Técnica desenvolvida no Brasil já atrai pacientes de países como Estados Unidos, França e Emirados Árabes, e venceu premiação internacional como melhor procedimento corporal não cirúrgico
O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o país com o maior número de procedimentos estéticos realizados no mundo em 2023, segundo levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). O avanço reflete não só o aumento da demanda entre brasileiras, mas também a consolidação do país como destino para mulheres estrangeiras que procuram soluções eficazes, acessíveis e seguras. Um dos principais focos dessa procura tem sido o tratamento da celulite, especialmente com o uso de técnicas menos invasivas, com recuperação rápida e resultados visíveis.
Entre os procedimentos que mais têm despertado o interesse de pacientes de fora do país está o protocolo desenvolvido pelo médico brasileiro Roberto Chacur, reconhecido por congressos internacionais e premiado como o melhor tratamento corporal não cirúrgico no Aesthetic Medicine Awards, em Mônaco. A técnica combina o uso de bioestimuladores de colágeno com o descolamento manual dos septos fibrosos que causam o aspecto irregular na pele, típico da celulite em graus moderados e avançados.
“O que mais atrai essas pacientes é o fato de conseguirem tratar a celulite de forma eficiente, com um procedimento realizado em consultório, sob anestesia local, sem cortes e com liberação rápida para voltar à rotina. Muitas chegam após tentativas frustradas em seus países de origem”, explica Chacur, que atende em clínicas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Segundo ele, já é comum receber pacientes dos Estados Unidos, França, Portugal, Paraguai e Emirados Árabes, além de brasileiras que vivem no exterior e programam viagens ao país para realizar o procedimento com exclusividade.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, pacientes estrangeiros representavam cerca de 3% do total de procedimentos realizados no Brasil antes da pandemia — número que vem retomando a curva de crescimento com a reabertura internacional e o fortalecimento da imagem do país como polo estético. O Ministério do Turismo projeta crescimento de até 35% no segmento de turismo de saúde até 2030, especialmente em áreas como cirurgia plástica, dermatologia e procedimentos de rejuvenescimento.
No caso do tratamento da celulite, o diferencial brasileiro está na combinação de volume de casos tratados com refinamento técnico. Chacur realiza, em média, 20 procedimentos por dia com a técnica que desenvolveu, o que reforça não apenas a eficácia do método, mas sua experiência acumulada. A técnica também já foi incorporada por médicos em outros países e apresentada em congressos como o IMCAS World Congress, em Paris, e o IMCAS China, que acontece este mês. “É um privilégio poder representar a medicina estética brasileira nesses eventos. Isso mostra que o Brasil não está apenas acompanhando tendências, mas está à frente na formulação de soluções com impacto real na vida das mulheres”, afirma.
O turismo estético segue como um dos pilares mais promissores do setor de saúde no Brasil. E o crescente número de pacientes que cruzam fronteiras em busca de um tratamento eficaz contra a celulite indica que esse mercado tende a se expandir ainda mais nos próximos anos — com o país consolidando sua posição como referência mundial em inovação estética.