Superintendência aponta que empresas omitiram concorrência direta no mercado de software de gestão de passagens (IMS)
São Paulo, 16 de outubro de 2025 – A Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu uma nota técnica solicitando ao Tribunal do órgão a suspensão e reexame da fusão entre a Bus Serviços de Agendamento S.A. (ClickBus) e a RJ Participações S.A., aprovada anteriormente sem restrições. O documento afirma que a decisão original foi tomada com base em informações falsas ou enganosas apresentadas pelas empresas.
Segundo a SG, as companhias sustentaram que não havia sobreposição horizontal entre suas atividades, ou seja, que não competiam no mesmo mercado, mas as investigações demonstraram o contrário. O órgão concluiu que a Smart Travel, desenvolvedora do software de gestão de passagens SmartBus e reconhecida pelas próprias partes como concorrente direta da RJ, é controlada pelo Grupo Guanabara, um dos principais acionistas da Bus Serviços e da ClickBus.
Para a Superintendência, essa estrutura demonstra unidade econômica e gestão comum, configurando concorrência direta não declarada no mercado de softwares de inventário de passagens (IMS). A nota também destaca um histórico de omissões e descumprimentos por parte de Bus Serviços, JCA e Guanabara em outros processos do Cade.
A SG recomenda que o Tribunal suspenda imediatamente a decisão final que aprovou a fusão, reabra a análise do caso, desta vez considerando a concorrência direta entre as partes e, aplique à Bus Serviços multa por informação falsa, que pode variar de R$ 60 mil a R$ 6 milhões.
A BlaBlaCar, que já havia manifestado preocupação com a aprovação inicial da fusão, afirma que o novo posicionamento da SG confirma os riscos de concentração excessiva no setor rodoviário e reforça a importância de um mercado competitivo e transparente. A empresa alertava que a consolidação entre grupos que controlam viações e plataformas digitais líderes, que já abrangem praticamente todas as etapas da cadeia de comercialização de passagens intermunicipais, limita a inovação e restringe as opções disponíveis aos consumidores e reduz a possibilidade de concorrência.
Por esse motivo, diante da relevância do processo para o futuro do setor, BlaBlaCar, Omio e BusOn solicitaram, durante o processo, ao Cade o direito de atuar como terceiras partes interessadas, pedido que foi indeferido, o que impediu a apresentação de análises técnicas independentes e o pleno debate sobre os impactos concorrenciais da fusão.
“O parecer da Superintendência-Geral reforça o que a BlaBlaCar vem defendendo desde o início: a necessidade de preservar a diversidade de canais e a concorrência leal no setor rodoviário. O consumidor precisa ter opções de compra de suas passagens. Um mercado concentrado compromete a inovação e a liberdade de escolha dos passageiros”, afirma Tatiana Mattos, Presidente da BlaBlaCar no Brasil.
A empresa reforça sua disposição em contribuir com as autoridades para o fortalecimento de um ambiente regulatório justo e competitivo no transporte rodoviário brasileiro.
Sobre a BlaBlaCar
A BlaBlaCar é líder mundial em viagens compartilhadas por meio de caronas, permitindo que os membros compartilhem rotas em 21 países. A plataforma utiliza tecnologia de última geração para preencher assentos vazios nas estradas, conectando usuários que buscam uma carona ou uma viagem de ônibus. Ao desenvolver uma rede de mobilidade ecologicamente sustentável, a comunidade BlaBlaCar poupa 2 milhões de toneladas de CO₂ e permite mais de 100 milhões de conexões entre seus membros todos os anos. Para mais informações, acesse este link.
