As regiões com mais ataques de tubarão no mundo – Brasil no top 10

• Os Estados Unidos lideram o mundo com 2.473 ataques de tubarão registrados – quase o dobro da Austrália, que aparece em segundo lugar.
• Só a Flórida concentra mais de 1.100 ataques, enquanto Nova Gales do Sul e Queensland lideram os números australianos.
• A África do Sul ocupa o terceiro lugar, com KwaZulu-Natal e Cabo Ocidental entre as costas mais ativas do planeta em encontros com tubarões.

Um novo estudo global da plataforma de previsão de marés Tideschart identificou as praias e litorais com maior número de encontros com tubarões – e a diferença entre os líderes do ranking é enorme.

Estados Unidos, Austrália e África do Sul dominam a lista, respondendo juntos por mais da metade de todos os ataques registrados na história. Mas o Brasil também aparece no top 10, ficando em sétimo lugar.

A pesquisa analisou séculos de dados do Shark Research Institute, de 1642 a 2024, consolidando milhares de incidentes verificados para mapear as águas mais propensas a ataques de tubarão no planeta. E embora alguns nomes sejam esperados – como a costa atlântica da Flórida ou KwaZulu-Natal, na África do Sul – outros podem surpreender.

Os Estados Unidos lideram o ranking global com 2.473 ataques de tubarão. A Flórida sozinha registrou 1.151 incidentes – mais do que qualquer outra região do mundo.
O Havaí aparece em segundo lugar dentro dos EUA, com 328 ataques, seguido pela Califórnia, com 316. Juntas, essas três regiões respondem por mais de 70% de todos os encontros com tubarões registrados no país.

A Austrália ocupa a segunda posição global, com 1.453 ataques, concentrados principalmente na costa leste. Nova Gales do Sul (519) e Queensland (343) dominam os números, seguidas pela Austrália Ocidental (220). Águas quentes, zonas de surfe constantes e vida marinha abundante tornam as praias australianas um dos maiores pontos de atividade de tubarões do planeta.

Em terceiro lugar, aparece a África do Sul, com 593 incidentes registrados. A maioria ocorre em KwaZulu-Natal (218), Cabo Ocidental (197) e Cabo Oriental (166) – regiões conhecidas por praias de surfe e avistamentos de grandes tubarões-brancos. Durban e Cidade do Cabo permanecem entre os locais mais reconhecidos do mundo por encontros com tubarões.

A Nova Zelândia ocupa o quarto lugar, com 143 ataques, a maioria deles na Ilha Norte (75). A forte cultura do surfe e o extenso litoral aberto contribuem para o número mais alto em comparação a outros países do Pacífico.

A Papua-Nova Guiné aparece em quinto, com 136 ataques, liderados pela Província Central (20), Nova Irlanda (15) e Madang (15). A pesca costeira e o uso frequente de pequenas embarcações fazem com que muitos encontros ocorram próximos à costa.

Em sexto lugar estão as Bahamas, com 129 ataques, o maior número do Caribe. As Ilhas Abaco (29), a Ilha Grand Bahama (10) e as Ilhas Andros (7) lideram os registros, muitos deles relacionados ao turismo de mergulho e à observação marinha.

O Brasil ocupa a sétima posição, com 119 ataques registrados – e Pernambuco (77) concentra quase dois terços desse total. A capital, Recife, é conhecida mundialmente por apresentar uma das maiores taxas de ataques por quilômetro de costa.

Em oitavo lugar está o México, com 98 ataques. Os estados costeiros de Guerrero (15), Veracruz (15) e Quintana Roo (13) lideram o ranking nacional, com registros tanto no Pacífico quanto no Golfo do México.

A Itália aparece em nono lugar, com 72 ataques – o maior número da Europa. Os incidentes se concentram no Mar Tirreno (11), Sicília (7) e Mar Adriático (5), provando que encontros com tubarões não acontecem apenas em águas tropicais.

Fechando o top 10 está Fiji, com 69 ataques. As ilhas Viti Levu (20), Vanua Levu (6) e Taveuni (6) são os principais pontos de ocorrência, muitas vezes próximos a recifes e áreas turísticas de mergulho.

Ryan Blundell, fundador da Tideschart, explica: “Quando analisamos os números, três lugares dominam todas as listas – Flórida nos EUA, Nova Gales do Sul na Austrália e KwaZulu-Natal na África do Sul. Todos têm águas quentes, boas ondas e muita gente no mar – uma combinação que naturalmente aumenta o número de encontros.”

“Ainda assim, os ataques de tubarão são extremamente raros em comparação aos milhões de banhistas que entram no oceano todos os anos. Esses dados não servem para assustar, mas para entender os padrões. Checar os avisos locais, nadar perto de salva-vidas e evitar água turva são medidas simples que fazem grande diferença.”