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sexta-feira, maio 23, 2025
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Associação alerta para urgência de política robusta para o setor aéreo no Brasil

A recente divulgação do Plano Brasis pelo Ministério do Turismo e a Embratur foi recebida com entusiasmo pelos agentes do setor turístico. Apresenta metas ambiciosas como campanhas internacionais segmentadas, maior conectividade aérea, participação em feiras globais e estratégias de marketing digital. Entretanto, apesar desse avanço na visão da importância do setor, a falta de uma política específica para a aviação civil preocupa lideranças do setor, como Marcelo Conde, presidente da Associação Rio Vamos Vencer.

“Parabenizamos o Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo e da Embratur, com o lançamento do Plano Brasis, onde os principais objetivos são campanhas internacionais segmentadas, participação em feiras globais e outras importantes iniciativas, mas é necessário de uma política para o setor aéreo”, afirmou Marcelo Conde.

O alerta não é infundado. O Brasil conta com uma frota de apenas 440 jatos comerciais, número inferior ao registrado em 2012, quando o país dispunha de mais 500 jatos. A redução não é apenas quantitativa. Há, ainda, as dificuldades enfrentadas pelas empresas brasileiras, todas em processo de reestruturação financeira, com redução de frotas e a ausência de planos fortes de expansão. Isso sem mencionar a falta de uma regulamentação para diminuir a judicialização e, consequentemente, a incidência de processos contra as companhias aéreas. O Brasil tem mais de 90 % de todos os processos contra as empresas aéreas no mundo.

“A falta de conectividade aérea prejudica diretamente o turismo, os negócios e a logística nacional. Cidades com potencial turístico ficam isoladas pela falta de aviões e, consequentemente, recebem menos visitantes, o que não rentabiliza muitos investimentos. Além disso, a escassez de rotas e voos inviabiliza o desenvolvimento de uma série de destinos”, reforçou Marcelo Conde.

Há exemplos internacionais que podem inspirar o Brasil. Países como Catar, Etiópia, Turquia e Índia têm investido fortemente na expansão de suas frotas e infraestrutura aérea com o objetivo de atrair mais turistas e desenvolver o setor. Já Estados Unidos, Inglaterra, França e Itália vêm implementando políticas consistentes de fortalecimento das companhias aéreas nacionais, garantindo competitividade e estabilidade para o setor.

Para reverter esse cenário, especialistas apontam algumas soluções: apoio urgente para a ampliação e renovação da frota de jatos, a criação de um fundo de incentivo à aviação regional, subsídios para novas rotas e maior previsibilidade regulatória para atrair companhias aéreas estrangeiras e fomentar as nacionais.

A preocupação da Associação Rio Vamos Vencer ecoa entre diversos agentes do setor que veem na conectividade aérea não apenas um detalhe logístico, mas um elemento central para o crescimento sustentado do turismo e da economia brasileira. Cabe agora ao Governo transformar intenções em políticas públicas concretas e estruturantes.

 

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