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quarta-feira, maio 14, 2025
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MAPFRE discute o papel do mercado segurador na prevenção de riscos na aviação

Seminário reuniu autoridades do CENIPA, especialistas do setor e marcou o lançamento da
plataforma digital MAPFRE Air, voltada para corretores de seguros

São Paulo, 14 de maio de 2025 – Com foco em ampliar o debate sobre segurança operacional na aviação civil brasileira, a MAPFRE realizou nesta terça-feira (13/05), em sua sede na capital paulista, o “1º Seminário MAPFRE de Segurança nas Operações Aéreas”. O evento reuniu autoridades, especialistas e representantes do setor segurador em uma manhã de paineis temáticos e troca de experiências, com transmissão ao vivo para todo o país.

A abertura contou com a presença do major-brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que destacou a posição do Brasil como um dos únicos países com 100% de conformidade com os protocolos internacionais de investigação de acidentes, ao lado da França. “Nosso papel não é apontar culpados, mas entender os fatores que contribuem para os acidentes e, com isso, propor medidas eficazes de prevenção”, afirmou. Moreno também reforçou a importância da formação contínua, destacando que mais de seis mil profissionais passam anualmente pelos cursos do CENIPA.

Carlos Eduardo Polizio, superintendente de seguro aéreo, casco e transporte da MAPFRE e moderador do seminário, destacou que o setor de seguros tem um papel decisivo na construção de uma aviação mais segura. “A prevenção precisa estar no centro das operações. As exigências contratuais e os critérios técnicos que adotamos são parte ativa desse processo”, disse.

O seminário foi dividido em quatro paineis, cada um dedicado a um segmento da aviação (executiva, agrícola e comercial) e outro sobre seguros e resseguros, com debates que mostraram como a segurança é um tema transversal, que atravessa desde o hangar até o cockpit e que depende, acima de tudo, de cultura, disciplina e formação.

Um alerta sobre o fator humano

O primeiro painel abordou os desafios da aviação geral executiva, setor que, nos primeiros meses de 2025, já registrou 52 acidentes e com 21 vítimas fatais. O debate focou nos fatores humanos e operacionais como causas predominantes. Para Luiz Bohrer, da assessoria de treinamentos Air Safety, a mudança no perfil dos pilotos e a falta de apoio nas decisões, especialmente em voos solo, contribuem para o aumento do risco. “Muitos tomam decisões sem apoio ou orientação, o que aumenta significativamente o risco”, observou.

Domingos Afonso, da empresa de táxi aéreo Helimarte, alertou para a necessidade de processos de comunicação mesmo em operações remotas. Já o engenheiro aeronáutico Diniz Gonçalvez, da empresa de regulação de sinistros G&R, lembrou que muitos acidentes envolvem pilotos experientes, mas não necessariamente atualizados ou treinados, e que o simulador, nesse cenário, deveria ser uma ferramenta obrigatória. Fechando o painel, Raul Marinho, da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), alertou que embora o número de acidentes não esteja subindo, ele permanece em patamar elevado, o que atrai cada vez mais restrições regulatórias. “Menos acidentes significariam menos restrições regulatórias. É um círculo que precisamos quebrar”, afirmou.

Aviação agrícola: entre o crescimento e o risco

O segundo painel mergulhou na aviação agrícola, um setor que cresce junto com o agronegócio brasileiro e que, justamente por isso, enfrenta novos desafios. Apesar do aumento no número de treinamentos e da expansão da frota, os dados não são animadores: em 2024, o número de acidentes subiu 30% em relação ao ano anterior, com um aumento expressivo nas fatalidades.

Fernando Celestrino, da empresa de regulação de sinistros, McLarens, apontou para a falta de planejamento como um dos fatores recorrentes nos sinistros. “Ainda vemos pilotos que, com excesso de confiança, subestimam o cálculo de combustível ou da carga de pulverização”, afirmou. Luiz Fabiano, da Aeroglobo, empresa vendedora de aeronaves e centro de formação de pilotos, reconheceu o avanço nas iniciativas de formação, mas destacou que o fator humano segue como principal ponto de atenção. Já Thiago Magalhães, do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG), foi direto ao falar sobre a raiz do problema: “Sem uma cultura de segurança forte, que envolva pilotos, mecânicos e empresários, nenhum treinamento é suficiente. Segurança não pode ser arrogância. É rotina, é processo”, resumiu.

