milhões de cruzeiristas, com um crescimento de 17,1% em relação a 2023. Um em cada quatro passageiros elegeu o Caribe. A América do Sul recebeu 1,5 milhão de cruzeiristas, 2,8% a menos do que em 2023. Ou seja, um em cada 34 fez um itinerário sul-americano.

Frota. A frota global continua crescendo e vai chegar a 651 mil leitos este ano, distribuídos em 310 navios. Serão 11 novos em 2025, com 35 mil camas e aumento de capacidade em 5%. Até 2036, há 58 embarcações encomendadas, com mais 180 mil leitos, representando 27% de aumento de capacidade e muitas oportunidades para os agentes de viagem.

Perfil dos passageiros. Há uma renovação a bordo. A idade média do cruzeirista global hoje é de 46 anos e não há uma geração dominante. A maioria faz viagens de sete dias. Entre os que pretendem embarcar em um segundo cruzeiro, os millennials são os mais entusiasmados. De um modo geral, 82% das pessoas que fazem uma viagem de navio quer repetir, sendo que 25% estão em ao menos dois cruzeiros por ano. E 12% navegam sozinhos, o que provoca mudanças na arquitetura, com cabines individuais menores oferecendo preços mais competitivos. O perfil do público proveniente da América do Sul segue a tendência global.

Oportunidades no Brasil. Para os 31% de cruzeiristas estreantes, os programas temáticos brasileiros, mais curtos, são uma opção. Cruzeiros multigeracionais, outro segmento forte no Brasil, atraem 28% dos passageiros. E 60% das pessoas passam uma noite na cidade antes de embarcar, enquanto 54% ficam mais uma noite no final. Marco Ferraz apontou que é importante vender melhor o antes e o depois. Segundo a pesquisa da CLIA Brasil, 79% dos cruzeiristas dizem que os consultores de viagens têm impacto significativo na decisão de fazer um cruzeiro. Marco reforçou com os agentes a importância de fazer ao menos uma visita técnica aos navios ou um minicruzeiro para conhecer melhor o produto a ser vendido.

“É um casamento bacana. O match do cruzeirista com o itinerário, o navio, a cabine, é o agente que tem que proporcionar”, comparou o presidente da CLIA Brasil.

Perspectivas globais. Em 2024, 11% reservaram o cruzeiro com um ano ou mais de antecedência. Em uma pesquisa com consultores de viagens de todo o mundo, a tendência de reservas com antecedência continua em 2025. Na mesma apuração, 53% dos consultores acreditam em um crescimento de volume de vendas acima de 6% este ano.

Tendências. A capacidade global dos navios de exploração vai aumentar 150% até 2029, comparado com 2019. Muitos desses cruzeiros de expedição passam pelo Brasil no verão, a caminho da Antártica, e param em destinos menos usuais para navios maiores, como Morro de São Paulo e Itacaré, na Bahia. E como em todo o setor de viagens, o segmento de luxo, com cabines a partir de mil dólares por pessoa por dia, também está crescendo nos cruzeiros. O mercado triplicou desde 2010 e chegou a 97 navios no ano passado.

Sustentabilidade. “Os cruzeiristas se preocupam cada vez mais com questões sustentáveis”, disse Marco Ferraz. “Vamos reduzir o carbono investindo em muita tecnologia, para os navios consumirem menos energia elétrica, e em motores híbridos. Mas o GNL, um combustível de transição, não está em nenhum porto da América do Sul. Estamos conversando com Santos, Rio e Salvador, sobre a possibilidade de ter fonte de alimentação elétrica (OPS, na sigla em inglês). Na Europa, em 2035, nenhum navio vai operar se não tiver energia nos portos. Também estamos discutindo o fornecimento de biodiesel com os principais portos brasileiros. Hoje há biocombustível de alta qualidade feito a partir de resíduos de óleo de cozinha, de gordura animal de frigorífico e de lodo de esgoto. Sem combustível sustentável, os navios diminuirão a velocidade para emitir menos carbono, e isso terá impacto nos itinerários”.

Economia local. Os dados sobre a temporada passada no Brasil serão apresentados em setembro, em uma pesquisa realizada pela CLIA Brasil em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No verão de 2023-24, foram nove navios, que fizeram cerca de 200 roteiros, considerando apenas os itinerários de cabotagem. Já se sabe que o impacto econômico do próximo verão será menor. Serão somente sete navios (cinco da MSC e dois da Costa) em cerca de 160 itinerários.

“Vamos perder 200 mil leitos, e isso tem impacto na geração de emprego e de renda”, pontuou Marco. “Estamos com um grupo de trabalho para tentar reverter, porque temos destinos maravilhosos e somos uma fonte de cruzeiristas, com um público entusiasmado”.

A 11ª edição do evento Um Dia de Cruzeiros no Rio reuniu CLIA Brasil, Costa Cruzeiros, Discover Cruises, Disney Cruise Line, MSC Cruzeiros, Norwegian Cruise Line, Píer Mauá, R11 Travel, Transmundi Operadora e Velle Representações. O treinamento foi realizado pela Abav-RJ em parceria com o Sebrae-RJ e a Abav Nacional.

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