(*) Por André Galhardo
Em tempos de globalização e fronteiras financeiras cada vez mais flexíveis, é comum lidar com transações internacionais — seja para enviar dinheiro a familiares, investir fora do Brasil ou receber pagamentos de clientes no exterior. Mas você já parou para pensar em como o câmbio, os juros e a inflação influenciam diretamente o valor que você envia ou recebe?
Existe uma relação entre essas três variáveis e você pode usar esse conhecimento para tomar decisões mais inteligentes na hora de movimentar recursos entre países.
1.Inflação: o ponto de partida
A inflação é o aumento generalizado dos preços na economia. Quando ela está alta, o poder de compra da moeda cai — ou seja, com o mesmo dinheiro você compra menos coisas.
Governos e bancos centrais, como o Banco Central do Brasil, monitoram a inflação de perto porque ela afeta o custo de vida, a confiança do mercado e a estabilidade econômica. Quando a inflação sobe demais, é comum o banco central aumentar os juros para tentar conter esse movimento.
2. Juros: a resposta à inflação
A taxa de juros básica da economia brasileira, chamada Selic, é usada para controlar a inflação. Na prática, isso significa que, quando os juros sobem, o crédito fica mais caro, o que desestimula o consumo e reduz a demanda. Por outro lado, a poupança e os investimentos em reais se tornam mais atrativos, atraindo investidores.
Isso impacta diretamente o câmbio, especialmente quando comparamos o Brasil com outros países, como os Estados Unidos.
3. Câmbio: o reflexo do cenário
O câmbio, ou a taxa de conversão entre moedas (como o real e o dólar), é afetado por diversos fatores – e os juros e a inflação estão entre os mais importantes.
Quando os juros sobem no Brasil, o país se torna mais atrativo para investidores estrangeiros. Isso aumenta a entrada de dólares no país, elevando a oferta da moeda americana e, consequentemente, valorizando o real (o dólar fica mais barato).
Quando os juros caem, ou quando há incertezas sobre a inflação, o movimento é o oposto: os investidores tiram dinheiro do país, reduzindo a oferta de dólares e encarecendo o câmbio (o dólar sobe).
Quando é melhor enviar ou receber dinheiro do exterior? Entender essa lógica ajuda você a escolher o melhor momento para fazer suas transações internacionais. A seguir, destacamos algumas possibilidades.
Melhores momentos para receber dinheiro do exterior:
- Quando o dólar está alto em relação ao real;
- Quando os juros no Brasil estão baixos ou caindo, ou quando há instabilidade econômica;
- Quando há inflação alta nos EUA, o que pode levar o Fed (banco central americano) a subir os juros, fortalecendo o dólar frente ao real.
Melhores momentos para enviar dinheiro para o exterior:
- Quando o dólar está baixo em relação ao real;
- Quando os juros no Brasil estão altos e atraem dólares, valorizando o real;
- Quando há maior estabilidade econômica no Brasil e menor pressão inflacionária.
Não é necessário ser um economista para acompanhar os principais sinais do mercado. Ficar atento às decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil e do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos já ajuda bastante.
Observar os índices de inflação, como o IPCA no Brasil e o CPI nos EUA, também fornece pistas importantes sobre os rumos dos juros e do câmbio.
Além disso, utilizar sites e aplicativos que informam a cotação do dólar em tempo real pode ajudar a identificar boas oportunidades. Sempre que possível, antecipar ou postergar transações internacionais com base nesses sinais pode resultar em economias relevantes.
Saber como juros, inflação e câmbio se relacionam permite que você tome decisões mais estratégicas ao enviar ou receber dinheiro do exterior. Embora o mercado tenha flutuações diárias, compreender os fundamentos ajuda a identificar tendências e oportunidades.
Na dúvida, procure o apoio de especialistas ou plataformas que ofereçam ferramentas para acompanhar esses indicadores — assim, você transforma a economia em sua aliada na hora de lidar com moedas estrangeiras.
André Galhardo é economista e consultor da Remessa Online
Sobre a Remessa Online
A Remessa Online é uma empresa brasileira especializada em soluções financeiras internacionais. Fundada em 2016 e parte do grupo EBANX desde 2021, oferece serviços de transferências internacionais, conta global e integração de soluções via API para pessoas físicas, outras empresas e parceiros. Com presença nacional e alcance global, a Remessa Online já conectou milhões de brasileiros a mais de 100 países, combinando tecnologia, segurança e taxas acessíveis para simplificar o acesso a oportunidades no exterior.