A diferença entre reagir e estar preparado

Na sequência, o painel dedicado à aviação comercial regular abordou um tema que muitas vezes só ganha destaque após os grandes incidentes: o preparo para lidar com emergências. Em um mundo hiperconectado e de exposição instantânea, uma resposta lenta ou mal coordenada pode custar muito, tanto em vidas, quanto em reputações e recursos.

Maurício Pontes, da C5i Consultoria, ressaltou que cumprir regras não é o mesmo que estar pronto. “Preparação real exige treino, estrutura e capacidade de continuidade após o impacto”, disse. Julio Costa, do escritório de advocacia HFW/CAR, complementou com uma visão jurídica e regulatória. Segundo ele, o mercado segurador tem enfrentado desafios cada vez mais complexos, desde a pejotização dos tripulantes até questões ligadas à exposição nas redes sociais e aos novos formatos familiares que influenciam diretamente nas indenizações. “Os riscos mudaram, e o seguro precisa acompanhar essa transformação”.

O papel do mercado segurador

1º Seminário MAPFRE de Segurança nas Operações Aéreas

Encerrando o seminário, o quarto painel reuniu representantes do setor segurador e ressegurador para discutir como a prevenção pode começar já no momento da cotação. Gabriella Bonilha, da Vokan corretora, falou sobre a importância de traduzir exigências técnicas para o cliente de forma clara e acessível. “Muitos pilotos não entendem por que certos documentos são solicitados. Cabe a nós mostrar que tudo isso é sobre segurança, não burocracia”, disse.

Alexandre Marroquim, da corretora Alper, compartilhou a experiência de sua corretora e oficina de manutenção, destacando que a cultura do “jeitinho” está em declínio. “Quem voa hoje já entende que não dá para economizar em manutenção ou pular etapas de treinamento”. Daniel Fraga, da Dancor corretora, trouxe o olhar das regiões fora do eixo Rio-SP, onde a escassez de mão de obra qualificada e de acesso a treinamentos ainda são barreiras. Felipe Aragão, da Latin RE, sintetizou o debate com os “4 Cs” que norteiam a atuação em prevenção: cultura, confiança, continuidade e comunicação.

Lançamento do ‘MAPFRE Air’

Para fechar o evento, a MAPFRE apresentou duas novas soluções voltadas à aviação executiva e ao trabalho dos corretores. A principal novidade foi o lançamento oficial do MAPFRE Air, uma plataforma digital desenvolvida para modernizar e simplificar a jornada de contratação de seguros aeronáuticos na aviação geral.

Pensada para ser uma solução ponta a ponta, o MAPFRE Air reúne, em um único ambiente, todas as etapas do processo de seguro: desde a tramitação das informações do negócio até a cotação, elaboração de propostas, geração de certificados e emissão online das apólices. A plataforma foi desenhada para oferecer mais agilidade, segurança e praticidade ao corretor de seguros, com ganho direto de produtividade e redução de erros operacionais.

O primeiro produto disponível na plataforma será o que contempla cobertura para aeronaves de pequeno e médio porte, incluindo helicópteros, turboélices, jatos executivos e operações de táxi aéreo. Com foco nesse segmento, a seguradora pretende atender um mercado que cresce em volume e complexidade, exigindo processos mais ágeis e soluções cada vez mais alinhadas ao perfil dos novos operadores.

No evento também foi apresentado o novo portal de gerenciamento de riscos, voltado a operadores e gestores de hangares. A plataforma reúne conteúdos técnicos, manuais e boas práticas de prevenção, funcionando como uma base de consulta para quem atua na linha de frente das operações aéreas.
Sobre a MAPFRE – Presente no país desde 1992, a MAPFRE é o grupo multinacional líder de seguros na América Latina. No Brasil, a companhia oferece uma ampla gama de serviços que incluem seguros, previdência, investimentos, consórcios, capitalização e assistência a residências e veículos. Em 2024, suas receitas globais ultrapassaram 33 bilhões de euros. Com o propósito “Cuidamos do que é importante para você”, a MAPFRE está ao lado de mais de 31 milhões de clientes e 32 mil colaboradores em todo o mundo. A companhia ainda adota compromissos internacionais como os Princípios para a Sustentabilidade em Seguros (PSI) e integra o Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas), além de manter a Fundación MAPFRE, instituição sem fins lucrativos que promove e investe em iniciativas e pesquisas voltadas ao bem-estar social. Para mais informações sobre a companhia, acesse este link.

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