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domingo, agosto 10, 2025
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Passo a passo para tirar o visto de estudante nos EUA

Mais de 445 mil vistos F-1 foram emitidos no último ano, mas brasileiros ainda enfrentam dúvidas e recusas. Especialistas explicam o caminho e os erros mais comuns.

Brasileiros interessados em estudar nos Estados Unidos devem ficar atentos às regras para o visto F-1, que permite a permanência no país durante cursos de inglês, graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado. No ano fiscal de 2024, mais de 445 mil vistos F-1 foram emitidos globalmente, segundo o Departamento de Estado americano. Só em janeiro de 2025, 282 brasileiros conseguiram esse tipo de visto.

Apesar de ser um dos vistos mais solicitados, o processo ainda gera dúvidas, especialmente por conta do cenário político atual entre Brasil e EUA. Especialistas alertam para os principais erros que levam à recusa do visto, como falhas na comprovação financeira e falta de clareza no objetivo acadêmico.

Para o advogado Henrique Scliar, especialista em Direito Internacional, o visto F-1 foi a porta de entrada para transformar sua carreira. “Eu já era advogado no Brasil, especialista em Direito Internacional e Tributário, e queria fazer um mestrado no exterior. Pesquisei Portugal e Austrália, mas, no final, o que fez sentido para mim foram os Estados Unidos, que era o lugar que eu sempre sonhei. Já tinha feito alguns intercâmbios com o visto J-1, mas depois voltei com o visto F-1 para estudar por mais tempo”, conta.

Segundo Scliar, o processo exige planejamento. Confira o passo a passo para conquistar o visto F-1:

1. Escolher a instituição de ensino
Verifique se é credenciada pelo Student and Exchange Visitor Program (SEVP), programa do governo americano que autoriza instituições a receberem estudantes internacionais.
2. Ser aceito e receber o I-20
Esse documento confirma sua matrícula, curso, duração e custos estimados.
3. Comprovar proficiência em inglês
“No meu mestrado em Direito na USC, em Los Angeles, precisei apresentar o TOEFL, que é um teste de proficiência em inglês exigido pela maioria das universidades americanas. Cada instituição tem sua pontuação mínima”, explica Scliar.
4. Preparar documentos pessoais e acadêmicos
Passaporte, histórico escolar, carta de motivação (personal statement) e, em alguns casos, entrevistas em inglês com o departamento acadêmico.
5. Pagar a taxa SEVIS
Essa taxa mantém o Student and Exchange Visitor Information System, sistema que monitora os estudantes internacionais nos EUA.
6. Preencher o formulário DS-160
Trata-se do formulário eletrônico de solicitação de visto americano, no qual você informa dados pessoais, acadêmicos e financeiros.
7. Agendar e realizar a entrevista no consulado ou embaixada
“Seja claro, objetivo e verdadeiro nas respostas. O F-1 não permite trabalho fora do campus, apenas dentro da instituição, até 20 horas semanais durante o curso. Após um ano, em alguns casos, é possível aplicar para estágio ou trabalho temporário relacionado à área de estudo”, destaca Scliar.

Monitoramento das redes sociais

Outro ponto que tem gerado atenção no processo de visto de estudante é o monitoramento das redes sociais. O advogado Bruno Lossio alerta que manter os perfis fechados pode levantar suspeitas durante a análise consular.

“Você precisa informar suas redes sociais no formulário chamado DS-160 e deixá-las desbloqueadas. Porque, se não desbloquear, o oficial vai entender isso como resistência, o que pode negar o seu pedido. Isso vale para os vistos F, M e J, todos vistos de estudantes de categorias diferentes”, afirma.

Lossio reforça que o cenário geopolítico também impacta as análises de visto. “Se fizer uma postagem a favor de algum país em guerra, como Irã ou Israel nesse momento, você provavelmente terá dificuldade para entrar nos Estados Unidos. Eu diria que os dois temas que devem gerar cuidado são imigração e guerras. O país prega a liberdade dos cidadãos, mas permite a fiscalização de quem pretende entrar em solo americano”, explica.

Para Scliar, apesar dos desafios, o visto F-1 abre portas para quem sonha com o intercâmbio americano. “Estudar nos EUA te dá segurança, oportunidade acadêmica, profissional e um networking extraordinário. Cada pessoa tem um caminho diferente, mas, com planejamento, é possível transformar esse sonho em realidade”, afirma.

Bruno Lossio é advogado licenciado no Brasil e especialista em imigração, com ampla experiência em processos de visto e regularização imigratória nos Estados Unidos. É sócio-fundador da Premium Global Mobility Partner, um escritório de mobilidade global e planejamento imigratório.

Sobre Bruno Lossio

Bruno Lossio é advogado licenciado no Brasil, especialista em imigração, com mais de 10 anos de experiência em processos de mobilidade global para profissionais, investidores e empresas que buscam expandir sua atuação nos Estados Unidos. Lossio também é Sócio-CEO da Premium Global Mobility Partner e do escritório SLS Legal

Sobre Henrique Scliar

Henrique Scliar é especialista em Mobilidade Global, Direito Internacional, Tributação e Expatriação Corporativa, com mais de 10 anos de experiência; Especialista em Direito Tributário pela Universidade Candido Mendes; LL.M em Direito Imigratório pela University of Southern California (USC); Possui ampla vivência em imigração para os Estados Unidos e Portugal; Sócio-CEO da Premium Global Mobility Partner e do escritório SLS Legal

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