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quarta-feira, outubro 1, 2025
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Crescimento da aviação brasileira depende da valorização e profissionalização dos serviços em solo

Para Luis Felipe de Oliveira, que comandou a ACI World (Airports Council International) até o ano passado, a não valorização da mão de obra em solo traz riscos significativos, sendo o elevado turnover uma questão crítica enfrentada por empresas de ground handling em diversas partes do mundo

São Paulo, outubro de 2025 – O sucesso da aviação brasileira depende diretamente da valorização e profissionalização dos serviços de apoio em solo. A afirmação é de Luis Felipe de Oliveira, CEO da ACI World – Airports Council International, de 2020 a 2024, e ex-diretor da ALTA – Latin American & Caribbean Airline Association.

Para ele, ainda falta o entendimento por parte dos aeroportos e das companhias aéreas, de que a aviação comercial, vital para a economia brasileira, depende intrinsecamente de uma operação que, muitas vezes, atua nos bastidores: o ground handling.

“As Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (ESATAs) são a espinha dorsal invisível da infraestrutura aeroportuária, garantindo a eficiência, segurança e pontualidade que permitem à aviação decolar”, disse Oliveira. Segundo o executivo, já é mais que evidente que são estas empresas as responsáveis por tarefas cruciais como o correto embarque de bagagens, o abastecimento e posicionamento preciso das aeronaves, canal de inspeção (raio X), transporte de superfície (de passageiros e tripulantes) e a garantia de uma experiência fluida para os passageiros, desde o check-in até o embarque.

Globalmente, as práticas para fortalecer os elos da cadeia aeroportuária tem ajudado na busca do equilíbrio desses elos e podem ajudar o Brasil também a chegar nesse patamar. O ex-CEO da ACI World menciona iniciativas como a certificação padronizada e o benchmarking, a exemplo do CRES, certificação criada pela ABESATA (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo), estabelecem parâmetros mínimos de qualidade e segurança, fomentando a confiança entre operadores, aeroportos e companhias aéreas.

“O investimento em tecnologia operacional, que inclui sistemas de rastreamento de bagagens, sensores em equipamentos de solo, plataformas digitais de gestão e a crescente robotização, tem sido fundamental para aumentar a eficiência e reduzir erros.”

Além disso, Oliveira inclui programas de treinamento contínuo e a valorização das equipes, com foco em segurança, atendimento e sustentabilidade, são reconhecidos mundialmente como pilares para elevar o padrão dos serviços e mitigar a rotatividade de pessoal.

Turnover elevado fragiliza a operação

Para o executivo, a não valorização da mão de obra em solo traz riscos significativos, sendo o elevado turnover uma questão crítica enfrentada pelas ESATAs em diversas partes do mundo. “A alta rotatividade fragiliza a operação, comprometendo a segurança e a eficiência.” Para combater esse cenário, é imperativo o desenvolvimento de programas de retenção com foco em carreira, que criem trilhas de crescimento e reconhecimento dentro das empresas, e programas de desenvolvimento de carreira que permitam a progressão de profissionais da rampa até a operação de check-in, por exemplo. É essencial que a implementação desses programas de retenção sejam valorizados pelo operador aéreo, aeroportos e entidades públicas como Anac e Secretaria Nacional de Aviação Civil.

Segundo Oliveira, incentivos regulatórios, a digitalização de processos para reduzir a carga manual e a robotização de atividades críticas também são soluções essenciais para tornar o trabalho mais atrativo e mitigar os impactos da perda de talentos.

“Para garantir a máxima segurança e eficiência, é fundamental que as ESATAs sejam vistas não apenas como prestadoras de serviço, mas como parceiras estratégicas e essenciais na operação dos aeroportos”, finaliza o ex-diretor da ALTA.

Mais informações em www.abesata.org

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