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quarta-feira, outubro 22, 2025
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Festival de Parintins lança tecnologia para garantir a originalidade de produtos

Prestes a completar 59 edições em 2026, o Festival de Parintins, um dos maiores espetáculos de cultura popular do planeta, tem na pirataria um significativo entrave para uma maior arrecadação financeira e sustentabilidade dos bois Caprichoso e Garantido. Somente durante a realização do festival, mais de 50% dos produtos vendidos são falsificados, colocando em risco a experiência de compra dos frequentadores em diversos segmentos, como vestuário, calçados, bolsas, bonés, entre outros, além de comprometer a economia criativa local, afetando artesãos, produtores e vendedores. Produtos falsos confundem o público e enfraquecem a confiança nos canais oficiais.

Visando minimizar estes problemas, os Bumbás Caprichoso e Garantido, firmaram uma parceria com a empresa o OOriginal que monitora 24h por dia, sete dias por semana, todos os produtos e compras realizadas no ambiente virtual, documentos e comunicados, passando assim por um “teste de originalidade e procedência”, a partir do uso de um autenticador digital que contará com a segurança da blockchain na etiquetagem de camisas oficiais vindas dos fornecedores oficias, comprovando desta forma que o item é seguro e tem a marca do Festival de Parintins. A tecnologia, chamada de OOriginal, espera assim estreitar a confiança entre empresa, produto e consumidor, deixando clara as diferenças dos produtos oficiais frente às falsificações, reduzindo perdas materiais e financeiras a todos os envolvidos.

Para as empresas, o painel do administrador do OOriginal fornece dados essenciais sobre autenticações, QR Codes gerados, identificação de falsificações, distribuição geográfica e relatórios gerados por IA integrada do sistema, com estimativas de percentuais de fraudes e perdas relacionadas à sua marca ou produto, tudo isso em uma plataforma intuitiva e integrada.

Dados da consultoria da McKinsey apontam que soluções que permitem identificar casos de fraudes e falsificações de forma proativa podem reduzir as perdas por fraudes em até 50%. Problema este que gera prejuízos financeiros em todo o mundo. Na América Latina as fraudes são responsáveis por perdas significativas às empresas, com cifras anuais que chegam a US$ 230 bilhões/ano. Somente nos Estados Unidos as fraudes on-line correspondem a US$ 12 bilhões/ano de prejuízo.

Já no Brasil, de acordo com o Mapa da Fraude Clearsale 2025, a geração Alfa apresenta o maior tíquete médio das tentativas de fraude em 2024 (R$ 2061,00), porém a geração Z é a mais afetada, sendo os celulares a categoria mais afetada, pois é considerado um produto com alto valor agregado, de uso recorrente e fácil de ser revendido.

“O trabalho de OOriginal marca uma virada no combate à pirataria do Festival. Pela primeira vez, o evento passa a agir de forma ativa e preventiva contra as falsificações, e não apenas reagir aos prejuízos causados por elas. E proteger o Festival e as marcas dos bois Caprichoso e Garantido, com mais de 50% dos produtos falsificados, é uma questão de sobrevivência cultural e econômica, imprimindo tecnologia e inteligência para garantir que o público viva a experiência autêntica de Parintins, comenta Marcos Botelho, CEO do OOriginal.

 De acordo com André Guimarães, diretor executivo da MANÁ Produções, o Festival de Parintins e os Bois Caprichoso e Garantido têm sido alvo de apropriação indevida de imagem, marcas e conceitos, não apenas no Amazonas, mas em todo o Brasil, por empresas de todos os portes.

“A pirataria é inimiga da arte, da cultura e da decência. É crime, e os consumidores precisam ser alertados a não comprar produtos piratas, pois contribuirão com práticas que podem quebrar nossa cultura e nossas instituições. Estamos aprimorando nossos canais de denúncia pública e fortalecendo nossas ferramentas jurídicas para combater esse absurdo contra nossa cultura”, declara.

“A pirataria atinge o Boi Garantido em três pontos fundamentais: imagem, receita e valorização da marca, além de deixar de gerar empregos formais na cidade de Parintins. Quando empresas não autorizadas vendem produtos com nossa identidade, perdemos o controle da qualidade e da padronização visual, o que confunde o público e enfraquece a marca. Além disso, toda vez que uma camiseta ou boné pirata é vendido, o Boi deixa de arrecadar recursos importantes para investir em infraestrutura, projetos sociais e manutenção da agremiação. Esse mercado paralelo também desestimula parceiros oficiais, que cumprem as regras, pagam direitos de uso e contribuem com o crescimento do boi. Combater a comercialização irregular é proteger não apenas uma marca, mas o patrimônio cultural e simbólico do povo vermelho”, relata Fram Canto, 1º Secretário do Boi Garantido e responsável pela loja oficial Garantido Shopping.

“A venda de produtos não autorizados têm causado prejuízos significativos ao Boi Caprichoso. Além de enfraquecer a imagem e descaracterizar nossa identidade visual, impacta diretamente a arrecadação que sustenta projetos sociais, culturais e a própria logística do Festival. Quando o consumidor opta por produtos piratas, ele deixa de contribuir com o fortalecimento do nosso patrimônio cultural e com o desenvolvimento de quem vive e trabalha pelo Boi. É importante que o público compreenda que cada item oficial adquirido representa um gesto de apoio ao Caprichoso, à geração de empregos locais e à continuidade do trabalho de centenas de artistas e artesãos. Nosso compromisso é oferecer produtos de qualidade, com design exclusivo e autenticidade assegurada, para que o torcedor vista com orgulho o azul e branco do Caprichoso”, revela Tarcísio Coimbraresponsável comercial pela loja oficial do Boi Caprichoso, A Vitrine Azul.

Segundo dados do Anuário da Falsificação 2025, divulgado pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), as perdas econômicas causadas por falsificação, contrabando, pirataria e sonegação fiscal somaram R$ 471 bilhões em 2024 — crescimento de 27% em relação ao ano anterior. Já estudos recentes da PWC, Bain, Forrest e Econsultancy mostram que 72% dos brasileiros estão dispostos a mudar de marca se tiverem uma experiência ruim, como a falsificação.

 

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